segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

JESUS, O SALVADOR DOS HUMILDES

                                                 JESUS, O SALVADOR DOS HUMILDES
                                            LUCAS 10:21-24(Mateus 11:25-27)

V.21 – Naquela hora exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou,
            ó Pai, Senhor do céu e da terra porque ocultaste estas cousas ao sábios
            e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim
            foi do teu agrado.
V.22 – Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão
            o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a
            quem o Filho o quiser revelar.

A passagem de Lucas sobre esse episódio é particularmente interessante, porque liga as palavras de Jesus ao contexto da missão dos setenta e à volta deles. O fato d’Ele ter-se alegrado tanto com o resultado daquele trabalho missionário, a ponto de Lucas dizer que Ele “exultou no Espírito Santo”, levou-o o Filho de Deus a dar graças ao Pai por ter revelado tantas cousas àqueles pequenos discípulos, cousas que não foram reveladas aos sábios e entendidos. Estes tipos de pessoas pensam que podem chegar ao conhecimento da mente de Deus pela lógica humana, sem auxílio da revelação, ao contrário dos pequeninos que recebem a Palavra com a mente aberta e disposta em qualquer tempo. Aqueles preocupam-se com o que é natural, e não percebem o sobrenatural, mas, para os pequeninos o sobrenatural é tão real como o natural.
Os sábios referidos nesta passagem são os filósofos que buscam sabedoria humana ( I Coríntios 1:21b; cf Atos 17:18), e os entendidos são os especialistas em negócios deste mundo ( Salmo 73:12). Esta passagem ensina que, ser cristão não significa simplesmente conhecer a Deus e a Cristo intelectualmente. É necessária a revelação de Deus e a experiência de vida com Ele. A grande alegria de Jesus pelo fato de Deus agradar-se em revelar-se aos seus discípulos mostra a unidade de pensamento e de propósito do Pai e do Filho (João 5:19).
O V.22 fala de uma relação íntima e profunda entre o Pai e o Filho, que o espírito humano não pode perscrutar e nem entender. Somente Eles se conhecem entre Si. Jesus chama-se a Si mesmo de Filho, somente três vezes nos Evangelhos Sinóticos. Duas vezes nestas passagens de Mateus e Lucas, e uma única vez em Marcos 13:32, quando explica que nem o Filho sabia da hora da Sua vinda, mas somente o Pai. O Evangelho de João é que dá maiores informações sobre o relacionamento entre Eles, a começar por 1:1, 14, que é o fundamento de tudo e leva o Filho a afirmar: “Quem me vê a mim vê o Pai...” (João 14:9; cf 10:30). Portanto, para conhecer a Deus é necessário olhar para Jesus e analisar tudo o que Ele falou e tudo o que Ele fez. O V.22 de Lucas adiciona que Ele revela o conhecimento necessário de Deus a quem Ele quiser. Mas isto está reservado para aqueles que o amam (João 14:22-24).
Por causa da afinidade das palavras de Jesus relatadas por Mateus e Lucas neste contexto, com passagens do quarto Evangelho, este trecho é conhecido como um “seguimento do Evangelho de João dentro dos Sinóticos”.

V.23 – E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-
           aventurados os olhos que vêem as cousas que vós vedes.
V.24 – Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes,
           e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram.

Depois da oração de Jesus no V.21 que, ao que parece, foi feita na presença de outras pessoas, Ele tem uma palavra para os discípulos em particular: Aqueles discípulos assistiam, naquele momento, à exaltação do Messias, o cumprimento e a revelação do propósito de Deus que, em tempos passados, era apenas uma esperança que grandes vultos da história bíblica, como profetas e reis, almejavam presenciar, mas não puderam (cf João 8:56; Romanos 16:25-27; Hebreus 11:13). Apesar do privilégio que isto significa, os discípulos também não podiam compreender todo esse mistério (cf 9:45; 18:34; 24:44-45).
A passagem paralela de Mateus a estes Vs.23 e 24 de Lucas, encontra-se em outro contexto, a saber, em 13:16-17.