A CURA DE DOIS CEGOS E DO MUDO E ENDEMONINHADO
MATEUS 9:27-34
V.27 – Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando: Tem compaixão
de nós, Filho da Davi!
V.28 – Tendo ele entrado em casa, aproximaram-se os cegos, e Jesus lhes
perguntou: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe: Sim,
Senhor.
V.29 – Então lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se-vos conforme vossa fé.
V.30 – E abriram-se-lhes os olhos. Jesus, porém, os advertiu severamente
dizendo: Acautelai-vos de que ninguém o saiba.
V.31 – Saindo eles, porém, divulgaram-lhe a fama por toda aquela terra.
É interessante observar que nos dois casos de cegos que foram a Jesus para serem curados, eles clamaram dizendo: “Tem compaixão de nós, Filho de Davi” (9:27; 20:30). Ora, esta é uma expressão messiânica e mostra que eles tinham fé. Jesus sabia disto e não precisava por em dúvida a fé daqueles cegos. No caso de Jericó, Ele mesmo testificou da fé dos cegos, dizendo: “... a tua fé te salvou.” (Marcos 10:52; Lucas 18:42). (Marcos e Lucas falam de um cego somente, Bartimeu, o que ficou mais conhecido e seguiu a Jesus). No caso destes dois cegos do V.27, Jesus deixou que eles mesmos dessem testemunho da sua fé (Vs.28b-29). Estes casos são chamados de “cura por fé”. É o que esta passagem enfatiza. Há outros casos em que Jesus curou pessoas, independentemente deles terem fé ou não. Algumas nem sabiam que iam ser curadas (Marcos 1:23-26; Lucas 12:10-12; João 9:1-7; 11:43-44).
V.32 – Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado.
V.33 – E, expelido o demônio, falou o mudo; e as multidões se admiravam,
dizendo: Jamais se viu tal cousa em Israel!
V.34 – Mas os fariseus murmuravam: Pelo maioral dos demônios é que expele os
demônios.
O milagre relatado neste parágrafo tem um certo paralelo com aquele relatado em 12:22-26, mas não são o mesmo. Aqui, o que é posto em realce especificamente é a opinião negativa dos fariseus, em contraste com a opinião das multidões em 12:22-24. Estas ficavam maravilhadas porque nunca tinham visto acontecer tais cousas em Israel. De fato, os grandes milagres da história bíblica aconteceram no período do Êxodo, durante o ministério de Jesus, e na época dos apóstolos. Os fariseus, para denegrir a imagem de Jesus, atribuíram o seu poder ao maioral dos demônios, que é Belzebu (12:24).
É muito provável que, ao juntar estes dois milagres do capítulo 9 em seu Evangelho, Mateus esteja fazendo alusão à profecia de Isaías 35 que, nos Vs.5-6a, refere-se à restauração da vista aos cegos e à fala aos mudos, entre outros benefícios, quando da manifestação de Deus no meio do Seu povo.