A ENFERMIDADE, A MORTE E A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
JOÃO 11:1-46
V.1 - Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã
Marta.
V.2 - Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com
bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos.
V.3 - Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo
aquele a quem amas.
V.4 - Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e
sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela
glorificado.
V.5 - Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
V.6 - Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias
no lugar onde estava.
Esta é a narrativa do Evangelho de João que ocupa todo o capítulo 11. Trata-se de um dos feitos mais prodigiosos do ministério de Cristo, que nos é apresentado nesse livro como “luz” e “vida” e, agora, como a “luz gloriosa”, autenticando, com este milagre, a Sua obra e o Seu poder de trazer à vida os mortos. Como doador da vida, Ele é o mesmo Deus do Velho Testamento (Gênesis 2:7).
Na perspectiva literária do evangelista, os capítulos 11 e 12 são colocados como a introdução imediata à paixão de Cristo. A ressurreição de Lázaro no capítulo 11 determinará a iminência da morte do Ungido, como decidiram o Sinédrio e o sumo-sacerdote Caifás (11:47-50). É a hora mais dramática da batalha entre a luz e as trevas, e o momento de maior escuridão espiritual das autoridades dos judeus (11:53,57).
O nosso texto começa identificando Lázaro como residente em Betânia, e como irmão de Marta e de Maria, aquela que ungiu com bálsamo os pés de Jesus, e os enxugou com seus cabelos (12:1-8). O episódio da unção de Jesus por Maria é uma antecipação do fato que ocorreu pouco antes da Páscoa dos judeus (Mateus 26:2).
Mas, coincidentemente, Jesus se encontrava em um lugar além do Jordão, também chamado Betânia, lugar onde João batizava no princípio. Jesus se retirara para ali, porque os judeus queriam prendê-lO, após a Festa da Dedicação (cf 1:28; 10:40-41). A Betânia, aldeia de Marta e Maria ficava a 15 estádios de Jerusalém, pouco menos de três quilômetros rumo SE. A Betânia além do Jordão ficava além de Jericó, imediatamente passando o rio. Ambas distavam entre si, cerca de trinta e dois quilômetros.
Lázaro estava gravemente enfermo, quando suas irmãs enviaram mensageiros a Jesus, informando-O do seu estado de saúde. No recado havia algo de afetuoso na expressão “aquele a quem amas”, como era com o apóstolo João, chamado “discípulo amado” (13:23). A intenção era constrangê-lO a vir sem demora, além de que ficava evidente um relacionamento descontraído entre Jesus e aquela família (cf Lucas 10:38-42). Isto faz lembrar a discreta informação de Maria, mãe de Jesus ao seu filho, no casamento em Caná, quando ela lhe disse: “Eles não tem mais vinho”, sabendo que Ele poderia pôr fim àquela situação difícil (2:3). Jesus nunca encobriu o afeto e a solidariedade que sentia pelos seres humanos (cf Marcos 8:23; João 13:23-25).
Ao receber a notícia da doença de Lázaro, que, de fato era mortal, Jesus não se afligiu. Ele reconheceu que aquele acontecimento fazia parte de um plano para que Deus fosse glorificado, e o Filho glorificado com Ele. Esta é uma antecipação dos fatos: Lázaro seria ressuscitado pelo poder de Deus e o Filho operaria a sua ressurreição. Ao registrar estas palavras de Jesus em seu Evangelho, o apóstolo quer informar que Ele tinha pré-ciência dos fatos. A permanência de Jesus por mais dois dias em Betânia, além do Jordão, era para que desse tempo de ocorrer o óbito, e os discípulos com os demais presentes pudessem ver a glória de Deus na ressurreição do morto.
João é o discípulo que mais compreendia a psicologia do Mestre. Por isso ele fala muito dos Seus sentimentos humanos. Ao dizer que Jesus amava Marta, sua irmã e a Lázaro, ele afirma que Jesus era achegado àquela família. Certamente Ele os conhecia há tempo suficiente, era íntimo deles e, possivelmente, era o lar que O acolhia carinhosamente quando Ele passava por aquela região, pois o Filho do homem não tinha onde reclinar a cabeça (cf Lucas 9:58; 10:38-42).
V.7 - Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia.
V.8 - Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam
apedrejar-te, e voltas para lá?
V.9 - Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia,
não tropeça, porque vê a luz deste mundo;
V.10 - mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.
Quando Jesus convocou os discípulos para irem de novo à Judéia, eles se lembraram de que haviam saído de lá por causa das perseguições. Voltar para lá era arriscado (cf 10:31,39). Mas Ele que, muitas vezes correu risco de morte e não morreu porque não era chegada a Sua hora, agora sabe que a hora está chegando, mas ainda há algum tempo em que Ele pode trabalhar sem risco. É isto que Ele diz nesta parábola do dia e da noite. Ainda não era chegada a noite da Sua paixão. Ainda havia luz nos dias restantes, e Ele tinha tempo para operar na ressurreição de Lázaro, sem perigo. Além disso, Ele é a luz, e as trevas não podem vencê-lO (1:5; 9:4-5).
V.11 - Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas
vou para despertá-lo.
V.12 - Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.
V.13 - Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham
que tivesse falado do repouso do sono.
V.14 - Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu;
V.15 - e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais
crer; mas vamos ter com ele.
V.16 - Então, Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também
nós para morrermos com ele.
Agora, depois de dois dias, Jesus anuncia que o enfermo morreu, primeiramente de forma eufemística, dizendo que ele adormeceu, mas que iria despertá-lo. A expressão dos discípulos: “Se dorme está salvo” devia corresponder à ideia rabínica de que quando um doente dorme, ele está no sono da melhora, isto é, está sendo curado. Então Jesus diz claramente que Lázaro morreu. O V.15 explica o V.4 no sentido de que os discípulos terão a fé fortalecida por ver a glória de Deus e do Filho. E saíram ao encontro de Lázaro.
Quando Tomé, o gêmeo, conclama os companheiros a irem para morrer juntos com Jesus, ele está sugerindo que aquela alegação de perigo feita no V.8, era de medo de morrerem.
V.17 - Chegando Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias.
V.18 - Ora, Betânia estava cerca de quinze estádios perto de Jerusalém.
V.19 - Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as
consolar a respeito de seu irmão.
V.20 - Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria,
porém, ficou sentada em casa.
V.21 - Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido
meu irmão.
V.22 - Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to
concederá.
V.23 - Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir.
V.24 - Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último
dia.
V.25 - Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda
que morra, viverá;
V.26 - e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?
V.27 - Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de
Deus que devia vir ao mundo.
Quando Jesus chegou em Betânia, já fazia quatro dias que Lázaro tinha sido sepultado. Muitos judeus estavam na casa das duas irmãs para confortá-las, seguindo o ritual funerário tradicional, que eles consideravam de grande valor entre as obras meritórias para a salvação.
Marta tomou conhecimento da chegada de Jesus, certamente por meio de emissários que Jesus enviou para avisar que Ele estava chegando. De conformidade com o seu temperamento impulsivo, ela se apressou a encontrá-lO, enquanto Maria permaneceu sentada em casa (cp Lucas 10:38-40). As palavras que Marta lhe dirigiu, “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão”, contêm uma dose de decepção por Jesus não ter vindo no dia em que Ele fora informado da enfermidade de Lázaro. Todavia ela minimiza essa censura, acrescentando: “Mas também eu sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá”. Diante da promessa de Jesus: “Teu irmão há de ressurgir”, ela responde de acordo com o ensino rabínico: “Eu sei... que ele há de ressurgir na ressurreição do último dia”. O que passava em sua mente era a ideia de esperar até lá.
Então Jesus testifica claramente que a ressurreição e a vida estavam presentes ali, na pessoa d’Ele, dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente. Crês isto?”. Apesar da clareza de Jesus, a resposta de Marta foi evasiva, fazendo apenas a confissão expressa no V.27: “Sim, senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo”. Mas a sua compreensão do fato ainda não era perfeito, conforme esclarecem os Vs.39-40. Então, saindo foi chamar Maria.
V.28 - Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em
particular: O Mestre chegou e te chama.
V.29 - Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele,
V.30 - pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta
se avistara com ele.
V.31 - Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a
levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo
para chorar.
V.32 - Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe
aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.
Informada por Marta da chegada de Jesus, e que Ele a chamava, Maria levantou-se depressa e foi ao encontro do Senhor. A sua reclamação foi a mesma de Marta que mostra, quantas vezes, durante aqueles dias de luto, elas teriam repetido refrão: “Se o mestre estivesse aqui, meu irmão não teria morrido”. O mesmo disseram alguns dos judeus presentes, que sabiam que Ele curou o cego de nascença, que foi enviado para lavar-se no tanque de Siloé (9:6-7).
A tristeza demostrada pelas duas irmãs e também das pessoas que acompanhavam Maria, além do fato delas não compreenderem que estavam diante da “Ressurreição e a Vida” podem ter causado profundo impacto espiritual em Jesus, mas a Sua maior indignação, neste caso, é contra a morte e contra aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, que ele veio para destruir (I Coríntios 15:26; Hebreus 2:14).
Então, Ele se comoveu e chorou.
A estas alturas, convém dar uma explicação a respeito do ritual de um funeral, como era feito tradicionalmente em Israel.
Enquanto não apareceu um rabino chamado Gamaliel Segundo que pôs fim aos exageros praticados nos funerais dos primeiros séculos entre os judeus, esses eventos eram caracterizados por uma grande pompa, rigorosa solenidade e altos custos. Não somente as roupas dos mortos eram caríssimas, mas com ele eram enterrados objetos seus de grande valor, algumas vezes, verdadeiros tesouros. Devido ao espírito de competição nessas cerimônias, muitas famílias eram levadas à falência. Depois de Gamaliel Segundo, as cousas se simplificaram e, até hoje, as mortalhas são singelas, e as exéquias não têm mais aquela pomba. Por isso, Este rabino é relembrado até o dia de hoje, bebendo-se uma taça de vinho em sua homenagem, nos funerais dos judeus.
Naquela época, o luto durava sete dias. Segundo o costume rabínico, os três primeiros eram dedicados ao pranto e os outros, ao luto propriamente dito, quando também se jejuava (cf I Samuel 31:13). Era esperada a maior quantidade de gente possível, que se unia à procissão, na hora do enterro. As mulheres iam à frente, porque se considerava que elas eram responsáveis pela entrada do pecado no mundo e, com ele a morte. Ao regressarem da tumba, os enlutados mais próximos caminhavam por uma larga faixa entre duas fileiras de acompanhantes, e não se devia atormentá-los com palavras frívolas, inúteis ou indesejáveis. Eles deviam permanecer sem ser incomodados na sua dor.
Enquanto o corpo do morto permanecia em casa, era proibido comer carne ou outra qualquer cousa, beber vinho ou preparar comida na sua presença. Quando o corpo era retirado, viravam-se os móveis, e os enlutados sentavam-se no chão ou em pequenas banquetas. A semana de luto profundo era completada com trinta dias de luto mais leve.
Quando chegava a morte, o respeito para com o morto e a simpatia para com os enlutados era parte importante do dever dos judeus. À medida que os enlutados distanciavam-se da tumba, viravam-se em direção aos acompanhantes e diziam: “Ide em paz”. E nunca voltavam a mencionar o nome do morto, sem pronunciar uma benção sobre ele. De modo que o luto era uma ocasião para demostrar simpatia aos enlutados.
V.33 - Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam,
agitou-se no espírito e comoveu-se.
V.34 - E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e
vê!
V.35 - Jesus chorou.
V.36 - Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava.
V.37 - Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer
que este não morresse?
V.38 - Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o
túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra.
V.39 - Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto:
Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.
V.40 - Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de
Deus?
Foi este o clima que Jesus encontrou, quando chegou na casa de Marta e Maria. Apesar de que já se haviam passado os dias do pranto do luto tradicional, Maria chorou, choraram os judeus que a acompanhavam, e Jesus também chorou. Ele se aproximou do túmulo, ainda com lágrimas nos olhos e angústia no coração, novamente agitado em Seu espírito, ouvindo as objeções de alguns dos judeus, conforme indica o V.37, mas investido do poder que libertaria Lázaro da morte, e manifestaria a glória de Deus. Agonia semelhante, Ele suportou no Getsemani, antes de realizar o ato de redenção que quebrou o aguilhão da morte para sempre, ato em que todos os seus discípulos podem ver a glória de Deus.
Quando Jesus ordenou que tirassem a pedra, ninguém estava pensando em ressurreição, nem mesmo Marta, objetando que ele cheirava mal, por estar morto, já havia quatro dias. Segundo o Talmud de Jerusalém, a alma do morto permanecia 3 dias sobre o corpo, e o abandonava no quarto dia, quando se iniciava a decomposição. Se Marta não estava preparada para assistir a uma ressurreição, ela só podia estar pensando na decepção de sentir o mal cheiro, e de ver a humilhação da corrupção de um corpo humano. Mas Jesus lhe acudiu dizendo: “Não te disse eu que se creres verás a glória de Deus?”
V.41 - Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse:
Pai, graças te dou porque me ouviste.
V.42 - Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da
multidão presente, para que creiam que tu me enviaste.
V.43 - E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!
V.44 - Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com
ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-
o e deixai-o ir.
V.45 - Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o
que fizera Jesus, creram nele.
V.46 - Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que
Jesus realizara.
Quando tiraram a pedra, Jesus fez uma breve oração ao Pai, dando testemunho diante de todos, da confiança que tinha n’Ele e agradeceu, porque sempre era ouvido. Também justificou Sua atitude, dizendo que o objetivo era chamar a atenção de todos com aquele milagre, para que cressem que Ele era Seu enviado. Sem mais demora, clamou em alta voz, segundo o costume dos judeus e, para convencer os presentes: “Lázaro, vem para fora”, com toda a força e solenidade que o momento exigia. Foi um pronunciamento que anunciou o fim do poder da morte, foi uma ordem que chamou a vida à existência, e uma profecia encenada que garante a ressurreição do corpo incorruptível (I Coríntios 15:50-55; João 5:28).
O aparecimento de Lázaro na entrada do túmulo deve ter sido uma cena impressionante e chocante, com ataduras envolvendo os pés e as mãos e um sudário, envolvendo o rosto. Jesus, então, ordenou que o desatassem e o deixassem ir (andar) livremente. Aqui surge uma pergunta: se o morto ressuscitado não podia caminhar porque tinha os pés atados, como foi que ele chegou até à porta do túmulo, especialmente se o túmulo era cavado abaixo da superfície da terra? Só um milagre pode explicar isso.
O primeiro milagre de Jesus relatado no quarto Evangelho é o da transformação da água em vinho, no caso, em Caná da Galiléia (2:1-12). Ali Ele mostrou o Seu poder e autoridade sobre a natureza física, manifestando a Sua glória, e os discípulos creram n’Ele. Na ressurreição de Lázaro, o último milagre neste Evangelho, Jesus mostra o Seu poder e autoridade sobre a vida, para manifestar Sua glória, e para que os discípulos creiam n’Ele (11:40). Assim, João fecha o cerco, mostrando o poder e a autoridade de Jesus sobre todas as áreas do universo.
A reação dos presentes diante do milagre da ressurreição de Lázaro foi novamente de dissensão. Aqueles judeus que vieram confortar Maria creram que Ele era o Messias que o Pai enviou (V.42,45). Mas outros, que tinham intenção maliciosa procuraram os fariseus para lhes comunicar o ocorrido, porque eram seus inimigos. No V.45 do parágrafo final deste episódio, João menciona apenas Maria, devido à importância que ela assume no episódio da unção de Jesus (12:1-8).
OBS: No V.41 as palavras “tiraram” (ëran, no Grego) a pedra, e “levantou” (ëren, no Grego) os olhos ao céu, são flexões do mesmo verbo Grego “airö”, que quer dizer “tirar” ou “levantar”. Isto indica que a pedra foi levantada porque estava tampando a boca de um túmulo cavado para baixo da superfície do solo. Era diferente do túmulo de Jesus, que foi cavado na horizontal, e foi fechado com uma pedra rolada para tampar a entrada (cf Mateus 27:60; Marcos 15:45).