segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

JESUS ENSINA A TOLERÂNCIA E O AMOR ENTRE OS DISCÍPULOS

                  JESUS ENSINA A TOLERÂNCIA E O AMOR ENTRE OS DISCÍPULOS
                                      MARCOS 9:38-42    (Lucas 9:49-50; 17:1-2)

V.38 – Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expelia
            demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não
           seguia conosco.
V.39 – Mas Jesus respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça
            milagre em meu nome e logo a seguir possa falar mal de mim.
V.40 – Pois quem não é contra nós, é por nós.
V.41 – Porquanto, aquele que vos der de beber um copo de água em meu
            nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo
            algum perderá o seu galardão.
 V.42 – E  quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora
            que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e
            fosse lançado ao mar.

A história deste estranho exorcista, provavelmente diz respeito a um incidente ocorrido num momento em que Jesus não estava com os discípulos. Não nos são informadas as circunstâncias em que o fato aconteceu, mas, tão somente, que aconteceu. Em Atos 19:13ss é relatado um fato semelhante, com mais detalhes.
Aqui, os discípulos ficaram perturbados com o que viram, e tentaram, de algum modo, desencorajar o homem de continuar a praticar o exorcismo em nome de Jesus. Mas, de repente, acendeu uma luz de alerta na consciência de João. Por isso, ele está depondo o fato diante do Mestre, em tom de confissão, e espera o Seu veredito. A sentença é direta: “Não lho proibais”, e explica por quê: “...ninguém há que faça milagre em meu nome e logo a seguir possa falar mal de mim”. A coerência do ensino é mostrada no V.40: “Pois que não é contra nós é por nós”.
A seguir Jesus esclarece, por meio de uma clara e simples ilustração, que o verdadeiro discipulado abrange as cousas mais singelas e necessárias da vida humana: Qualquer que oferecer um copo de água a um discípulo, por ser um seguidor de Cristo, de maneira nenhuma deixará de ser recompensado. Isto significa que Cristo deve ser servido nos mínimos detalhes. Assim, o genuíno cristianismo expressa-se de todos os modos convenientes, em quaisquer circunstancias em que se encontrarem os discípulos.
Pedras de tropeço existem de todos os tamanhos, desde as menores, até as maiores, com as quais se pode fazer tropeçar um pequeno crente. Com a hipérbole da pedra de moinho que pesa centenas de quilos amarrada ao pescoço do infrator para levá-lo ao fundo do mar, Jesus quer enfatizar o perigo de se colocarem obstáculos no caminho dos pequeninos discípulos que querem seguí-lO.
As exortações do Senhor Jesus não param por aqui. Elas se estendem até o final do capítulo, no Verso cinquenta. Para compreensão dos Vs.43 a 48, consultar o comentário de Mateus 5:29-30. Deve-se porém, observar que o texto de Marcos está inserido num contexto diferente do de Mateus, e que a lição deve ser aplicada de acordo com cada contexto. Mateus aplica-a para o problema do adultério, e Marcos, para o problema de considera-se grande no reino de Deus, e da tolerância e o amor devidos aos pequeninos discípulos, para não lhes causar tropeço.
Quanto ao ser salgado com fogo, como diz o V.49, há duas ideias incluídas na passagem. A primeira é a do sal. Metaforicamente este é o ingrediente necessário para conservar a sanidade espiritual do discípulo (veja comentário de Mateus 5:13). A segunda ideia é a do fogo que purifica, aperfeiçoa e confirma a fé do discípulo (I Pedro 1:7, 4:12-14) e dá o fervor necessário para deixar a inclinação para o mal, ainda tolerada pelos discípulos (cf Lucas 9:54). Quando os discípulos são salgados com fogo, eles são aceitos por Deus (Levítico 2:13) e podem ter paz uns com os outros. Caso contrário, devem observar a severa exortação de Jesus, sobre o fogo ameaçador do inferno, aludido em todos os versos anteriores, desde o 43 até o 48.