Aspectos da Carta de Tiago
Tiago 1:1
V.1 - Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações.
Estas são palavras de Tiago, irmão do Senhor Jesus, dirigidas a judeus convertidos a Cristo, e outros, que ele chama de “doze tribos que se encontram na Dispersão”. Embora vivendo provavelmente na Judéia, a figura da Dispersão é-lhes aplicada, para significar que eles estavam, provisoriamente, longe da verdadeira pátria, a “Pátria Celestial”.
Tiago não se apresenta como irmão do Salvador, mas como escravo de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Ele não faz isto por falsa modéstia, mas por orgulho legitimo. Sendo conhecedor das Escrituras, ele sabia que assim se consideravam os profetas e outros grandes vultos do Velho Testamento.
A saudação aos leitores corresponde à palavras “graça”, que traduz a alegria dele escrever, para instruí-los, sobre assuntos importantes a serem aplicados na vida prática da igreja. Por ser comparável ao livro de Provérbios do Velho Testamento, a Carta pode ser chamada “Sabedoria Aplicada à Vida Cristã”. O seu estilo é semelhante ao do Shokma, Provérbios e Sabedoria de Salomão.
Embora não trate de doutrinas distintivas do cristianismo, a Carta de Tiago reproduz mais das Palavras de Jesus, do que todas as outras Cartas do Novo Testamento em conjunto. Referindo-se ao batismo, ele faz alusão a Jesus dizendo: “o bom nome que sobre vós foi invocado” (2:7). Suas metáforas são numerosas e semelhantes às do Sermão da montanha. Afirmando que Jesus é o Senhor da Glória, ele dá testemunho de que crê na Sua ressureição, ascenção e na Sua eterna divindade.
É muito provável que esta Carta tenha sido escrita antes do ano cinquenta da nossa era, numa época em que a igreja ainda estava dentro da esfera do judaísmo, antes de tornar-se um movimento independente. Paralelamente ao fundo judaico da Carta, o autor exorta os irmãos à pratica da justiça, com base em preceitos da Lei.
Tiago foi grande mestre da igreja primitiva e, dizia-se que, com o seu prestigio, converteu judeus “das sete seitas do judaísmo”. Ele foi martirizado, jogado do pináculo do Templo de Jerusalém. Depois foi apedrejado e morto a bordoadas, segundo Joséfo.
Finalmente ele recebeu a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam (1:12).