sábado, 25 de abril de 2015

A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO DE JERUSALÉM

 A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO DE JERUSALÉM
 JOÂO 2:13-22

V. 13 – Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém.
V. 14 – E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e
             também os cambistas assentados;
V. 15 – tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem
             como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos
             cambistas, virou as mesas
V. 16 - e disse aos que vendiam pombas: Tirai daqui estas cousas; não façais             
             da casa de meu Pai casa de negócio.
V. 17 - Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito:
             O zelo da tua casa me consumirá.
V. 18 – Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras para fazeres
             estas cousa?
V. 19 – Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o
             reconstruirei.
V. 20 – Replicaram os Judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este
             santuário, e tu, em três dias o levantarás?
V. 21 - Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.
V. 22 - Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os
             seus discípulos de que ele dissera isso; e creram na Escritura e na
             palavra de Jesus.

Em 2° Crônicas 6:18-40 podemos observar a importância do Templo para a vida religiosa da nação de Israel, dos estrangeiros e dos peregrinos, especialmente no que se refere à oração e à adoração. Ali também eram feitos os sacrifícios. Ao chegar lá, Jesus observou que aquela casa havia-se tornado um centro de comércio ilegal, injusto e humilhante para os fiéis que vinham adorar a Deus durante os festejos da Páscoa. Era uma verdadeira afronta a Deus. O comércio de animais e o câmbio de moedas aconteciam no pátio dos gentios e provocava uma movimentação muito grande, acompanhada do barulho do pregão dos vendedores.
Os cambistas extorquiam as pessoas que precisavam de trocar moedas comuns por moedas legais do Templo para pagar seus sacrifícios. Os vendedores cobravam preços exorbitantes pelos animais, que só podiam ser adquiridos ali. Era intenso o alvoroço naquele ambiente. Além do barulho dos pregoeiros, o trânsito de pessoas e de animais puxados de um lado pra outro, não permitiam que aquele espaço fosse usado para a finalidade prevista que era a oração, a meditação e a busca do perdão de Deus por pessoas contritas (cf Lucas 18:9-14). Tudo isso impedia o uso daquela área para a comunhão com Deus, para a confissão de pecados,  para orações e ações de graça. Daí, a atitude de Jesus descrita nos versos 15 e 16.
Os versos 17 a 22 mostram a reação negativa dos judeus e positiva dos discípulos à atuação de Jesus ao purificar o Templo. O seu comportamento só poderia ser compreendido pelos judeus, se Ele fosse o Messias. Por isso Lhe pediram um sinal que comprovasse a Sua autoridade. A resposta de Jesus, que eles provavelmente não entenderam, foi que, sendo Ele morto, em três dias ressuscitaria, e então seria reconstruído o verdadeiro templo de Deus em que Ele seria adorado (em espírito e em verdade), como acontece na Sua igreja em todos os cantos do mundo, até hoje. Os próprios discípulos só vieram a compreender isto após a ressurreição, quando creram no que Ele dissera e no que dizem as Escrituras no Salmo 16:10 que diz: “Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”.
Com a purificação do Templo, Jesus dá um grito de alerta, desafiando o próprio coração do Judaísmo a uma completa mudança e ao abandono de toda aquela religiosidade acumulada durante muitos séculos.

V. 23 – Estando ele em Jerusalém durante a festa da Páscoa, muitos, vendo os
             sinais que ele fazia, creram no seu nome;
V. 24 – mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos
V. 25 – E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do
             homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.

Por causa dos milagres que Jesus fez durante a festa da Páscoa em Jerusalém, muitos judeus vieram a crer nele. Deveria Ele admiti-los como discípulos do mesmo modo que acolheu aqueles que o seguiram desde os dias do Seu batismo, após a tentação no deserto? ( João 1:35-51 ). Mas Jesus que conhece a natureza humana não se deixou confiar a eles. A fé que Ele exige dos seus discípulos tem que ser mais profunda do que a fé emocional produzida pela simples observação de milagres.
É oportuno esclarecer que quando os Evangelhos falam dos judeus que se opunham a Jesus, eles se referem, geralmente, às autoridades judaicas, que eram os sacerdotes, os principais judeus (príncipes do povo ou chefes de famílias) e também aos escribas e fariseus. Portanto, não se trata do povo em geral que, quase sempre, estava a favor d’Ele.