sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

JESUS ENTREGUE AOS SOLDADOS

                                               JESUS ENTREGUE AOS SOLDADOS
                                        MARCOS 15:16-20   (Mateus 27:27-31)

V.16 – Então os soldados o levaram para dentro do palácio, que é o pretório,
            e reuniram todo o destacamento.
V.17 – Vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos,
            lha puseram na cabeça.
V.18 – E o saudavam, dizendo: Salve, rei dos judeus!
V.19 – Davam-lhe na cabeça com um caniço, cuspiam nele e,
           pondo-se de joelhos, o adoravam.
V.20 – Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe a púrpura
           e o vestiram com as suas próprias vestes.
           Então conduziram Jesus para fora, com o fim de o crucificarem.

Agora, depois de receber os açoites, Jesus se encontra sob o tratamento da guarda palaciana de Pilatos. Seiscentos soldados escolhidos formavam o destacamento que guardava o palácio do governador em Jerusalém, o chamado Pretório. Esta era a sua residência oficial na cidade. Ali ele dava audiências e lavrava sentenças. Os soldados levaram Jesus lá para dentro, reuniram o destacamento e, enquanto se preparava a cruz, ele sofreu uma série de abusos que de costume eram praticados contra todos os condenados à morte. Mas algo de muito singular se passava no tratamento dado a Jesus. Era a crueldade dos soldados, ou da Corte Italiana, ou de províncias que não a Judéia. Semelhante crueldade devia ter um fundo de sentimentos contrários a judeus, e de lealdade a César e às águias do Império Romano.
A única idéia que conseguia impressionar aquelas mentes rústicas de homens terrenos e naturais era a acusação de que Jesus era um possível rival de César, porque ele afirmava ser Rei. Por isso o olhavam com desprezo e o humilhavam. Vestiram-no com um manto de púrpura escarlate como se fosse um manto real; colocaram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que representava a coroa de louros usada pelos imperadores e puseram-lhe na mão direita um caniço, como se fosse um cetro de rei. Assim escarneciam dele, saudando-o com a expressão: “Salve, Rei dos judeus!”, ajoelhando-se diante d’Ele, como se fosse diante de César. Depois tomaram o caniço e começaram a bater-lhe na cabeça, sobre a coroa de espinhos. Toda esta pantomima era impregnada de uma arrogância que se evidencia nos gestos de fazerem mesuras diante dele, e de cuspirem nele. Estas grosserias feitas a um condenado tinham também a finalidade de excitar psicologicamente os soldados, criando neles a disposição necessária para aplicar ao réu a pena de morte. Terminada a preparação da cruz, seguindo a praxe, um destacamento de quatro soldados comandados por um centurião conduziu Jesus para fora, com o fim de o crucificarem.
As atrocidades praticadas contra Ele, que devem ser vistas por todo cristão como o que existe de mais repugnante, e a humildade com que ele tudo suportou só podem ser compreendidas do ponto de vista seguinte: por um lado, a atividade do inimigo que usa todos os meios com o fim de impedir o plano de Deus de salvação do homem; e por outro lado, a longanimidade de Deus Pai, Todo Poderoso ao lado do Filho obediente, até completar a obra redentora. Com isto conferem as palavras do profeta que diz: “Não desanimará nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina” (Isaías 42:4).