sábado, 10 de janeiro de 2015

A ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS EM JERUSALÉM

                               A ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS EM JERUSALÉM
               LUCAS 19:28-44     (Mateus21:1-11; Marcos 11:1-11; João 12:12-19)

V.28 - E, dito isto, prosseguia Jesus subindo para Jerusalém.
V.29 - Ora, aconteceu que, ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao
           monte das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos,
V.30 - dizendo-lhes: Ide à aldeia fronteira e ali, ao entrardes, achareis preso um
           jumentinho que jamais homem algum montou; soltai-o e trazei-o.
V.31 - Se alguém vos perguntar: Por que o soltais? Respondereis assim: Porque o
           Senhor precisa dele.
V.32 - E, indo os que foram mandados, acharam segundo lhes dissera Jesus.
V.33 - Quando eles estavam soltando o jumentinho, seus donos lhes disseram:
           Por que o soltais?
V.34 - Responderam: Porque o Senhor precisa dele.
V.35 - Então, o trouxeram e, pondo as suas vestes sobre ele, ajudaram Jesus a
           montar.

Depois de pronunciar a parábola das minas, Jesus prosseguiu a Sua marcha, subindo para Jerusalém. Antes de chegar a esta cidade, Ele aproximou-se de um vilarejo chamado Betfajé, perto de Betânia, ambos na região do Monte das Oliveiras. Betfajé ficava à margem do caminho entre Jericó e Jerusalém e o seu nome significa “casa dos figos verdes”. Daí ele enviou dois de seus discípulos àquele vilarejo, para buscarem um jumentinho que Ele devia cavalgar para entrar em Jerusalém. Por que um jumentinho? Primeiramente para cumprir a profecia de Zacarias 9:9. Além disso, era um animal que nunca tinha sido montado por nenhum ser humano, portanto, apropriado para um propósito sagrado. Também os jumentos eram usados pelos reis quando os cavalgavam nas cidades, com propósito de paz, ao contrário dos cavalos, usados na guerra. Assim, o jumentinho trazia a mensagem do Rei Jesus, que vinha em missão de humildade, paz e amor. Mateus acrescenta que os discípulos levaram também a jumenta com o jumentinho. Seria contra a natureza, separar mãe e filho, pois nenhum dos dois ficaria tranquilo (cp I Samuel 6:10-12). Chegando o jumentinho, os discípulos puseram suas vestes sobre ele, e ajudaram Jesus a montá-lo. João informa que os discípulos só compreenderam que estavam sendo cumpridas profecias a respeito d’Ele, quando Ele foi glorificado (João12:15-16). Marcos e Lucas não comentam o cumprimento da profecia de Zacarias.

V.36 - Indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
V.37 - E, quando se aproximava da descida do monte das Oliveiras, toda a
           multidão dos discípulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por
           todos os milagres que tinham visto,
V.38 - dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória
           nas maiores alturas!
V.39 - Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre,
           repreende os teus discípulos!
V.40 - Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias
           pedras clamarão.

Estendendo suas vestes no caminho, os seguidores do Mestre estavam lembrando o que aconteceu quando Jeú declarou sua unção como rei de Israel (II Reis 9:13). Mateus e Marcos informa que outros, além das vestes, espalhavam ramos de árvores pelos caminhos. Por ser este, o primeiro domingo antes da ressurreição, é chamado, até hoje, Domingo de Ramos.
Quando se aproximavam da descida do Monte das Oliveiras, local onde se tinha uma esplêndida vista da cidade de Jerusalém, as multidões passaram a proclamar Jesus como o Rei Messiânico, Filho de Davi, e os quatro Evangelhos registram que Ele era aclamado com estas palavras: “Hosana nas maiores alturas, paz no céu e glória nas maiores alturas; Bendito o que vem em nome do Senhor, bendito o reino que vem, o reino de nosso pai Davi”, o reino de Israel, confirmando que eles esperavam a instalação do reino Messiânico por Jesus, naquela oportunidade. Muitos dos que estavam ali, segundo João, estiveram presentes na ressurreição de Lázaro. Outros tinham ouvido falar desse sinal que Jesus fizera (João 12:17-18), e de tantos outros milagres realizados durante o Seu ministério. Por isso, eles esperavam que esta fosse a hora d’Ele proclamar-se o Rei Messiânico.
Lucas informa que alguns dos fariseus que estavam no meio da multidão pediram a Jesus que repreendesse os discípulos, por causa das aclamações que, certamente os incomodavam. O Mestre lhes respondeu dizendo que, se eles não aclamassem, as próprias pedras clamariam. Com isto Ele quis dizer que aquilo era inevitável, por ser cumprimento das profecias. João acrescenta que os fariseus ficaram incomodados dizendo (em paráfrase): “Não adianta nada, porque o mundo vai atrás dele”.

V.41 - Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou
V.42 - e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à
           paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos.
V.43 - Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras
           e, por todos os lados, te apertarão o cerco;
 V.44 - e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra
           sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.
V.45 - Depois, entrando no templo, expulsou os que ali vendiam,
V.46 - dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa será casa de oração. Mas vós a
           transformastes em covil de salteadores.
V.47 - Diariamente, Jesus ensinava no templo; mas os principais sacerdotes, os
           escribas e os maiorais do povo procuravam eliminá-lo;
V.48 - contudo, não atinavam em como fazê-lo, porque todo o povo, ao ouvi-lo,
           ficava dominado por ele.

Um detalhe importante registrado apenas por Lucas, é que Jesus chorou à vista da cidade. O Seu pranto exprime um profundo sentimento de tristeza, de um coração partido por causa do que estava para acontecer a Ele e à cidade. Quem dera que ela conhecesse naquele dia a oferta de paz messiânica que Ele trazia. Mas eram muito fortes os sentimentos contrários a Ele. A nação que esperava o Messias para a sua glória e paz, quando Este chegou, eles O crucificaram, porque não O reconheceram. A Bíblia Judaica Completa traduz o V.42 da seguinte maneira: “Ah! Se hoje tu apenas soubesse o que é necessário para a paz! Mas agora isto te foi oculto” (cp Mateus 13:14-15). Para que houvesse paz era necessário que eles O recebessem como o enviado de Deus. Entretanto eles O rejeitaram e O condenaram à morte. Por isso, aconteceu em Jerusalém, tudo o que Jesus profetizou nos Vs.43 e 44. A destruição da cidade e do Estado Judeu foi a vingança de Deus por eles terem rejeitado o Messias (21:20-24; 23:27-31).
Mateus informa que Jerusalém se alvoroçou quando viu aquela procissão descendo pelo Monte das Oliveiras e entrando pela cidade. Era uma surpresa que causava expectativa e indignação, parecendo uma invasão. Então perguntavam: “Quem é este?” E as multidões clamavam: “Este é o profeta Jesus de Nazaré, da Galiléia”.
Marcos acrescenta sem mais detalhes que, entrando em Jerusalém, Jesus dirigiu-se diretamente ao Templo e, no outro dia, voltou para purificá-lo, depois de ter observado tudo o que lá se passava. Esta é uma parábola, mostrando que Ele veio para purificar o povo de Deus que é a igreja (Efésios 2:19-22), por meio do Seu sacrifício, feito poucos dias depois. Esta é, também uma figura da Sua entrada como Sumo-Sacerdote no Santo dos Santos do Tabernáculo Celeste, por meio do Seu próprio sangue, para obter, uma vez por todas, eterna redenção (Hebreus 9:1-12).