quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A PARÁBOLA DO JOIO


                                                    A PARÁBOLA DO JOIO
                                                         MATEUS 13:24-30

V.24 – Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante
            a um homem que semeou a boa semente no seu campo;
V.25 – mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o
            joio no meio do trigo, e retirou-se.
V.26 – E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio.
V.27 – Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor não
            semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?
V.28 – Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe
            perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio?
V.29 – Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis
            também com ele o trigo.
V.30 – Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi
            aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser
            queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro.

A parábola do joio aparece apenas no Evangelho de Mateus, do mesmo modo que a parábola da semente que cresce por si só aparece apenas no evangelho de Marcos (4:26-30).
O que se destaca na parábola do joio é: O homem que semeia a boa semente, os homens que dormiam, o inimigo, o joio, o dono da casa e os seus servos. O homem que semeia boa semente é o enviado, responsável pela semeadura do campo; os homens que dormiam refere-se à oportunidade que o inimigo astuto usou sutilmente para semear o joio, sem que os homens dessem conta do que ele fazia (cp Gênesis 3:1-5) – a sua intenção de prejudicar o trabalho do administrador e a sua covardia são visíveis no ato da sua fuga após semear o joio – o dono da casa é o dono de tudo, é quem enviou o homem para semear; os seus servos são os que trabalham junto com o semeador.
O objetivo dessa alegoria é mostrar a diferença entre o joio e o trigo, e o destino final de cada um. Os outros elementos são os adornos da parábola.
Tudo o que Jesus fala neste ensino descreve fatos muito conhecidos dos seus ouvintes, pois a agricultura era a principal atividade econômica da Palestina. O joio era uma erva daninha que se alastrava no meio da plantação de trigo como uma verdadeira praga. No início do desenvolvimento desta planta era difícil reconhecê-la, para diferenciá-la do trigo. Só mais tarde isso era possível. Mas nas fases anteriores as raízes de uma e de outra planta já se haviam entrelaçado de tal maneira que era impossível arrancar o joio, sem arrancar também o trigo. A separação só podia ser feita na época da colheita, quando as raízes estavam enfraquecidas. Assim mesmo, as sementes do joio que remanesciam nos feixes de trigo tinham que ser separadas manualmente em bandejas grandes, por mulheres contratadas especialmente para este serviço. Nesta fase as sementes das duas plantas apresentavam colorações suficientemente diferentes para serem reconhecidas e separadas. O problema do joio é que ele não pode ser ingerido porque tem características tóxicas e causa náuseas, tontura e tem efeito narcótico.
A prática de semear joio no campo de um agricultor era uma sabotagem que se fazia na Palestina, como é feita, ainda hoje, em alguns países como a Índia. No império romano havia leis específicas para coibir esse crime.
Nesta parábola, o inimigo é identificado com o diabo. A colheita é o juízo final. Os ceifeiros são os anjos que atarão o joio para ser queimado e recolherão o trigo no celeiro do dono da casa. Visto que a parábola é explicada de maneira tão clara por Jesus aos Seus discípulos que ficaram muito desejosos de saber o seu significado (13:36), a nós cabe apenas repetir o que disse o Mestre, no parágrafo seguinte.