sábado, 10 de janeiro de 2015

A COBIÇA DOS PRIMEIROS LUGARES

                                     A COBIÇA DOS PRIMEIROS LUGARES
                                                      LUCAS 14:7-11

V.7 - Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes
         uma parábola:
V.8 - Quando por alguém fores convidado para um casamento, não procures o
         primeiro lugar; para não suceder que, havendo um convidado mais digno
         do que tu,
V.9 - vindo aquele que te convidou e também a ele, te diga: Dá o lugar a este.
         Então, irás, envergonhado, ocupar o último lugar.
V.10 - Pelo contrário, quando fores convidado, vai tomar o último lugar; para
           que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para
           cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os mais convivas.
V.11 - Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será
           exaltado.

Depois da cura daquele homem hidrópico, e depois de Jesus tê-lo despedido, a recepção continuou na casa do fariseu. Jesus observava como os convidados procuravam acomodar-se para a refeição. Antes, porém, convém explicar um pouco a etiqueta seguida naquele tempo, em tais eventos. A começar pelos móveis, eram usadas mesas em forma de U para servir as iguarias, mesas chamadas “triclinio”, porque junto a elas eram colocados três divãs, cada um diante de cada parte do U, para neles os comensais se reclinarem e comerem. Reclinando-se sobre o lado esquerdo, eles pegavam o alimento com a mão direita, de sobre a mesa. Em cada mesa, o divã que ficava à frente da base do U correspondia ao hóspede de maior honra. Do seu lado direito ficava o segundo mais honrado, e do lado esquerdo, o menos honrado.
Ao observar a disputa dos convidados para conseguir os primeiros lugares, isto é os lugares de maior honra, foi que Jesus propôs a parábola que se segue. É preciso entender que Ele não está dando uma aula de boas maneiras ou de etiqueta social, mas está aproveitando um acontecimento da vida comum para tirar uma lição espiritual, como em outras parábolas.
Jesus toma o exemplo de uma festa de casamento, que era o evento mais formal e mais comum e, nela, o protocolo social exigia que os convidados se posicionassem de acordo com a dignidade de cada um. Qualquer manobra para conseguir um lugar de honra poderia resultar em um vexame social, caso o dono da festa solicitasse aquele lugar para um convidado mais importante. É melhor escolher o lugar mais modesto, e depois ser convidado pelo anfitrião para ocupar o lugar de maior honra. O ensino da parábola aplica-se ao reino de Deus e tem como pano de fundo o banquete Messiânico, onde cada um será colocado no seu justo e devido lugar. Egoísmo e falta de consideração pelos outros desqualificam os pretensiosos para assentarem-se em lugar de honra na comunidade celestial, onde o julgamento de Deus bate contra a arrogância humana (V.11). Humildade não é sentimento de fraqueza, nem de auto depreciação, mas é qualidade daqueles que sabem que são filhos de Deus e, por isso, sentem-se seguros, sem necessidade de se engajar na desesperada luta por títulos de reconhecimento oferecidos pelos homens. A estes Deus honra e os colocará na ponta da mesa no banquete Messiânico (Isaías 25:6).