A ORDEM DE EVANGELIZAÇÃO
MARCOS 16:14-18
V.14 - Finalmente apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa,
e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração,
porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado.
V.15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
V.16 - Quem crer e for batizado será salvo;
quem, porém, não crer será condenado.
V.17 - Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:
em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas;
V.18 - pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem,
não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados.
A terceira e última aparição de Jesus registrada no Evangelho de Marcos foi aos onze apóstolos que estavam reunidos à mesa. Neste final da narrativa o escritor deixa bem evidentes dois conceitos opostos: a incredulidade e a fé. Durante o ministério de Jesus os discípulos foram censurados pela dureza de coração e pela falta de fé. Agora, após a ressurreição, eles apresentam sintomas de que o veneno tornou-se mais forte. A ressurreição de Jesus é o espigão divisor das águas que correm para um lado, e das águas que correm para o outro. Nenhuma vida pode encontrar o rumo certo, se não passar por este ponto de fé, onde cada um precisa confrontar-se com o marco estabelecido por Deus que é a cruz e o túmulo vazio, a morte e a ressurreição de Cristo. É a livre escolha que fica na dependência da fé. Uma questão de crer ou não crer.
O relato final deste Evangelho não dá tanta ênfase às aparições de Jesus quanto à incredulidade dos discípulos. O que estaria acontecendo com eles? Aquela tristeza insistente, contrária à alegria da ressurreição, mais parecia uma opção de fuga à verdade de Deus, como era o profundo sono de Jonas no porão do navio em meio à tempestade. Daí a razão de Jesus censurar-lhes a incredulidade e mostrar-lhes o novo horizonte para onde devia estender-se a fé no Cristo ressuscitado. Tanto para eles saírem pregando, como para os ouvintes receberem a mensagem e obterem o resultado positivo da salvação, uma só cousa era necessária: crer. É evidente que Jesus estava prenunciando aqui o trabalho apostólico tanto daqueles discípulos, como da igreja, e também, relacionando com isto alguns requisitos a serem vistos como expressão ou conseqüência da fé. Primeiro, o batismo dos novos crentes, bem relacionado com a salvação. Depois, os sinais que seguem. O batismo é decisão do que crê. Os sinais são a autenticação de Deus sobre a obra missionária daqueles que ali estavam, e da igreja futura. Na marcha em direção ao mundo, toda a assistência necessária é prometida pelo Senhor ressuscitado a favor dos seus discípulos:
1 - Poder para expelir demônios dos cativos e algemados neste mundo dominado por Satanás.
2 - Capacidade para falar novas línguas, a fim de comunicar a mensagem aos estrangeiros de todas as nações na sua própria língua.
3 - Defesa contra eventualidades tais como mordedura de serpentes e envenenamento.
4 - Unção para curar enfermos.
Em tudo isto vemos o envolvimento do Senhor ressuscitado e dos discípulos fiéis numa luta de extrema amplitude contra o mundo, os demônios e Satanás, luta em que o ser humano degenerado deve ser atingido na sua totalidade: no corpo atingido pelas doenças; na mente embotada e perturbada pela ação de demônios; no espírito obscurecido pela ação de Satanás.
Este parágrafo do Evangelho de Marcos que acabamos de analisar é a versão da Grande Comissão do Evangelho de Mateus contida no capítulo 28, versos 16 a 18, que os apóstolos receberam quando se encontraram com o Mestre no monte designado da Galiléia.
Jesus aproximando-se deles falou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome de Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.
Tudo gira em torno da pregação do evangelho cuja mensagem está concentrada na morte e na ressurreição de Cristo, que se torna agora objeto da fé universal.
A responsabilidade deste trabalho é transferida no decorrer dos séculos para a igreja, que é o corpo que recebeu de Deus o Cristo ressuscitado por cabeça, tendo o universo debaixo dos seus pés, sendo ela a plenitude de Cristo que a supre em todas as cousas, a qual tem vida pelo seu Espírito, o Espírito Santo. Grande é o seu ministério!
Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.