sexta-feira, 6 de março de 2015

MENSAGEM Nº 63

Salmo 130
                                     Das Profundezas

V.1 - Das profundezas clamo a ti, SENHOR.
V.2 - Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas.
V3 - Se observares, SENHOR, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?
V.4 - Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.
V.5 - Aguardo o SENHOR, a minha alma o aguarda; eu espero na sua palavra.
V.6 - A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã,
V.7 - espere Israel no SENHOR, pois no SENHOR há misericórdia; nele, copiosa redenção.
V.8 - É ele quem redime a Israel de todas as suas iniquidades.

Este é o sexto dos sete Salmos tradicionalmente considerados penitenciais como, por exemplo, o Salmo 6. As palavras de abertura, propõem um titulo muito apropriado para ele, desde que elas se encaixam no desenvolvimento, como também, no ponto de partida da oração. Há uma forte ascensão em direção à segurança e, no final, um encorajamento para muitos, através da experiência de um só (Vs. 7-8).
As “profundezas” descrevem muito eloquentemente o estado de aflição do salmista, numa situação próxima ao desespero. O Salmo 69:1ss, 14ss completa a figura, com a sensação de terror de alguém que está em perigo de afundar num lamaçal ou num tremedal. O que fica claro, em toda esta passagem, é que a auto-ajuda não é solução para este infortúnio, por mais que ela seja útil em situações menos graves. A gravidade da situação é denunciada pela intensidade da súplica do salmista.
A natureza da aflição deste suplicante vem à tona, de-repente (V.3). Não é doença depressiva, nem doença de família, nem, tampouco, perseguição, como no caso dos salmos 6,42,69. É a culpa do pecado. O reconhecimento e a confissão dos Vs.3-4 derramam luz sobre profissões de justiça encontradas em outras partes do Saltério, pois ela implica em tais clamores e não podem ser respondidos incondicionalmente, porque Deus não se agrada da iniquidade, da arrogância, da maldade etc. (cf. Salmos 5:4-6). Isto revela quão inconsistente era, no seu todo, a certeza da reparação do erro naquelas alturas (V.3). O leitor é levado, antes, a esperar na misericórdia e na palavra do Senhor, que virão com a mesma certeza do romper do dia, depois do terror noturno.
Moisés reconhece a culpabilidade do ser humano diante de Deus (Salmos 90:7-12). Então ele suplica a Sua compaixão e a Sua graça (Salmos 90:13-17). Aqui neste Salmo, a questão do perdão não está em dúvida. No final do Salmo o escritor dá testemunho da sua confiança na total redenção de Israel, pela misericórdia de Deus, perdoando as suas iniquidades.
Mas o temor do Senhor deve ser visto como fator de alerta ao homem, contra a prática do pecado, para evitar o ato de recorrer a Deus em busca de perdão, porque Deus não se agrada da iniquidade (Salmos 5:4-7). É preferível ser integro e viver corretamente na presença de Deus (Genesis 17:1).
A compreensão do temor referido acima é consolidada nos Vs.5 e 6. O salmista espera ansiosamente pelo Senhor e, não somente, escapar da punição. Ele tem mais do que um anseio otimista. Ele espera o cumprimento da promessa da Palavra. A enfática figura dos guardas, esperando pelo romper da manhã, revela uma esperança viva que não falhará, assim como o dia chagará ao findar da noite, na hora determinada.
As palavras dos dois últimos versos (V.7-8) mostram que nada mais esperançoso poder-se-ia acrescentar a esta triste e incerta situação a respeito daquela profunda aflição. O salmista desprende-se de si mesmo e repassa para a nação toda a confiança que ele alcançou na promessa da completa redenção de Israel, pela misericórdia de Jeová.