JESUS ORA PELA IGREJA
17:20-26
V.20 - Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;
V.21 - a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.
V.22 - Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;
V.23 - eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
V.24 - Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
V.25 - Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste.
V.26 - Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
Desde que Jesus determinou enviar os seus discípulos a um mundo mau que os odeia por causa do Seu nome (15:18-19, 21), Ele mostra o Seu cuidado diante do Pai por todos os que se tornarem Seus discípulos, através do ministério daqueles apóstolos. Neste ponto, a Sua oração atinge a maior gradação, isto é, o grau mais elevado de desenvolvimento das Suas ideias, porque Ele tem em mente a igreja universal, tal como a vemos em todo o mundo hoje. A súplica de Jesus é pela unidade da igreja. Olhando para a igreja de hoje, com tantas denominações, tradições e doutrinas acumuladas ao longo dos séculos, sistemas de governo e tantas divergências entre uma e outra, perguntamos: Existe unidade na igreja? Evidentemente não existe! O que se vê é divisão e, até mesmo, rivalidade. Esta situação é proveniente do denominacionalismo, que não significa simplesmente diferença de nomes, mas daquilo que caracteriza cada uma delas.
A verdadeira igreja de Cristo está bem definida no Novo Testamento. As que não se conformam a ela não são d’Ele, mas pertencem a grupos ou a pessoas particulares. Em qualquer denominação deve haver verdadeiros discípulos de Cristo. Mas estes só serão identificados no dia do arrebatamento.
O denominacionalismo é uma afronta a esta súplica de Cristo, e um desprezo ao Seu sacrifício na cruz, porque Ele morreu para unir o Seu rebanho em um só corpo, e conduzi-lo como Único Pastor, pela Sua Palavra, pela Sua Voz (João 10:14-16 ; 11:52).
Nos Vs. 20-23 a unidade da igreja é colocada por Jesus, na Sua oração, em termos de missão (verbo enviar), enquanto nos Vs. 23-26 ela é colocada em termos de motivação (amor). Jesus ora pela preservação das atividade missionárias, com base na unidade da igreja, para que não haja degeneração, antes, porém, aperfeiçoamento. Isto deve ser entendido pelos discípulos, como resultado do amor de Deus por eles, o mesmo amor que Ele teve por Cristo, a quem enviou. Esta unidade dos discípulos em amor deve ser entendida pelas palavras do V.22 onde Jesus afirma: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós somos”. Que glória é esta? É a glória que Ele teve junto do Pai, antes que houvesse mundo (V.5). É a glória de ser Filho Unigênito de Deus. Os três primeiros versículos do Evangelho de João falam da íntima relação de Jesus com Deus, identificando-O com Deus, e fala também da Sua participação como agente criador de Deus no universo. Isto é glória. No
V.14 do capitulo 1, João afirma: “... e vimos a sua glória, como do unigênito do Pai”. Esta é a glória que Jesus transmite aos seus discípulos, quando o recebem e creem n’Ele e são feitos filhos de Deus, porque nasceram d’Ele (1:12-13).
Esta glória de serem filhos de um só Pai, como Cristo o é, deve conduzi-los à unidade entre si, como Deus e Cristo são um, e também à unidade com Cristo e com Deus. Além disso, essa unidade é em amor. Deus é amor (I João 4:6), e sem esse requisito não pode haver união com Ele. A unidade dos discípulos em amor é o grande testemunho de que Cristo é o enviado de Deus.
A vontade de Cristo expressa no V.24 é a mesmo vontade do Pai, que Cristo conhece perfeitamente, que é levar muitos filhos à glória (Hebreus 2:10 ; cf. Romanos 8:18 ; Colossenses 3:4 ; I João 3:2b). Esta glória é ligada ao amor de Deus por Cristo, antes da fundação do mundo (17:5).