OS GUARDAS MANDADOS PARA PRENDER JESUS
JOÃO 7:32-36
V.32 – Os fariseus, ouvindo a multidão murmurar estas cousas a respeito dele,
juntamente com os principais sacerdotes enviaram guardas para o
prenderem.
V.33 – Disse-lhes Jesus: Ainda por um pouco de tempo estou convosco, e depois
irei para junto daquele que me enviou.
V.34 – Haveis de procurar-me, e não me achareis; também onde eu estou, vós
não podeis ir.
Quando os fariseus ouviram os comentários da multidão, favoráveis a Jesus (V.31), ficaram alarmados e juntaram-se aos principais sacerdotes para mandar guardas a fim de o prenderem. Eles entendiam que Jesus significava uma ameaça que poderia levá-los a perder a posição que eles ocupavam em Israel, garantida pelo governo Romano (cf 11:47-48). Por isso, resolveram tomar uma atitude drástica contra Jesus, mandando prendê-lO. Os fariseus eram os representantes da religião popular, centralizada nas sinagogas, enquanto os principais sacerdotes pertenciam a famílias aristocráticas de saduceus, que mantinham o controle do Templo de Jerusalém. Estes dois grupos tinham muito poder de decisão dentro do sinédrio, de modo que era possível um entendimento entre eles, para decretar a posição de Jesus, considerado por eles, uma figura popular perigosa.
Diante daqueles tremendos inimigos, Jesus passou a afirmar que a Sua vida aqui estava chegando ao fim, e que estaria com eles por pouco tempo. Assim como Ele veio, Ele teria que voltar para aquele que o enviou. Em outras palavras, Ele desceu do céu, e teria que voltar para lá. Eles estavam demorando em procurá-lO, mas quando fossem buscá-lo, não O achariam mais. A razão é que eles haviam se afastado de Deus pela desobediência e rebeldia. Mas Jesus estava em Deus, e eles não podiam chegar lá.
Estas palavras deixaram os judeus embaraçados. Jesus era a pessoa que mais marcou presença na festa, no meio de todos, falando para todos, e comentado por tantos, como podia Ele dizer que iria ausentar-se sem que ninguém pudesse seguí-lO?
V.35 – Disseram, pois, os judeus uns aos outros:Para onde irá este que não o
possamos achar? irá, por ventura, para a Dispersãoentre os gregos, com o
fim de os ensinar?
V.36 – Que significa de fato o que ele diz: Haveis de procurar-me, e não me
achareis; também onde estou, vós não podeis estar.
Os judeus começaram a discutir entre si o significado das palavras de Jesus nos Vs.33 e 34. Então passaram a imaginar que Ele iria para a Dispersão entre os gregos, para os gentios de fala grega. “Dispersão” ou “Diáspora” é o nome que se dá aos judeus que vivem fora de Israel e que, naquela época, já constituíam colônias em quase todos os países conhecidos do mundo. Mas este mal-entendido dos judeus acabou-se transformando numa profecia porque, com a expansão do Evangelho, todos os povos que falavam o Grego foram alcançados pelo ensino de Cristo. Para isso, muito concorreram a chegada do Espírito Santo em Pentecoste, o trabalho missionário da igreja, a obra missionária do apóstolo Paulo e a queda do Estado Judaico em 70 D.C., que pôs fim à perseguição aos cristãos.
Outro caso de profecia semelhante a esta é comentada pelo apóstolo João no seu Evangelho, em 11:49-51.