sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

JESUS E OS APÓSTOLOS À MESA DA CEIA PASCAL

                                 JESUS E OS APÓSTOLOS À MESA DA CEIA PASCAL
                             LUCAS 22:14-18      (Mateus26,29; Marcos 14:17,25)

V.14 - Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos.
V.15 - E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa,
          antes do meu sofrimento.
V.16 - Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de
          Deus.
V.17 - E, tomando um cálice, havendo dado graças, disse: Recebei e reparti entre
          vós;
V.18 - pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira,
          até que venha o reino de Deus.

Este parágrafo é exclusivo do Evangelho de Lucas. O que ele descreve passou-se poucos minutos antes da instituição da ceia. A hora referida no V.14 é quinta-feira à tarde, após o pôr do sol. Eles estavam reclinados em divãs à mesa, para comer, conforme o costume da época. Neste trecho estão registradas palavras de Jesus, que não constam dos outros Sinóticos (V.15), e outras que foram incluídas neles, no relato da instituição da ceia (V.18-cf Mateus 26:29; Marcos 14:25).
O ansioso desejo de Jesus de comer aquela páscoa com os apóstolos é explicado pelo apóstolo João no primeiro verso do capítulo 13 do seu Evangelho, que dá informações sobre algo que aconteceu antes da instituição da ceia: Jesus sabia que era chegada a Sua hora de sair deste mundo e passar para o Pai, enquanto aqui permaneceriam aqueles que Ele amou até o fim, isto é, até a morte (João 13:1; 17:1). Isto se refere a todos os seus discípulos, porque fala do Seu sacrifício na cruz. Esta passagem mostra as emoções e os sentimentos relativos à natureza humana de Jesus, ao lado da Sua natureza divina (Lucas 19:41; João 4:6; 11:35).
O cumprimento da Páscoa no reino de Deus (V.16) corresponde ao sacrifício de Cristo na cruz, tipificado pelo cordeiro da Páscoa celebrada na saída do Egito, conforme Êxodo 12:5-7. I Coríntios 5:7 interpreta Jesus como o nosso Cordeiro Pascal. Assim, o novo conceito de que a nossa páscoa é investida, é o de livramento do pecado (Mateus 26:28; Efésios 1:7).
Do V.18 deduz-se que desde o estabelecimento da igreja em Pentecoste, Jesus está presente com os discípulos, participando da celebração da ceia.
O cálice que Jesus tomou com ações de graça era um dos quatro cálices usados na cerimônia tradicional dos judeus para a comemoração da Páscoa (veja descrição detalhada desta comemoração, no comentário do Evangelho de Marcos, página 106, deste mesmo blog), provavelmente o terceiro cálice.
A vinda do reino de Deus a que se refere o V.18 corresponde à manifestação poderosa do Espírito Santo no dia de Pentecoste, quando foi estabelecida a igreja, e foi implantado o reino de Deus na terra (cf Daniel 2:34-35; Marcos 9:1; Lucas 22:29; Atos 2; Hebreus 12:28; I Pedro 2:9; Apocalipse 1:5-6).
Para complementar o estudo dos dois últimos dias de Jesus com os apóstolos, antes do Seu sofrimento, aconselhamos a leitura do evangelho de Marcos, capítulo 14, verso 1 a 52, neste mesmo blog.