sexta-feira, 6 de março de 2015

MENSAGEM Nº 35

TEMA: AS BEM-AVENTURANÇAS - CONTINUAÇÃO

TEXTO: MATEUS 5:4

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”.

Quem são os que choram? São os que reconhecem o seu estado espiritual de dívida para com Deus, por causa do pecado, e sabem que não podem resolvê-lo por si mesmos. Por isso lamentam-se diante d’Ele e pedem o Seu favor misericordioso, como fez o publicano que orava no templo, ao lado do fariseu (Lucas 18:10-14). Só Deus pode resolver a situação dos que choram, dos contritos, dos abatidos de espírito (Isaías 57:18). É no Seu reino que eles recebem consolação. Isto Ele faz por meio de Cristo que veio, exatamente, para mudar essa condição (Isaías 57:15; 61:1-3; 66:2).

 O v.5 diz: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”.
Esta é a terceira bem-aventurança.
Mansos são aqueles que se submetem ao governo de Deus, que não se opõem às Suas ordens, mas as acatam com espírito de humildade. A palavra usada por Mateus para referir-se aos mansos é “praus”, usada para descrever um animal domesticado ou amansado, como um cavalo que aprende a obedecer à voz do seu dono ou a atender ao comando das suas rédeas. Dois exemplos importantes de mansidão são apresentados na Bíblia: Moisés, no Velho Testamento que, por 40 anos, guiou um povo rebelde no deserto (Isaías 63:10; 65:2). Apesar de tantas dificuldades que enfrentou, ele nunca se rebelou contra Deus (Números 12:3). O outro exemplo é Jesus, que se põe como modelo de humildade e de mansidão para todos nós no Novo Testamento (Mateus 11:29). Os discípulos de Cristo, portanto, devem mostrar mansidão até mesmo diante de desafios propostos pelos adversários (I Pedro 3:13-16).
Os mansos serão recompensados quando o Senhor eliminar da Terra os perversos (Salmo 37:1-11). Esta promessa deve ser entendida escatológicamente, conforme II Pedro 3:13 e Apocalipse capítulos 21 e 22, isto é, nos novos céus e nova terra.

O v.6 diz: “ Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”.
Esta é a quarta bem-aventurança.

Justiça é o que não falta no reino de Deus (Mateus 6:33; II Pedro 3:13). No Seu reino, os que têm fome e sede de justiça encontram satisfação dos seus desejos, ao mesmo tempo que eles vivem praticando aqui a justiça, até verem a vitória final de Deus sobre o mal, e o estabelecimento concreto do Seu reino, conforme o Salmo 37.
Os que têm fome e sede de justiça vivem descontentes com a má administração da ordem deste mundo (Salmo 37:1-2) e anseiam por um estado de perfeição na presença de Deus, assim como a corsa sedenta suspira pela corrente das águas (Salmo 42:1). O seu grande anelo pelo reino de Deus e Sua justiça é nutrido pela esperança de que isto será uma realidade concreta nos novos céus e nova terra (II Pedro 3:13).

O v.7 diz: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.
Esta é a quinta bem-aventurança pronunciada por Jesus no Sermão da Montanha

A misericórdia é atributo de Deus, intimamente ligada ao Seu amor e à Sua compaixão. Ela consiste d’Ele oferecer às Suas criaturas a atenção necessária em todas as suas necessidades, ainda mais, e especialmente, em se tratando de pecadores (Romanos 11:30-32; Lucas 6:36; I Pedro 2:10). Misericórdia e compaixão são conceitos estreitamente relacionados entre si. A misericórdia é o socorro prestado aos necessitados, por aqueles que têm compaixão, por aqueles que sofrem juntamente com os outros que sofrem. O fato de Deus sentir tanta compaixão pela humanidade em estado de pecado foi que O levou a dar o Seu Filho Unigênito, encarnado como homem, experimentando o sofrimento do homem (Hebreus 4:15-16), baixando até à morte de cruz (Filipenses 2:8), a fim de resgatar-nos do cativeiro e da condenação do pecado. Isto é misericórdia (Marcos 10:45).
Aqueles que reconhecem ser indignos da misericórdia de Deus e que sem a Sua graça estariam irremediavelmente sob condenação, e que também procuram tratar o próximo do mesmo modo que Deus os trata, estes são misericordiosos e, consequentemente, recebem em medida diuturna o prolongamento da misericórdia divina em suas vidas aqui e no porvir. Isto confere com princípios vigentes no reino de Deus. Por exemplo: os que não usam de misericórdia serão julgados sem misericórdia (Tiago 2:13); os perdoadores serão perdoados, mas os que não perdoam não serão perdoados (Mateus 6:14-15); os humilhados serão exaltados e os exaltados serão humilhados (Mateus 23:12); quem quiser ser grande ou o primeiro, será servo de todos (Marcos 10:43-44). Veja Lucas 6:37-38.
Sejamos, pois, misericordiosos e perdoadores, como Deus é para conosco, e humildes, para que Ele nos exalte.