sábado, 10 de janeiro de 2015

JESUS ENSINA NO TEMPLO

                                                   JESUS ENSINA NO TEMPLO
                                    MATEUS 21:14-17      (Lucas 19:47-48; 21:37-38)

V.14 - E chegaram-se a ele no templo cegos e coxos, e ele os curou.  
V.15 - Vendo, porém, os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que
          ele fizera, e os meninos que clamavam no templo: Hosana ao Filho de
          Davi, indignaram-se,  
V.16 - e perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes
          Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de
          peito tiraste perfeito louvor?  
V.17 - E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite. 

LUCAS 19:47-48

V.47 - E todos os dias ensinava no templo; mas os principais sacerdotes, os
          escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo;  
V.48 - mas não achavam meio de o fazer; porque todo o povo ficava enlevado ao
          ouvi-lo.  

LUCAS 21:37-38

V.37 - Ora, de dia ensinava no templo, e à noite, saindo, pousava no monte
          chamado das Oliveiras.  
V.38 - E todo o povo ia ter com ele no templo, de manhã cedo, para o ouvir.

Embora as passagens referentes a este tema não sejam exatamente paralelas, elas fazem parte do mesmo contexto histórico e cronológico. Por isso, vamos considerá-las conjuntamente.
A cura dos cegos e coxos que vieram a Jesus após a purificação do Templo aponta para o contraste entre o verdadeiro culto a Deus praticado pelo Mestre, e a falsa religiosidade reinante naquele ambiente sagrado. O próprio sumo-sacerdote e sua família monopolizaram o mercado financeiro dos cambistas e o comércio de animais para sacrifícios. Isto dava margem a irregularidades na troca de moedas para aquisição de animais, na própria aquisição dos mesmos, e na própria compra destes, pois os cambistas cobravam altas taxas de câmbio e os animais eram vendidos a preços exorbitantes.
Tiago, o irmão do Senhor Jesus esclarece em sua carta que a verdadeira adoração a Deus consiste em amor, misericórdia e de santidade de vida (Tiago 1:27). Os mais caros e suntuosos sacrifícios feitos no Templo, num esquema de falsa religiosidade, não são para comparar a atitude do Mestre, de socorrer os necessitados que O procuravam (Oséias 6:6-7; Amós 5:21-24).
As próprias crianças, maravilhadas, aclamavam Jesus, repetindo o refrão ouvido na entrada triunfal: “Hosana ao Filho de Davi”. Isto doía nos ouvidos dos principais sacerdotes e escribas que não se incomodavam com o barulho do pregão dos vendedores e dos cambistas, que gritavam para atrair fregueses. Indignados, eles repreenderam Jesus, por causa daquelas aclamações, mas Ele lhes respondeu com a passagem do Salmo Messiânico 8:2, que Mateus cita da Septuaginta (V.16).
Mateus conclui a narrativa destes fatos, informando que Jesus deixou aquelas pessoas e foi para Betânia, onde pernoitou, ou onde se alojou. Como medida de segurança, Ele deve ter-se abrigado na casa de Marta, Maria e Lázaro.
Especialmente nesta última semana do Seu ministério que se passou em Jerusalém, Jesus teve intensas atividades, ensinando diariamente no Templo. Lucas informa que os principais sacerdotes e os escribas, Seus inimigos tradicionais, contavam agora com a adesão dos maiorais do povo para procurar eliminá-lO. Enquanto os principais sacerdotes e os escribas, e assim também, os fariseus eram os guias religiosos do povo, os maiorais do povo eram homens influentes da população, que viam Jesus como um revolucionário, capaz de arrastar o povo atrás de Si. Os sacerdotes enciumaram-se por ver a crescente autoridade de Jesus no Templo. Os escribas odiavam-nO pela oposição que Ele fazia à interpretação tradicional da Lei e, os maiorais do povo, temiam que Ele se tornar-se o líder que satisfizesse os anseios do povo, derrubando o governo constituído de Israel. Tudo isto mostra que Jesus representava uma ameaça para eles e a razão de quererem livrar-se d’Ele a qualquer custo. Esta era uma situação que os preocupava muito.
Mas Jesus não se deixava intimar pelo crescimento da oposição dentro das classes dominantes do governo. Ele sabia a hora certa em que a Sua carreira chegaria ao fim (João 13:1; 17:1). Por isso, Ele continuava ensinando no Templo, todavia, com cautela, para não ser apanhado antes do tempo.
Para concluir a narrativa das atividades de Jesus naquele recinto sagrado, na última semana do Seu ministério, Lucas informa que o Mestre ensinava todos os dias no Templo, mas, à noite, ia pousar no Monte das Oliveiras (21:37-38). O verbo “pousar” é tradução de “ëulízetö” do Grego, que significa também “acampar” ou ficar ao ar livre. Mas, também, pode significar “abrigar-se em algum lugar”. Havia no contorno do Monte das Oliveiras muitos redutos de pequenas populações, onde Jesus poderia passar a noite, sem chamar a atenção dos Seus inimigos. Somente na hora certa, Ele se deixou entregar (Mateus 26:48-50). Mas, naquela última semana, ele aproveitou ao máximo o Seu tempo e a disposição do povo que ia bem cedo, de madrugada ao Templo para ouví-lO.