O NOVO MANDAMENTO
JOÃO 13:31-35
V.31 - Quando ele saiu, disse Jesus: Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e
Deus foi glorificado nele;
V.32 - se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e
glorificá-lo-á imediatamente.
A saída de Judas com a intenção de concretizar a pretensão de trair Jesus era o sinal de que o propósito de Deus para o Seu Filho estava prestes a consumar-se. Jesus devia sentir-se profundamente angustiado, porque o momento do Seu batismo de sofrimento havia chegado (cf Lucas 12:50). Já não havia mais possibilidade de retorno, pois Judas havia tomado uma resolução terminante e, Jesus mesmo, o havia despachado para esse fim. Isto significa que a sua sentença de morte estava lavrada e o Filho de Deus estava para ser glorificado com isso.
Esta morte era glória para Deus, glória que se consumava pela glorificação do Filho na cruz. Isto significa que com a morte na cruz, Cristo glorificou a Deus porque este era o Seu propósito para o Filho, enquanto Deus glorificou o Filho, porque Ele foi obediente e se submeteu ao propósito do Pai. E quando Jesus diz: “... também Deus o glorificará nele mesmo ...” devemos pensar que Deus O glorificou pela ressurreição, ascensão e entronização no céu (Atos 2:32-36; Efésios 1:18-22; Hebreus 1:3-4). Este é o significado das palavras de Jesus nestes dois versículos.
O sacrifício do Filho é o ato mais sublime em que Deus demonstra o Seu amor pela humanidade. Ainda mais, Deus glorifica o Filho na ressurreição e é glorificado n’Ele, porque os redimidos ressuscitam com Ele, para viver em novidade de vida, livres da escravidão do pecado (Romanos 6:4-6).
A conclusão a que chegamos é que a glória do Pai e a glória do Filho estão indissoluvelmente ligadas, assim como o estão a glória da cruz e a glória da ressurreição.
V.33 - Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que
eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu
vou, vós não podeis ir.
V.34 - Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como
eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.
V.35 - Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns
aos outros.
A despedida de Jesus dos queridos discípulos que Ele chama carinhosamente de “filhinhos” foi feita em forma de mandamento reservado para as poucas horas que Lhe restavam em companhia deles. O mandamento é o maior de todos: o amor (cf Marcos 12:28-31). Mas Jesus acrescenta mais uma cláusula: “Como eu vos amei”. Ele se referia ao amor sacrificial que envolve toda a Sua vida, desde a encanação, até a Sua morte na cruz. Os discípulos tiveram oportunidade de experimentar esse amor, durante o tempo em que conviveram com o Mestre.
Mas o momento da separação havia chegado, e Ele partiria para um lugar aonde os discípulos não podiam ir. Mas, na Sua ausência, eles deviam lembrar-se do tipo de amor que Ele lhes demonstrou, e deviam seguir o Seu exemplo. Este é o único e o melhor testemunho que eles poderiam utilizar com sucesso, para convencer o mundo de que eles eram seus discípulos. O Seu amor é desinteressado (Mateus 5:43-48), tolerante (Mateus 5:38-42; 18:21-22), perdoador (Mateus 6:14) e sacrificial (João 10:15).