segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

JESUS PÕE À PROVA OS QUE QUERIAM SEGUI-LO

                             JESUS PÕE À PROVA OS QUE QUERIAM SEGUI-LO
                                       LUCAS 9:57-62         (Mateus 8:18-22)

Lucas inicia a narrativa deste episódio, informando que Jesus estava a caminho, quando se defrontou com três personagens, dois dos quais mostravam a intenção de segui-Lo, e um terceiro, a quem Jesus ordenou que O seguisse. Mateus é mais breve, referindo-se a apenas dois. Embora eles mostrassem ser bem intencionados, Jesus ponderou com eles sobre o custo do discipulado, porque, apesar da boa vontade demostrada, eles não tinham compreensão do que o reino de Deus exige dos seus súditos.

V.57 – Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer
           Fores.
V.58 – Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis e as aves do céu,
          Ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
V.59 – A outro disse Jesus: Segue-me. Ele, porém, respondeu: Permite-me ir
          Primeiro sepultar meu pai.
V.60 – Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.
          Tu, porém, vai, e prega o reino de Deus.
V.61 – Outro lhe disse: Seguir-te-ei, senhor; mas deixa-me primeiro
          Despedir-me dos de casa.
V.62 – Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha
          Para trás é apto para  o reino de Deus.

A proposta feita a Jesus pelo primeiro personagem, que era um escriba (cf Mateus 8:19), mostra, sem dúvida, que ele ficou tão maravilhado com o mestre, a ponto de dispor-se a segui-Lo, para onde quer que Ele fosse. Esta é uma demonstração de sincera devoção. A resposta de Jesus, contrastando a Sua situação com a das raposas que têm os seus covis e com a das aves do céu que têm os seus ninhos, pode parecer palavras de lamentação, mas, na realidade, não são. Ele estava falando da necessidade de desprender-se do mundo, para todo aquele que quiser segui-Lo. Naquele momento Ele estava marchando para Jerusalém, para o sacrifício na cruz. Este era o preço da Sua encarnação, deixando a glória celeste, passando a viver como homem, suportando sofrimentos os mais diversos (Filipenses 2:5-8). Por isso, os Seus discípulos não devem pensar numa vida luxuosa e cheia de comodidades. Antes, devem estar dispostos a seguir o Seu exemplo (9:23-25).
O segundo homem foi chamado por Jesus, não para ser discípulo, porque ele já o era (cf Mateus 8:21), mas para achegar-se mais a Ele e participar dos negócios do reino. Certamente o Mestre via nele qualidades espirituais. Sua resposta foi em linguagem metafórica, dizendo que seu pai ainda vivia, e ele não podia desfazer-se do compromisso de cuidar dele na velhice. Mas, depois que o seu velho morresse, ele estaria livre para seguir Jesus. É evidente que este discípulo representa aqueles que não querem colocar o reino de Deus em primeiro lugar, e dão prioridade aos compromissos com a família (cf 14:26). O ensino de Jesus a esse respeito é que os cuidados da família devem ser deixados para os que não foram despertados para a vida espiritual, isto é, para os espiritualmente mortos.
O terceiro homem mostrou-se motivado a seguir Jesus, como o primeiro, mas sentia dificuldade de romper o seu relacionamento com o passado, o seu modo de viver, seus amigos, sua família e todo o seu ambiente cultural. Então pediu permissão e tempo para resolver esse problema. Jesus não lho impediu, mas alertou-o contra o perigo da demora da decisão (cf I Reis 19:20-21, Lucas 5:27-28). É preciso ter os olhos fixos n’Ele para que, pela fé, não se desvie da intenção de ser discípulo e nem se desanime pelo caminho (Hebreus 12:2-3).