terça-feira, 13 de janeiro de 2015

JESUS ENSINA A NECESSIDADE DO SOFRIMENTO, MORTE E RESSUREIÇÃO DO MESSIAS

                   JESUS ENSINA A NECESSIDADE DO SOFRIMENTO, MORTE E
                                             RESSUREIÇÃO DO MESSIAS
                            MATEUS 16:21-23       (Marcos 8:31-33; Lucas 9:22).

V.21 – Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que
            lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas cousas dos
            anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e
            ressuscitado no terceiro dia.
V.22 – E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo dizendo: Tem
            compaixão de ti, Senhor; Isso de modo algum te acontecerá.
V.23 – Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda! Satanás; tu és para mim
            pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus, e, sim, das
            dos homens.
A passagem por Cesaréia de Filipe representa um ponto de inflexão no ministério de Jesus que, a partir daí, toma um novo rumo. Daí por diante, Ele passa a aproximar-se mais de Jerusalém, onde exercerá uma parte importante do seu ministério. Ele passa a preparar os discípulos, tanto para compreenderem o seu sacrifício, como para se conscientizarem do martírio deles mesmos. Ele passa, também, a enfrentar os adversários mais energicamente, e os ensinos aos discípulos são mais intensificados. Estes fatos são evidentes nos três Evangelhos Sinóticos.
No V.21 Jesus mostra os próximos quatro passos necessários a cumprir na Sua vida e no Seu ministério para poder completar a obra à qual Ele fora enviado. São eles:

1 – Seguir para Jerusalém
2 – Sofrer muitas cousas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas
3 – Ser morto, ou (assassinado)
4 – Ressuscitar no terceiro dia

Mesmo assim, Pedro, tomando a dianteira e mostrando o sentimento de  todos os discípulos, chamou-O à parte, tentando convencê-lo a não se expor e tais perigos. Esta era, realmente uma proposta para desviá-lO do propósito com que Ele veio ao mundo (18:11; Lucas 19:10). Naquele momento o discípulo era um tropeço para o Mestre. A expressão de Pedro: “Tem compaixão de ti, Senhor” representa uma forte contra-proposta ao que Jesus estava dizendo. Esta expressão é a tradução de um idiomatismo usado tanto no Velho como no Novo Testamento. O que Pedro disse, em Grego é: “hileös soi kúrie”, e o significado é aquele dado acima. É bem verdade que os discípulos não podiam avaliar corretamente, de antemão, todas aquelas cousas pelas quais o Mestre devia passar, conforme ele anunciava. Nós, porém, que já tomamos conhecimento de tudo o que aconteceu e como aconteceu, podemos calcualr melhor o peso daquela calamidade.O conselho de Pedro faz lembrar a proposta de Satanás no deserto, e a resposta que Jesus lhe deu: “Retira-te Satanás” (4:8-10). Não é de estranhar que Jesus desse a mesma resposta a Pedro. Isto não significa dizer que Pedro era Satanás. Ele apenas reconheceu que o mesmo que falou no deserto, falava agora por intermédio de um discípulo, usando a mente de um homem para fazer uma proposta humana e, não uma proposta divina.
Há algumas cousas importantes a observar sobre os quatro itens mencionados acima.
Quanto aos anciãos, aos principais sacerdotes e aos escribas, eles era os que compunham a suprema corte de Israel em Jerusalém, que é o Sinédrio. A condução dos destinos da nação ficava nas mãos dos anciãos que alcançavam esse posto, pela experiência, por serem mais idosos, como os atuais senadores dos governos. Embora, no passado eles devessem ser descendentes de Arão (Números 3:10), pouco antes e pouco depois do início da era cristã, eles eram nomeados conveniência do governo, conforme as circunstâncias políticas. É o caso de Anás e Caifás. O primeiro foi nomeado Sumo-Sacerdote no ano 6 e deposto no ano 15 A.C. Era sogro de Caifás que exerceu o cargo de Sumo-Sacerdote entre 1 e 36 D.C., aproximadamente, quando foi deposto por Vitélio, governador de Síria. Anás nunca perdeu a honra de ser considerado Sumo-Sacerdote, e trabalhava ao lado de Caifás. Ambos estavam presentes no julgamento de Jesus (João 18:12, 13, 19, 24, 28), e nas perseguições aos apóstolos, conforme registram os primeiros capítulos de Atos (4:1-7; 5:17-18).