sexta-feira, 6 de março de 2015

MENSAGEM Nº 62

O Perigo da Ambição pelo Magistério
                                              
                                                                Tiago 3:1-2
V.1 - Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo.
V.2 - Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo.

A Retórica, ou arte do bem-falar foi cultivada com grande ardor pelos gregos, já antes da nossa era. Demóstenes, no século IV A.C. tornou-se notável orador, depois de vencer a gagueira com grande esforço e de aprender a pronunciar as palavras com perfeição. Ele levantou o ânimo dos atenienses e dos gregos em geral, com seus inflamados discursos contra o rei Filipe da Macedônia, que pretendia invadir a Grécia. Outro famoso orador forense e grande tribuno de Roma no século primeiro A.C. foi Cícero. A influência destes dois vultos da Oratória não parou nas gerações dos primeiros séculos da nossa era, mas atravessou a Idade Média e permanece até hoje.
Não é de estranhar que após o estabelecimento da igreja em pentecoste, não faltassem candidatos desejosos de mostrar seus talentos de orador diante das assembleias cristãs. Dai procede a sensata advertência de Tiago aos pretendentes ao magistério. É muito grande a responsabilidade daqueles que falam, por causa do julgamento a que ficam sujeitos. O risco é bem maior nossos dias, quando a comunicação é feita também por radio, televisão e Internet.
Do mesmo modo que a Filosofia Grega ameaçou a igreja primitiva, o mundo ameaça a igreja, ainda hoje. Por exemplo, o culto de adoração a Deus deve incluir balet, aeróbica ou shows musicais? Deus pede isso? Muitas filosofias e formas de humanismo fazem parte do pensamento de muitos dos chamados crentes, por exemplo, a prosperidade, idolatria de lideres, pessoas ou grupos especiais que se destacam dos outros irmãos etc. Ideias de homens são propostas como se fossem promessas de Deus. Quem pode afirmar que Deus fará dos Seus filhos seres todo-poderosos? A Bíblia afirma que nós seremos apenas semelhantes a Cristo, quando ele voltar (I João 3:2b). Mais do que isso é opinião humana. Cantar cânticos a Deus com música de compositores profanos é mais do que humanismo. É colocar a igreja em jugo desigual com os incrédulos. É colocar Deus como inspirador de música profana, porque Deus inspira “louvor” no coração dos seus filhos cheios do Espírito Santo (Efésios 5:19), e Jesus canta louvores no meio da congregação (Hebreus 2:12).
A inspiração desta passagem de Tiago mostra, tanto o alcance, quanto a abrangência da visão do Espirito Santo, mas também aponta para a falibilidade da mente humana, que pode pronunciar um anátema contra Jesus, pensando que está enaltecendo o Seu Nome (cf. I Coríntios 12:3).
“...o homem espiritual julga todas as cousas...” (I Coríntios 2:15).