JESUS ENSINA A HUMILDADE
LUCAS 22:24-30
V.24 - Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o
maior.
V.25 - Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que
exercem autoridade são chamados benfeitores.
V.26 - Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o
menor; e aquele que dirige seja como o que serve.
V.27 - Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é
quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve
Alguns meses antes dessa semana em Jerusalém, levantou-se uma discussão entre os apóstolos, sobre qual deles seria o maior. Foi quando eles demonstraram incapacidade de expelir o demônio de um rapaz (9:46-48). Mateus 20:20-28 e Marcos 10:35-41 falam de uma disputa similar, mas não registram esta que aconteceu na noite da ceia. Muitos dos ensinos que Jesus deu nesta ocasião e que são lembrados por Mateus e Marcos estão incluídos no presente relato de Lucas. O mesmo conceito de serviço que Jesus transmite nesta passagem de Lucas está incluído em João 13:12-20, em conexão com a lavagem dos pés dos discípulos, relatada exclusivamente por João, naquela comemoração da Páscoa.
É incompreensível que os discípulos estivessem disputando a primazia num momento em que Jesus falava do Seu sofrimento, em que Ele anunciava que seria traído e que os próprios apóstolos questionavam entre quem seria o traidor (cf Vs.15, 21-23). Diante desta situação Jesus mostra a diferença do conceito de grandeza entre os governos do mundo gentio e o conceito que Ele deseja que tenham os Seus seguidores no Seu reino.
Todos os cidadãos em Israel conheciam o tratamento do governo romano com os povos subjugados. A distância que separa um governador de um subjugado é que o leva a ser considerado grande. Muito embora eles fossem chamados benfeitores, pois construíam grandes obras, embora com recursos de pesados impostos, eles eram considerados grandes, por causa da arrogância e por causa do número de subordinados que os serviam. Mas, entre os discípulos de Jesus, não podia ser assim. Antes, alguém é considerado grande, não pelo número de pessoas que o servem, mas pelo número de pessoas que ele serve. O que quiser ser o primeiro será servo de todos (Mateus 20:27) e quem quiser tornar-se grande, será esse que sirva os outros (Marcos 10:43).
No V.27 Jesus esclarece que Ele está a serviço de todos, apesar de ser o Senhor. Este exemplo de humildade deve ser seguido por Seus discípulos.
V.28 - Mas vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas provações;
V.29 - e assim como meu Pai me conferiu domínio, eu vo-lo confiro a vós;
V.30 - para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.
Os apóstolos viram de perto quanta provação e tentação Jesus teve durante Seu ministério, para implantar o reino de Deus, e agora ia enfrentar a morte. Mas o Pai Lhe havia confiado um reino, isto é, o Pai O designou para implantar o reino pelo caminho de Deus que é o caminho de humildade, de esvaziamento de Si mesmo, de negação de Si mesmo e de serviço, como Ele estava prestando, de acordo com a parábola do V.27.
Assim, também, Jesus confiou a eles o reino, isto é, Ele os designou para servirem nele, do mesmo modo como Ele estava servindo. É desta maneira que eles estarão sentados com Cristo no banquete da comunhão dos santos na igreja e, futuramente, no reino celestial (Mateus 19:28). E mais: eles julgarão (terão autoridade para governar ou dirigir) as doze tribos de Israel, isto é, a igreja, o Novo Israel de Deus (Gálatas 6:16) por meio da doutrina que receberam do Mestre (Efésios 2:19-22).