TEMA: AS BEM-AVENTURANÇAS
TEXTO: MATEUS 5:3-12
Mt. 5:3 – Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos
céus.
Assim Jesus dá início ao famoso Sermão da Montanha.
Esta primeira bem-aventurança ocupa lugar de destaque neste sermão, porque dela dependem todas as outras. Ela é como uma chave motora que desencadeia o funcionamento de um sistema.
“Bem-aventurado” é tradução da palavra grega “makários” que, por sua vez, é a tradução da palavra “ashre” do Hebraico e exprime a locução “Oh felicidade”. Assim, o verso 3 poderia ser traduzido desta maneira: “Óh felicidade dos humildes de espírito...”. O Salmo 1 descreve, como bem-aventurado, o homem que tem prazer em meditar na Palavra de Deus e em praticá-la. Este mesmo Salmo enumera as bênçãos decorrentes desta atitude. Tiago 1:25 fala do bom sucesso daquele que persevera em obedecer à Lei Perfeita, Lei da Liberdade, isto é, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e diz que tal homem é bem-aventurado no que realizar.
A bem-aventurança é um estado de espírito de total felicidade. Não é felicidade que resulta da satisfação de ambições humanas, mas do fato de se encontrar a suficiência em Deus e de andar na dependência d’Ele.
Quem são os humildes de espírito? Para ilustrar as características dessas pessoas Jesus usou uma metáfora chamando-os de “pobres de espírito”. Na língua grega existem duas palavras que podem ser traduzidas por “pobre”. Uma é “ptôchós”, que significa um pobre miserável. A outra é “tapeinós”, um pobre mais afortunado. Os humildes de espírito referidos por Jesus são aqueles miseráveis. Mas isto não tem nada a ver com pobreza ou riqueza material. A pobreza material não é requisito para entrar no reino de Deus e a riqueza financeira não impede de entrar nele (Marcos 10:23-27). O que Jesus quer enfatizar é a necessidade de ser humilde de espírito. Humildes de espírito são aqueles que se esvaziaram de si mesmos e passaram a depender totalmente de Deus. Eles não buscam mais realizar-se com riqueza, com poder, com autoridade ou com qualquer outro recurso deste mundo. Depois de ouvirem a Palavra do Evangelho, tendo crido e tendo-se arrependido de seus pecados acharam a suficiência em Cristo. A felicidade dos humildes de espírito não provém de condições exteriores. É o seu estado de espírito interior que lhes condiciona a felicidade proporcionada por Deus no Seu reino (Lucas 17:20-21).
O compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) que, pelas suas obras, demonstrou ser um grande conhecedor de Teologia e de Cristologia, escreveu uma famosa cantata muito conhecida nas igrejas pelo nome de “Jesus, a Alegria dos Homens”. Mas o nome que ele mesmo deu a essa obra é: “Jesus, a Satisfação dos Anseios dos Seres-Humanos”. Aqueles que encontram em Cristo a satisfação de todos os seus desejos são os humildes de espírito. A estes, Jesus chama bem-aventurados, e lhes garante que estão de posse do reino de Deus (Mateus 25:34; Lucas 17:21).
Amado ouvinte, não confie em sim mesmo, nem na segurança que o mundo oferece. Seja humilde de espírito, confie em Deus, e você será bem-aventurado.