sábado, 10 de janeiro de 2015

A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA

                                               A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA
                                                            LUCAS 14:15-24

V.15 - Ora, ouvindo tais palavras, um dos que estavam com ele à mesa, disse-
           lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus.

Enquanto ainda estavam no banquete na casa daquele fariseu importante, um homem que prestou atenção às palavras de Jesus, e que estava na mesma mesa que Ele, exclamou: “Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus”. Este homem presumia estar incluído entre os que participariam da alegria dos justos no reino Messiânico. Esta afirmação deu oportunidade a Jesus para pronunciar a parábola que se segue, a qual avalia a presunção daquele homem.
Mateus 22:1-10 traz uma parábola semelhante, mas a de Lucas apresenta características que apontam para uma fonte diferente (cf Lucas1:1-4). A parábola deixa claro que ninguém é salvo por iniciativa própria, mas por convite da graça de Deus. Todavia, o convite de Deus é mais do que um simples convite. É uma notificação ao pecador para que se arrependa e que se submeta a Jesus, porque Ele foi ressuscitado dentre os mortos, como prova diante de todos, que Ele foi constituído Juiz por Deus, para julgar o mundo (Atos 17:30-31). Portanto não cabe ao pecador convidar Jesus para habitar no seu coração e ser salvo. Antes ele é exortado a reconhecer a gravidade do pecado, e a necessidade de arrependimento, enquanto está sendo convidado a ir a Jesus e submeter-se a Ele para ser salvo.

V.16 - Ele, porém, respondeu: Certo homem deu uma grande ceia e convidou
           muitos.
V.17 - À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde,
           porque tudo já está preparado.
V.18 - Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro:
           Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por
           escusado.
V.19 - Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te
           que me tenhas por escusado.
V.20 - E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir.

A parábola reflete alguns aspectos sociais da época. Os convites eram feitos antecipadamente para que os convidados se preparassem. Quando a festa estava pronta o anfitrião mandava um aviso por meio de um servo, para que os convidados viessem para a ceia. O convite antecipado representa a mensagem dos profetas do Velho Testamento. Agora, porém, Jesus é quem estava anunciando a chegada do reino de Deus e conclamando ao povo que entrasse nele, porque o tempo tinha chegado (Marcos 1:15).
A resposta dos convidados foi como um insulto ao dono da festa, pois começaram a excusar-se, inventando desculpas. Quem é que compra um campo sem, antes, ir vê-lo? Quem é que compra uma junta de bois, sem antes experimentá-la no serviço? Quem é que não pode levar a esposa consigo para uma festa? Todos eles estavam envolvidos em negócios deste século. O primeiro com bens deste mundo. O segundo com o seu próprio trabalho, e o terceiro com a família. Nenhum deles despunha de tempo para comparecer à ceia para a qual foram convidados. Orgulhosos e arrogantes, estes primeiros convidados dizem respeito aos escribas e fariseus, os líderes religiosos da nação de Israel.

V.21 - Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa
           disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze
           para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.
V.22 - Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há
           lugar.
V.23 - Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a
           entrar, para que fique cheia a minha casa.

Sentindo-se irado, o dono da casa ordenou ao servo que trouxesse das ruas e dos becos da cidade os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos, marginalizados social e religiosamente em Israel (cf V.13). Como ainda houvesse lugar vazio, o Senhor ordenou que o servo fosse pelos caminhos e atalhos e obrigasse todos a entrar, para que ficasse cheia a casa. Obrigar, neste caso, não significa forçar ou coagir, política ou psicologicamente as pessoas a aceitarem o convite, mas assegurar-lhes com toda convicção que elas estão sendo convidadas. Isto se refere aos gentios (cf Romanos 9:30-33; 11:11-12). Caminhos e atalhos representam as rotas que saíam da cidade para outras regiões onde se encontravam viageiros de várias categorias e procedências.

V.24 - Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados
          provará a minha ceia.

Este versículo é uma declaração de Jesus mesmo, a todos os presentes na festa: “Receber um convite não garante participar do banquete Messiânico, como suponha o homem do V.15”. Jesus chama de minha ceia ao Seu banquete Messiânico, e declara que nenhum dos que não aceitaram o convite que Ele está distribuindo participará dela.