JESUS AINDA OUTRA VEZ PREDIZ A SUA MORTE E RESSURREIÇÃO
MARCOS 10:32-34 (Mateus 20:17-19; Lucas 18:31-34)
V.32 - Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus
discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões. E
Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas
que lhe deviam sobrevir, dizendo:
V.33 - Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o
entregarão aos gentios;
V.34 - hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três
dias, ressuscitará.
São nove as passagens dos Evangelhos sinóticos em que Jesus previne os discípulos da Sua morte e ressurreição. Três em cada um deles. Também são três as razões destas informações. A primeira é corrigir a ideia errônea de que Ele, como Messias, iria implantar imediatamente o reino de Deus na Terra, restaurando o reino a Israel, conforme ao que imaginavam os judeus de modo geral (cf Atos 1:4-6).
Ora, os discípulos tinham reconhecido, havia pouco tempo que Jesus era o Messias (Mateus 16:14-15). A segunda razão era mostrar aos discípulos que o Messias vinha com o propósito de entregar a Sua vida em resgate por muitos (Marcos 10:45), o que incluía o Seu sofrimento, morte e ressurreição. A terceira razão era prepará-los para aceitarem a idéia de que eles também iriam passar por tais sofrimentos, como Ele mesmo teria que suportar.
O nosso objetivo agora é catalogar estas informações dadas por Jesus em fases diferentes do Seu ministério, analisá-las e verificar o cumprimento das mesmas, depois que tudo aconteceu.
A primeira vez que Ele falou sobre este assunto está registrada em Mateus 16:21; Marcos 8:31 e Lucas 9:22. Isto ocorreu na Sua passagem pela região de Cesaréia de Filipe. O que Mateus recorda a esse respeito?
- Era necessário Ele ir para Jerusalém.
- Ele ia sofrer muitas cousas do anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas.
- Ele seria morto.
- Ele ressuscitaria no terceiro dia.
O que Marcos recorda a esse respeito?
- Era necessário que o Filho do homem sofresse muitas cousas.
- Que fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas.
- Que Ele seria morto.
- Que Ele ressuscitasse ao terceiro dia.
O quê Lucas recorda a este respeito?
- É necessário que o Filho do homem sofra muitas cousas.
- Seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas.
- Seja morto.
- E no terceiro dia ressuscite.
A segunda vez que Ele profetizou sobre estas cousas está registrado em Mateus 17:22-23, Marcos 9:30-32 e Lucas 9:43b-45.
O que Mateus recorda a este respeito?
- O Filho homem está para ser entregue nas mãos dos homens.
- Estes o matarão.
- Mas ao terceiro dia ressuscitará.
O que Marcos recorda a esse respeito?
- O filho do homem será entregue nas mãos dos homens.
- Estes o matarão.
- Mas três dias depois da Sua morte, ressuscitará.
O que Lucas recorda a este respeito?
- O filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens.
A terceira vez que Ele se pronunciou sobre esse assunto está registrado em Mateus 20:17-19; Marcos 10:32-34; Lucas 18:31-34. Isto ocorreu na subida para Jerusalém, antes da entrada triunfal, cerca de uma semana antes da Páscoa.
O que Mateus recorda a esse respeito?
- Estamos subindo para Jerusalém.
- O Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas.
- Eles o condenarão a morte.
- E o entregarão aos gentios.
a) Para ser escarnecido
b) Para ser açoitado
c) E ser crucificado
d) Mas ao terceiro dia ressurgirá
O que Marcos recorda a esse respeito?
- Estamos subindo para Jerusalém.
- O Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas.
- Condená-lo-ão a morte.
- E o entregarão aos gentios
- Hão de escarnecê-lo.
- Cuspir n’Ele.
- Açoitá-lo
- E matá-lO
- Mas depois de três dias ressuscitará
O que Lucas recorda a esse respeito?
- Estamos subindo para Jerusalém.
- Vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas, no tocante ao Filho do homem.
- Será entregue aos gentios.
- Escarnecido.
- Ultrajado.
- E cuspido.
- Depois de o açoitarem.
- Tirar-lhe-ão a vida.
- Mas ao terceiro dia ressuscitará.
Agora vamos fazer o resumo dos fatos profetizados e mostrar o cumprimento dos mesmos. O cumprimento é indicado pelas passagens colocadas entre parênteses, em seguida aos fatos.
- Ir ou subir para Jerusalém (Mateus 20:17; Marcos 10:32; Lucas 18:31)
- Sofrer muitas cousas, ser entregue nas mãos dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas e ser rejeitado por eles. Refere-se ao longo processo de julgamento que resultou na sua condenação à morte (João18:1-19:16; Mateus 26:47-50; Marcos 14:60-64).
- Ser entregue nas mãos dos homens. Isto se refere ao fato de que um dos pertencentes ao grupo de discípulos entregá-lo-ia aos seus adversários e às autoridades dos judeus referidas em Lucas 24:20; cf 20:20 (Mateus 26:14-16, 47-50; Marcos 14:43-46; Lucas 22:47-48,52-53; João 13:21; 18:12-13).
- Ser entregue aos gentios.
Os sacerdotes condenaram Jesus à morte, mas eles mesmos não podiam matá-lO. Embora eles O acusassem de blasfêmia contra Deus (cf Levítico 24:16), eles poderiam apedrejá-lO. Havia outras implicações com as leis romanas e eles não podiam legalmente e oficialmente aplicar a pena de morte a ninguém. Mas Jesus já havia profetizado que a Sua morte não seria nos moldes dos judeus, mas seria nos moldes romanos, levantado numa cruz (João 12:32). Então eles O levaram a Pilatos, o governador gentio. Este, depois de muita hesitação, entregou-O para ser açoitado e crucificado (Mateus 27:1-2,26; João 18:28-19:16). Pilatos temeu os judeus que o acusavam de ser infiel a César (João 19:12).
- Ser entregue aos gentios que hão de
a) escarnecê-lO, ultrajá-lO (insultá-lO), e cuspir n’Ele (Mateus 27:27-31; Marcos 15:16-20; Lucas 22:63-65; João19:2-3).
b) açoitá-lO (Mateus 27:26; Marcos 15:15; João 19:1).
c) matá-lO ou tirar-lhe a vida (João 19:16,30; Mateus 27:50; Marcos 15:37; Lucas 23:46; cf Atos 2:23; 4:10; Apocalipse 5:12).
- Depois de três dias ressuscitará (Mateus 28:5-10; Marcos 16:5-7; Lucas 24:6,7,24; João20:1-18; I Coríntios 15:3-4)
A análise destas predições de Jesus sobre o Seu sofrimento, morte e ressurreição como foram registrados nos quatro Evangelhos, mostra que tudo se cumpriu literal e rigorosamente, sem exceção de qualquer detalhe. Isto comprova a inspiração do Espírito Santo, guiando os escritores nos seus relatos, e a presciência de Jesus dos fatos inerentes ao propósito que Ele veio cumprir, de redimir os filhos de Deus pelo Seu sacrifício na cruz.
A Ele seja a glória pelo século dos séculos. Amém!
