sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A INSTITUIÇÃO DA CEIA

                                                             A INSTITUIÇÃO DA CEIA
                            MATEUS 26:26-28     (Marcos 14:22-24; Lucas 22:19-20)

V.26 - Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o
          deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
V.27 - A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos,
          dizendo: Bebei dele todos;
V.28 - porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em
          favor de muitos, para remissão de pecados.

Há no Novo Testamento quatro relatos a respeito da Ceia do Senhor, incluindo I Coríntios 11:23-26, que mostram o mesmo procedimento ritual, mas diferem de algum modo na ênfase.
Todos falam que Jesus abençoou, ou deu graças pelo pão, antes da parti-lo e ordenar que todos comessem dele, explicando que o pão simbolizava o seu corpo. Lucas 22:19 e I Coríntios 11:24 são mais explícitos, acrescentando “... oferecido, ou que é dado, por vós”. Em seguida, de igual modo, tomou o cálice e deu graças, antes de ordenar que todos bebessem dele, esclarecendo que o cálice contendo o fruto da vide, simbolizava o Seu sofrimento e o Seu sangue, o sangue da Aliança, derramado a favor de muitos (Mateus) ou de vós (Marcos e Lucas). Sobre o cálice que significa sofrimento, confira Marcos 10:38-39.
Mateus enfatiza o ato sacrificial para remissão de pecados (26:28). Lucas enfatiza a Nova Aliança, superior à Velho Aliança (cf Hebreus 8:6-7; 9:15), porque foi firmada com o sangue de Cristo (cf Hebreus 10:1-10). Ele acentua também o seu caráter memorial, instituído para lembrar o sacrifício de Cristo (Lucas 22:19; I Coríntios 11:24,25).
O pão partido representa o corpo de Cristo ferido e pendurado na cruz (Isaías 53:5). A expressão “partir o pão” que se perpetuou na igreja desde o primeiro século D.C. veio deste ato comemorativo da ceia (Atos 20:7). Não há dúvida de que participar do pão e do cálice na ceia do Senhor tem o mais elevado significado de íntima comunhão do pecador redimido, com o seu Redentor.
Nenhum dos relatos sobre a ceia pascal do Novo Testamento fala do cordeiro imolado, segundo a ordenança da Velha Aliança (Êxodo 12:3,6). Isto se deve ao fato de que aquela aliança estava sendo substituída por uma nova, na qual o Cordeiro está presente, e pronto para ser sacrificado no lugar daquele que O tipificava na Velha Aliança.
Não comparece a palavra “vinho” nos relatos da instituição da ceia, mas a palavra “cálice” ou a expressão “fruto da videira”, que têm um significado mais profundo do que o objeto material do cálice e do seu conteúdo.
Para maior compreensão deste assunto, acesse neste mesmo blog os artigos: 1 – questões de discernimento espiritual, oitava questão: Suco de uva ou fruto da videira?
2 – Eclesiologia Bíblica, capítulo III: Adoração da igreja, item “Ceia do Senhor”.