QUANTAS VEZES SE DEVE PERDOAR A UM IRMÃO
MATEUS 18:21-22 (Lucas 17:3-4)
V.21 – Então Pedro, aproximando-se lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes
Meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
V.22 – Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta
Vezes sete.
A questão do perdão que se deve dar a um irmão é o quinto episódio de Mateus, em que Pedro é destacado. Aqui, como em outras ocasiões, ele é colocado como proeminente e porta-voz no meio dos outros discípulos (10:2; 15:15; 16:16; 17:24). A pergunta do apóstolo está relacionada com o ensino do parágrafo anterior, e representa a antítese daquilo que se espera, isto é, que o ofensor esteja aberto ao diálogo, e receba o perdão oferecido pelo ofendido que o procurou para arrazoar. É lícito interromper a comunhão com outro discípulo, estabelecendo um limite de perdão? A necessidade de ter espírito perdoador é muito enfatizada nos Evangelhos (Mateus 6:12, 14-15; Marcos 11:25; Lucas 6:37; 17:3).
Pedro devia estar pensando que a atitude de perdoar sete vezes era bastante generosa. O Rabi José Bem Jehuda disse que quando alguém comete uma ofensa, pode ser perdoado até três vezes e, depois, não mais. A resposta de Jesus a Pedro, contrastando sete com setenta vezes sete, é uma alusão à canção de Lameque em Gênesis 4:23-24, que compara o pecado de Caim, com o seu próprio pecado, e estipula a pena de vingança para Caim em sete vezes, e para si mesmo em setenta vezes sete. O ensino é que o perdão não tem limite, isto é o que significa a expressão “setenta vezes sete”.
A passagem paralela de Lucas é mais resumida, mas tem o mesmo ensino.