O GRANDE JULGAMENTO
MATEUS 25:31-46
V.31 - Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele,
então, se assentará no trono da sua glória;
V.32 - e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos
outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;
V.33 - e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;
V.34 - então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu
Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
Este trecho dos ensinos de Jesus não é uma parábola, no sentido convencional. É uma descrição pictórica do julgamento que Ele fará, quando vier na glória de Seu Pai, com os Seus anjos, para retribuir aos homens, de acordo com as obras de cada um (cf 16:27). Esta passagem é o fecho final e natural de tudo o que Ele vinha falando a respeito da vigilância necessária para a Sua manifestação na parousia, quando Ele executará o julgamento final de todas as nações. Agora Ele se apresenta publicamente como juiz do mundo, para sancionar uma sentença universal, final e eterna (cf Atos 17:31). Em linguagem apocalíptica, Ele descreve a grandiosidade daquele ato e a majestade com que Ele o executará, assentado em Seu trono de glória e todos os seus anjos com Ele. E todas as nações serão reunidas na Sua presença e Ele procederá à separação de uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. As ovelhas representam os aprovados e, os cabritos, os reprovados. Com a autoridade de Rei, o Rei Messias dará o decreto de posse e de entrada no reino preparado para as ovelhas, desde antes da fundação do mundo, e os cabritos Ele excluirá. Ele tem poder e autoridade para isso (cf Ezequiel 34:17).
V.35 - Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber;
era forasteiro, e me hospedastes;
V.36 - estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me
V.37 - Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e
te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
V.38 - E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
V.39 - E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
V.40 - O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o
fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Nos Vs.35 e 36 Jesus fala das necessidades básicas dos seres humanos, que precisam ser satisfeitas para a preservação da vida. São alimento, água, abrigo, vestimenta, assistência à saúde, coisas que as Suas ovelhas não podem deixar de considerar, porque Ele mesmo está envolvido nesse processo, como se Ele fosse o necessitado que deve ser socorrido. Isaías 63:9 diz: “Em toda a angústia deles (do seu povo) foi ele angustiado”. Ele sente como um dos Seus pequeninos (cf Isaías 58:7).
Os versículos 37-39 mostram que os justos, os que estão à sua direita, fizeram estas cousas tão naturalmente que não se deram conta de que as tivessem feito. Por que? Porque eles não a fizeram para alcançar aprovação daqueles necessitados, nem para alcançar mérito diante de Deus. Não foi por interesse, mas porque isto faz parte da sua natureza redimida, pois “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10). Mas agora, eles se conscientizaram de que Cristo estava envolvido naquele processo, e foi a Ele que as fizeram.
V.41 - Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos
de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
V.42 - Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
V.43 - sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes;
V.44 - E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com
sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?
V.45 - Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes
de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.
V.46 - E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.
A enérgica e rigorosa ordem de Jesus, no V.41, para se apartarem d’Ele os que estão à sua esquerda, impediu-os de apresentar qualquer justificativa para a sua atitude de omissão, como fizeram aqueles falsos profetas em 7:22. Antes, seguiu-se uma explicação dos fatos, sem possibilidade de contra argumentação, diante dos motivos expostos por jesus em resposta à pergunta levantada por eles. Aqui está também uma severa advertência contra o pecado da omissão (Tiago 4:17). Ele assume assim, a Sua autoridade divina, que não pode ser contestada. Ele já havia predito isto em João 5:27-29. Agora, então, Ele é descrito como Rei, entronizado em glória, assumindo o Seu mandato de Juiz sobre todas as nações (V.31-32; Atos 17:31). Por isso, Ele pode pronunciar a sentença de castigo eterno para os malditos que estão à sua esquerda, destinando-os para o fogo eterno, que é o lago de fogo e enxofre, preparado para o diabo e seus anjos (Apocalipse 20:10), e pode também conferir vida eterna aos justos que estão à Sua direita.