A VINDA DE ELIAS
MATEUS 17:9-13 (Marcos 9:9-13)
V. 9 – E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus; A ninguém conteis a
visão, até que o Filho do homem ressuscite dentre os mortos.
V.10 – Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser
necessário que Elias venha primeiro?
A recomendação de Jesus aos discípulos para não contarem nada da visão a ninguém, antes da ressurreição, tem explicação. Levar ao conhecimento do povo o que eles viram a respeito de Jesus como o Messias, ao lado de Moisés, o grande legislador, e Elias, o símbolo da profecia de Israel, poderia estimular o povo a buscar Jesus, como já haviam feito antes, para proclamá-lo rei (João 6:15). Mas Ele precisava de tempo e tranquilidade para continuar o ensino e o treinamento dos discípulos. Além disso, a proposta de Pedro para a construção das três cabanas mostra que os discípulos não tinham discernimento do futuro dos acontecimentos mostrado na visão, que ia até a morte (o êxodo de Cristo). Então, como falar dela? Marcos 9:31-32 mostra que eles não compreendiam o que era a ressurreição e, consequentemente a sua necessidade.
Havia, ainda, um problema. Eles viram Elias na visão e conheciam o ensino dos escribas que diziam ser necessário que Elias viesse antes do Messias. Os escribas diziam que ele viria como um reformador, com autoridade e poder para corrigir tudo o que estivesse errado, e de colocar o mundo todo em ordem, preparando o caminho para a chegada do Messias e a implantação do Seu reino sobre todas as nações. Os discípulos estavam certos de que Jesus era o Messias, mas eles não tinham visto Elias, a não ser na visão. Como se explicava isto? Esta é a razão da pergunta do V.10.
V.11 – Então Jesus respondeu: De fato Elias virá e restaurará todas as cousas.
V.12 – Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram, antes
fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do
homem há de padecer nas mãos deles.
V.13 – Então os discípulos que lhes falara a respeito de João Batista.
Quanto à obra de restauração, devemos entender o seguinte:
1 – Os escribas diziam que Elias viria com autoridade e poder, para por em
ordem todas as cousas em todo lugar, preparando o mundo para a chegada
do Messias, que implantaria o seu Reino sobre todas as nações.
2 – Este preparo foi feito por João Batista, mediante a pregação de
arrependimento e fé no Messias que estava para vir. Esta pregação mudou a
ordem antiga da nação, convertendo o coração dos pais aos filhos, e o
coração dos filhos aos pais, segundo a palavra do profeta Malaquias (4:5-6),
para que Deus não viesse a ferir a terra com maldição. João não foi
reconhecido pelos escribas. Mas a sua pregação provocou um grande
despertamento espiritual em Israel (Marcos 3:1-6), e alcançou tamanha
repercussão, inclusive no exterior, que mais de vinte anos depois Paulo
encontrou discípulos dele em Éfeso, e os batizou em nome do Senhor Jesus
(Atos 19:3-6).
3 – A restauração apregoada pelos escribas é confirmada por Jesus, mas não
nos moldes que eles entendiam. Ela está relacionada com o ministério de
João Batista e de Jesus, assim como o sofrimento do profeta está
relacionado com o sofrimento do Messias e, até mesmo, dos discípulos
(cp 14:3, 10; 16:21, 24-25). A obra de restauração exige sacrifício! Então
os discípulos entenderamque Jesus lhes falava de João Batista.
4 – Esta restauração somente se consumará quando Jesus voltar (Atos 3:19-23).
desde que Ele foi recebido no céu, Deus está aguardando o arrependimento
e a conversão de pecadores, para remissão de pecados, esperando que eles
atendam à voz de Deus, que diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo, a ele ouvi”. Ele é o Grande Profeta, referido por Moisés em
Deuteronômio 18:18-19 e pelo apóstolo Pedro, em Atos 3:23: “Acontecerá
que toda a alma que não ouvir a esse profeta será exterminada do meio do
povo”.
5 – Isto acontecerá quando Deus enviar Jesus de novo, para julgamento
(Atos 3:20-21). Então, haverá novos céus e nova Terra nos quais habita
justiça (II Pedro 3:13). Enquanto isso, o povo de Deus deve viver “em santo
procedimento e piedade esperando e apressando a vinda do dia de Deus”
(II Pedro 3:11-12).