terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ESTÍMULO AOS DISCÍPULOS

                                               ESTÍMULO AOS DISCÍPULOS
                                                      MATEUS 10:24-33

V.24 – O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu
           Senhor.
V.25 – Basta ao discípulo ser como o seu senhor, e ao servo como o seu senhor.
           Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus
           domésticos?
V.26 – Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser
           revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.
V.27 – O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao
           ouvido, proclamai-o dos eirados.

A partir do V.24 Jesus passa a mostrar, numa visão panorâmica, tudo o que acontecerá aos discípulos desde a queda de Jerusalém, até o final dos tempos. Note-se agora a palavra “discípulo” usada no início deste trecho e também no último verso. Isto significa instruções não mais aos doze, mas até aos seus pequeninos discípulos (V.42). Isto envolve a igreja no seu caráter missionário em todos os tempos. Este assunto encerra-se no V.42.
Nos Vs.24 e 25 Jesus previne Seus discípulos para o tratamento que devem esperar no exercício do seu ministério. Se Ele, que era o Mestre e Senhor, foi afrontado pelos seus inimigos e até comparado com Belzebu, o que não acontecerá com os discípulos? Belzebu era deus da cidade de Ecrom          (II Reis 1:2) e era comparado ao principal dos demônios (Mateus 12:24). Naquela cidade ele era reputado como o demônio capaz das mais torpes imundícias. O seu nome era palavra profundamente ofensiva, porque apontava, entre os deuses, o mais nefando de todos. Assemelhando Cristo a ele, seus inimigos praticavam o maior abuso e escárnio possíveis, cometendo o terrível pecado contra o Espírito Santo (Marcos 3:22,29-30).
Na comparação feita por Jesus no V.25, Ele se mostra como o dono da casa e os discípulos, como os Seus servos. Portanto, as ameaças não iriam parar por ali, mas atingiriam toda a família ligada a Ele.
Jesus encoraja os discípulos a não terem medo das ameaças e das injúriasque irão receber, porque todas as cousas serão postas às claras.Tanto o propósito dos discípulos como as intenções dos seus perseguidores virão a tona. Haverá um dia de julgamento em que estes fatos serão confrontados e a verdade será revelada (cf 12:41). Portanto os discípulos são estimulados pelo Mestre a repassar livremente ao público tudo o que tiverem ouvido e aprendido d’Ele. O eirado a que se refere o V.27 é o terraço da cobertura da casa, lugar proeminente, que todos podiam ver (cf II Samuel 16:22).

V.28 – Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei
            antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o
            corpo.
V.29 – Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra
            sem o conhecimento de vosso Pai.
V.30 – E quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados.
V.31 – Não temais pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais.

Um novo estímulo de Jesus aos discípulos é referente aos danos físicos que os inimigos podem causar, podendo chegar até à morte. Mas estes danos não conseguem prejudicar a alma. A morte física ou temporal é passageira e incomparavelmente inferior à morte eterna. Por isso não se deve temer os homens. Digno de temor é Deus, que tem poder para mandar para o inferno, tanto o corpo, como a alma, onde ambos perecerão. Nesta passagem Jesus está confirmando que haverá ressurreição, tanto de justos, como de ímpios, pois, vivos e mortos passarão pelo julgamento de Deus, e receberão o destino que Ele determinar para cada um, seja para a vida, seja para a condenação eterna (João 5:28-29; Atos 24:15).
Continuando a encorajar os discípulos, Jesus fala também do cuidado que Deus tem por eles. Em termos de comparação de valores, o Mestre traça um paralelo entre os discípulos e os pardais, através de uma parábola em que dois pardais são avaliados em um “asse”, moeda de pequeno valor. Jesus afirma que, se Deus está atento à vida destas pequenas aves de tão pequeno valor, quanto mais Ele cuidará da vida dos Seus filhos, que valem muito mais do que muitos pardais. Ele controla até os cabelos das nossas cabeças!
Afinal de contas, não há razão de ter medo do que os homens possam fazer aos discípulos de Cristo, em primeiro lugar, porque eles não podem causar, senão, danos relativamente pequenos e passageiros aos filhos de Deus. Além disso Deus está cuidando permanentemente e totalmente dos Seus filhos.

V.32 – Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu
           o confessarei diante de meu Pai que está nos céus;
V.33 – mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei
           diante de meu Pai que está nos céus.

Estes versos falam seriamente do nosso compromisso com Cristo. O verbo confessar usado por Jesus aqui (homologeö), corresponde às palavras usadas em I Timóteo 6:12-13; I João 2:23 e Romanos 10:10. Significa reconhecer Jesus como Senhor, que a nossa salvação depende d’Ele, e expressa a nossa união com Ele em quaisquer circunstâncias. Esta profissão de fé deve ser mantida na comunhão da igreja, nas nossas atitudes e na nossa conduta em todo lugar e diante de quaisquer pessoas. Cristo não consente que Seus discípulos se envergonhem d’Ele, nem que O neguem, isto é, que neguem a fé n’Ele. Muitos cristãos foram martirizados porque O confessaram até à hora da morte. Por exemplo, Estevão e Tiago mortos em Jerusalém (Atos 7:54-60; Atos 12:1-2) e Pedro e Paulo, executados em Roma.
Os V.32 e V.33 exprimem o princípio lógico da “confissão e negação” e suas consequências, conforme Jesus esclarece.