segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O JOVEM RICO

                                                             O JOVEM RICO
                         MARCOS 10:17-22     (Mateus 19:16-22; Lucas 18:18-23)

V.17 - E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e,
           ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida
           eterna?
V.18 - Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um,
           que é Deus.
V.19 - Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não
           dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua
           mãe.
V.20 - Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha
           juventude.
V.21 - E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo
           o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e
           segue-me.
V.22 - Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era
           dono de muitas propriedades.

A história do personagem analisando neste parágrafo é, ao mesmo tempo, curiosa e comovedora. Mateus descreve-o como “jovem” (19:22) e Lucas classifica-o como “homem de posição”, archön, no Grego, expressão que se aplica a um oficial romano ou judeu de qualquer espécie (cf Lucas 18:18). Dizer que ele era um dos principais de uma sinagoga, seria impreciso devido à sua pouca idade. Marcos fala da sua agilidade ao correr para encontrar-se com Jesus, ajoelhando-se aos Seus pés.
Em contraste com a salvação oferecida como dom gratuito de Deus no V.15, este quadro apresenta o alto preço que certos judeus, erroneamente, atribuíram à salvação conseguida por obras. É o caso deste jovem que, a despeito de ter observado a Lei de Moisés da melhor maneira possível, segundo o seu ponto de vista, ele ainda sentia-se insatisfeito. Daí, a sua pergunta a Jesus: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?”.
A resposta de Jesus no V.18 chama à atenção, porque os judeus não costumavam dirigir-se a outra pessoa chamando-a de bom, pois a bondade é um atributo exclusivo de Deus. Jesus não recusou esse tratamento, porque Ele realmente é Deus e, como prova, aceitou a adoração do homem, que se ajoelhou diante dele. Mas, ao mesmo tempo, Ele o levou a uma reflexão a respeito das suas palavras. Estaria ele consciente de quem era Jesus ou ele estava apenas fazendo um elogio com o fim de conseguir a resposta correta para a sua carência espiritual.
O caminho escolhido por Jesus para responder à pergunta do jovem foi procurar criar nele uma compreensão mais exata a respeito do pecado. Para isso Ele recorreu aos cinco últimos mandamentos do Decálogo, isto é à segunda partes dos Dez Mandamentos, que falam do relacionamento com o próximo. Mas a sua réplica a Jesus no V.20 mostra que ele não compreendia tudo o que estava envolvido nesses mandamentos. A sua resposta rápida e sucinta denuncia a mesma precipitação com que ele se aproximou de Jesus no início (V.17). Mas Jesus viu nele qualidades que O levaram a amá-lo profundamente, com amor “agápë”. Mas isto não podia fazer que o Mestre minimizasse as Suas exigências para ganhar aquele jovem para o Seu colégio de discípulos. Então Jesus apontou com franqueza o quesito que o impedia de ter acesso à vida eterna que ele tanto almejava.  Era a sua riqueza. Era somente isso que lhe faltava renunciar, para dedicar-se totalmente a Deus e ao serviço do Seu reino.
Jesus ordenou-lhe que fosse vender tudo quanto tinha, e que desse aos pobres. Então, depois de ter transferido o seu tesouro para o céu, ele estaria apto para vir e seguir a Jesus. Mas, ao contrário da alegria que ele demonstrou ao aproximar-se do Mestre, agora ele retirou-se triste, porque era dono de muitos bens.