segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA

                                                  A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
                                          MATEUS 18:10-14       (Lucas 15:3-7)

V.10 – Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos
           afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu
           Pai celeste.
V.11 - [Porque o Filho do homem veio salvar o que estava perdido.]
V.12 – Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se
           extraviar, não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar
           a que se extraviou?
V.13 – E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer
           sentirá por causa desta, do que pelas noventa e nove, que não se
           extraviaram.
V.14 – Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que se perca um só
           destes pequeninos.

No texto de Mateus este parágrafo está relacionado com o contexto anterior, que diz respeito ao tratamento que os discípulos de Jesus devem dispensar a outros discípulos, chamados pequeninos. No contexto de Lucas, a parábola da ovelha perdida faz parte de uma tríplice parábola que inclui também a da dracma perdida e a do filho pródigo (Lucas 15:3-32).
A exortação de Jesus no V.10, para não se desprezar nenhum dos pequeninos discípulos, tem como fundamento o fato de Deus dar tanta importância a eles, que Ele toma providencias específicas a seu respeito, por meio de anjos. Essa assistência divina é comprovada na Bíblia (I Reis 19:5,7; Atos 5:19; 12:7-8; 27:23-24; Hebreus 1:14). A doutrina do “anjo da guarda”, no Novo Testamento, toma alento nesta passagem.
Assim, um primeiro motivo para não desprezar os pequeninos é que eles têm os seus anjos na corte celestial, que não os desamparam, mas os observam e os guardam. E, quando algum deles se afasta, e depois volta ao convívio de Deus, todos se alegram com a notícia dessa volta. O V.11 é que abre as portas para esta parábola da ovelha perdida, enunciada nos Vs.12 e 13, a qual descreve o trabalho do Filho do homem, para salvar um pecador que se arrepende (Lucas 15:7). Mas existe um outro motivo mais relevante para isso, expresso no V.14 que diz: “...não é da vontade do vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos”.
A respeito da atitude do pastor deixar as noventa e nove ovelhas nos montes e sair em busca da perdida, não significa que ele as tenha abandonado lá. O que acontecia com os rebanhos em Israel é que eles eram formados com ovelhas de vários pastores, que pastoreavam juntos, e quando um saía, os outros guardavam o rebanho e podiam conduzi-lo até a aldeia. Quando voltava o pastor que saiu em busca da ovelha perdida, trazendo-a nos ombros, havia uma expressão de alegria geral de toda a aldeia, em sinal de congratulação com o heroico pastor que salvou a ovelha.
A afirmação de Jesus que o pastor sentirá maior prazer por causa da ovelha recuperada do que pelas noventa e nove que não se extraviaram, enfatiza a alegria pela recompensa do seu trabalho. Transportando o ensino para o plano real, isto mostra o valor que Ele atribui a alma do ser humano     (cf 16:26-27).Lucas 15:7 explica que a alegria provém do fato do pecador ter alcançado arrependimento, enquanto as outras noventa e nove não causam preocupação, porque já estão arrependidas e, portanto, estão seguras. Veja a conclusão da parábola do filho pródigo em Lucas 15:31-32, e também a referencia ao amor zeloso de Deus pelos seus filhos, quando ficam enamorados do mundo em Tiago 4:4-5. Nesta passagem a palavra ciúmes é sinônimo de zelo.