sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O PACTO DA TRAIÇÃO

                                                           O PACTO DA TRAIÇÃO
                              MATEUS 26:14-16     (Marcos 14:10-11; Lucas 22:3-6)

V.14 - Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais
          sacerdotes, propôs:
V.15 - Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de
          prata.
V.16 - E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar.

O advérbio “então” estabelece uma relação temporal entre o evento da ceia em Betânia e o conluio de Judas Iscariotes com os principais sacerdotes, que eram ex-sacerdotes, com o sumo-sacerdote em exercício, e entre eles, os capitães, ou soldados do Templo, que eram levitas escolhidos para servirem como seguranças (cf Lucas 22:52; João 18:3, e Mishna: Bikkuri II3).
Mas o advérbio indica também uma relação de causa e efeito. A causa é o que Judas e outros discípulos, induzidos por ele, chamaram de desperdício extravagante, a quantidade e o valor do bálsamo de nardo que Maria derramou sobre os pés e a cabeça de Jesus (Mateus 26:7-8; Marcos 14:3-4; João 12:3-4) o efeito foi a sua decisão de entregar Jesus.
Os três evangelistas sinóticos declaram a culpa de Judas, ao decidir ir sozinho, por conta própria, às autoridades, oferecer-se para entregar Jesus. Há muitas tentativas de explicar os motivos que ele tinha para isso. Por exemplo, a ganância que ele tinha por dinheiro; a decepção que teve ao concluir que Jesus não era a pessoa que ele queria que fosse; pressionar Jesus a enfrentar os inimigos e estabelecer logo o reino Messiânico etc.. Mas Lucas explica de maneira simples e direta, dizendo que Satanás entrou nele. Como diz certo adágio: “O coração do homem tem chave só por dentro, e ele abre para quem quer”. Judas quis abrir para o inimigo.
As autoridades tinham posto em suspenso o plano de prender Jesus, de medo de provocar uma revolta do povo, especialmente de galileus que eram revoltosos, e que estavam em grande número em Jerusalém para os festejos da Páscoa (26:4-5; Marcos 14:1-2; Lucas 22:1-2). A oferta de Judas foi como um presente, e eles se alegraram muito, porque o plano podia ser posto em prática imediatamente, as escondidas, e com o auxílio de um seguidor de Jesus, que conhecia bem os lugares por onde Ele andava.
A traição foi como uma operação comercial. Judas ofereceu o serviço e perguntou quanto eles estavam dispostos a pagar pelo mesmo. O negócio foi fechado em 30 moedas de prata. Daí por diante o traidor passou a procurar uma oportunidade propícia para entregar-lhes o Mestre (cf 26:48-49).
O preço oferecido pelas autoridades era uma ofensa humilhante, porque era o valor que a Lei estipulava como indenização de um escravo ensanguentado e condenado à morte, por ter sido chifrado por um boi (Êxodo 21:32). Zacarias também fala, por parábola, de Jeová, o pastor de Israel, que desistiu de continuar a pastorear o Seu povo e pediu o salário que lhe devia. Então Lhe deram trinta moedas de prata (Zacarias 11:12-14; cf Mateus 27:6-10; Atos 1:19).