sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

JESUS ORA PELOS DISCÍPULOS

                                                   JESUS ORA PELOS DISCÍPULOS
                                                                17:6-19

V.6 - Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mo                      confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.
V.7 - Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;
V.8 - porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e              verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.

Neste peque trecho Jesus faz um resumo da Sua obra entre os homens, mostrando o resultado do que Ele fez com os discípulos. Ele diz que manifestou o “nome” de Deus a homens do mundo que Deus Lhe deu. Nome, neste caso não se refere à palavra que se usa para chamar uma pessoa. Significa o seu caráter, a sua natureza, o quanto se pode conhecer de uma pessoa. O Salmo 9:10 diz: “em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome”. Não é conhecendo o nome pelo qual Deus é chamado, Jeová ou Javé, que se pode confiar n’Ele. É preciso conhecer quem Ele é, as Suas intenções e a sua disposição para com as Suas criaturas, para se poder confiar n’Ele. Alias, muitos dos judeus não sabiam o nome de Deus, porque eles não o pronunciavam, por ser tão sagrado.
O que Jesus fez com aqueles discípulos foi trabalhar com eles por meio da Palavra, até que eles a compreenderam, acataram-na, guardaram-na ao ponto de crerem que, verdadeiramente, Jesus era o enviado de Deus, e tudo o que Ele falava e fazia provinha de Deus (cf. 16:29-30). Esta passagem fala que ser discípulo tem implicações bem definidas:
1 – Reconhecer que Jesus vem de Deus, como apóstolo celestial, que em Suas palavras ouvimos a voz de Deus, assim como nas suas obras vemos a operação de Deus e, ainda, que a unidade de Deus com Jesus não encontra paralelo em qualquer dimensão em todo o universo material e espiritual.
2 – O discipulado manifesta-se pela obediência à Palavra de Deus, transmitida por Jesus, e ela é a norma de vida do discípulo. Não é possível seguir Jesus de modo independente da Palavra, como também, não é possível alterá-la para atender às conveniências do discípulo.
3 – Os discípulos são tirados do mundo por Deus e entregues a Jesus. É uma operação bem definida, para uma finalidade especifica. É necessário eles crerem que o chamamento de Jesus é sequência do propósito de Deus, e que as promessas do Filho e os pedidos feitos em nome d’Ele são garantidas pelo Pai (10:28-29 ; 16:23-24).

V.9 - É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque          são teus;
V.10 - ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou              glorificado.
V.11 - Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para                junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam                um, assim como nós.
V.12 - Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os,              e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a                    Escritura.
V.13 - Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu                gozo completo em si mesmos.
V.14 - Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do                      mundo, como também eu não sou.
V.15 - Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
V.16 - Eles não são do mundo, como também eu não sou.
V.17 - Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
V.18 - Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
V.19 - E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam                          santificados na verdade.

Depois de falar do preparo que imprimiu aos discípulos, Jesus intercede por eles diante do Pai (V.9) porque:

1 – Em breve Ele devia deixar este mundo e eles permaneceriam aqui (V.11a).
2 – Eles precisavam permanecer unidos para enfrentar o mundo (V.11b).
3 – Eles precisavam ter a alegria de Cristo em si mesmos, porque seriam odiados pelo mundo, por causa da Palavra que iam pregar (Vs. 13-14).
4 – Eles tinham que permanecer no mundo, para cumprir a sua missão, mas precisavam de proteção contra as  obras do mal ou do Maligno (V.15).
5 – Do mesmo modo que Jesus não é deste mundo, eles também não são, e precisam ser separados (santificados ou consagrados) e essa santificação é, por meio da verdade da Palavra de Deus (V.17).
6 – Agora eles são enviados ao mundo e, do mesmo modo que Jesus foi santificado, ou consagrado para vir ao         mundo, eles precisam ser também santificados (cf.10:36). Por isso, Jesus santifica-se a Si mesmo a favor dos discípulos, até a morte (V.19, cf. 13:1; 15:13). O mundo a que estas passagens se referem não tem sentido pejorativo, mas significa a sociedade organizada sem Deus, ou o mundo secular, em contraste com         o reino de Deus ou a igreja.

Observações:
1 – No V.9 não se deve entender que Jesus esteja excluindo o mundo Seu propósito, porque o Seu sacrifício está aberto para todo o mundo (João 3:16; I João 2:3). Ele apenas faz uma súplica específica pelos seus discípulos, porque eles pertencem ao Pai que os confiou a Ele.
2 – No V.10 Jesus mostra zelo e carinho por cuidar solidariamente de todas as cousas que são d’Ele e do Pai, conjuntamente, em especial os discípulos que são glória para Ele que os resgatou do mundo, e agora são enviados ao mundo para dar continuidade ao Seu ministério de salvar pecadores (Mateus 28:19-20 ; Marcos 16:15-16 ; Lucas 24:45-46 ; cf I Timóteo 1:15).
3 – No V.11, ao dizer: “Já não estou no mundo...”, Jesus esta falando da proximidade da Sua morte, que ocorreria no dia seguinte, segundo o nosso calendário, mas para os judeus, foi naquele mesmo dia, visto que o dia era contado a partir do por do sol, e aquela hora já era noite. Quando Jesus fala em “teu nome que me deste”, Ele esta falando da unidade que existe entre a pessoa do Pai o do Filho, que deve ser assumida pelos discípulos, para que sejam “um”, como Eles o são.
4 – No V.12 Jesus fala do cuidado que teve dos discípulos, enquanto estava com eles, guardando-os e protegendo-os solidariamente, junto com o Pai (“no teu nome que me deste”), e nenhum deles se perdeu (cf. Lucas 22:31-32). O caso de Judas foi uma exceção. Ele não se perdeu porque estava escrito o seu fim na Escritura. Ao contrário, a Escritura prevendo o seu fim, anunciou-o com antecedência. Tudo o que a Escritura prevê acontece inevitavelmente. Não, porque Deus queira que aconteça, mas porque Ele conhece todas as cousas, e sabe o que se passa no coração de cada um. Por isso, Ele pode anunciar os fatos antes que eles aconteçam. Assim, a Escritura não pode falhar (10:35b), porque ela é inspirada pelo Espírito Santo (II Timóteo 3:16).