quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

AS MULHERES QUE SERVIAM A JESUS

                                      AS MULHERES QUE SERVIAM A JESUS
                                                           LUCAS 8:1-3

v.1 – Aconteceu depois disto que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia
         em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os
         doze iam com ele,
V.2 – e, também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos
         malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram
         sete demônios;
V.3 – e Joana mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras,
         as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.

Esta é mais uma narrativa que só se encontra no Evangelho de Lucas.
Na introdução deste parágrafo Lucas indica que Jesus dá início a uma nova etapa do Seu ministério, que passa a ser um ministério itinerante.  Andando de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, Ele vai ensinando o Evangelho e proclamando o reino de Deus. As sinagogas já não o recebiam mais como antes e a oposição dos escribas e fariseus aumentava. Por isso a estratégia do Mestre mudou para visitas rápidas a povoados em que Ele se detinha o tempo suficiente para pregar as boas novas do Reino (Lucas 4:43). Incutir na mente do povo o ideal do reino dos céus pela pregação do Evangelho era tão importante naquela época como é, ainda hoje, e até a próxima vinda de Cristo, por causa da pressão exercida sobre a humanidade pelos dominadores deste mundo tenebroso (Efésios 6:12).
Além dos doze discípulos destacados em companhia de Jesus, havia ainda um grupo de mulheres das quais três são citadas pelos nomes: Maria Madalena, Joana e Suzana. As duas primeiras foram testemunhas da Sua ressurreição (Lucas 24:10). Além destas três havia muitas outras que seguiam a Jesus e lhe prestavam assistência com seus bens. A este respeito, convém informar que esta era uma prática comum e aceitável entre os judeus. Era considerado até mesmo um ato de devoção a Deus dar apoio financeiro a um Rabino.
Havia uma grande diferença de perfil entre estes seguidores de Jesus. Além dos discípulos, entre os quais havia aqueles que foram pescadores, um publicano, um zelote, um sem maldade (Natanael, João 1:47), um mal intencionado (Judas Iscariotes), havia também muitas mulheres. Maria Madalena era natural da cidade Magdala, nome que significa “a Torre”, e ficava situada ao sul da planície de Genesaré. Madalena foi libertada de uma terrível possessão demoníaca (sete demônios). Provavelmente ela sofria de fortes distúrbios mentais e emocionais, nada que indique um passado imoral. Embora se afirme que ela era uma linda mulher, não se deve imaginar que ela tivesse vivido dissolutamente e nem se deve confundi-la com a corajosa mulher que ungiu os pés de Jesus e foi perdoada por Ele (Lucas 7:38-39, 50).
Joana é apontada como mulher de Cuza, procurador de Herodes. Os procuradores eram pessoas que ocupavam cargo de alta confiança e responsabilidade na administração dos reis, porque administravam as propriedades particulares dos monarcas e cuidavam das suas finanças. Daí se pode medir a importância de Cuza na corte de Herodes, o desprendimento de Joana entre os seguidores de Jesus e a influencia da pregação do Evangelho do reino, subindo as escadarias do palácio real. Nada mais se sabe a seu respeito, além de que ela fazia parte deste grupo de mulheres que seguiam a Jesus e que O apoiavam com seus próprios recursos.
É digno de nota o poder do Evangelho de Cristo de transformar a vida de pessoas tão diferentes umas das outras, como estas, de modo que elas pudessem conviver em harmonia na presença de Jesus. Isto é um retrato do que deve acontecer sempre na igreja (Colossenses 3:15; Efésios 3:17).
Suzana é citada nesta passagem escrita cerca de 30 anos após a ocorrência destes fatos. Isto sugere que ela tenha ficado conhecida e, até mesmo, que ela pertencesse ao rol dos membros da igreja quando Lucas esteve na Judéia fazendo a pesquisa para escrever o seu Evangelho (Lucas 1:1-4).