segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A INCREDULIDADE DOS IRMÃOS DE JESUS

                                      A INCREDULIDADE DOS IRMÃOS DE JESUS
                                                          JOÃO 7:1-9

V. 1 – Passadas estas cousas, Jesus andava pela Galiléia, porque não desejava
          percorrer a Judéia, visto que os judeus procuravam mata-lo.
V. 2 – Ora, a festa dos judeus, chamada dos tabernáculos, estava próxima.
V. 3 – Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos, e lhe disseram: Deixa este lugar
         e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras
         que fazes.
V. 4 – Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo
         realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas cousas, manifesta-te ao
         mundo.
V. 5 –Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele.

Depois da primeira multiplicação dos pães, muitos daqueles que seguiam a Jesus afastaram-se d’Ele porque o viam como um “salvador da pátria” que lhes pudesse dar melhores condições de vida, e porque não creram que Ele é o Pão que desceu do céu, para dar vida ao mundo (6:26-27). A franqueza do discurso de Jesus a respeito da Sua própria pessoa os incomodava (6:41,52,60,66). Mas o reduto dos Seus maiores adversários era a Judéia, e Jerusalém era o foco onde Ele devia passar pelo fogo cruzado do Seu julgamento, ao justificar Suas reivindicações messiânicas, antes de consumar a obra redentora, fazendo o sacrifício fora das muralhas da cidade.
A festa dos Tabernáculos estava chegando. Nessa ocasião os judeus iam a Jerusalém para festejá-la. Jesus tinha razões para não subir juntamente com o povo, pois os judeus tinham a intenção de matá-lo, desde que Ele curou o paralítico no tanque de Betesda (5:18). Por isso Ele andou, certo período, exercendo um ministério itinerante no interior da Galiléia (Marcos 9:30), sem chamar a atenção dos judeus. Mas, agora, Seus irmãos começaram a incentivá-lO ou a desafiá-lO a ir à festa e mostrar aos Seus discípulos da Judéia as Suas obras. Era melhor que Ele deixasse a obscuridade da Galiléia e que aproveitasse a oportunidade de manifestar-se ao mundo a Sua glória. O que acontecia é que Seus irmãos imaginavam que a Sua glória constituía da demonstração de poderes miraculosos, como Ele havia feito na multiplicação dos pães, alimentando cinco mil homens, além de mulheres e crianças. Mas a Sua glória seria manifesta quando chegasse a Sua hora, quando Ele fosse crucificado, lá mesmo em Jerusalém (cf 2:4).
Isto era uma prova da incredulidade dos irmãos de Jesus. Quem afirma isto é o próprio escritor deste Evangelho, o apóstolo João, que era primo de Jesus e de seus irmãos, que ele conhecia muito bem.

V. 6 – Disse-lhes, pois, Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso
          sempre está presente.
V. 7 – Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou
          testemunho a seu respeito de que as suas obras são más.
V. 8 – Subi vós outros à festa; eu por enquanto não subo, porque o meu tempo
          ainda não está cumprido.
V. 9 – Disse-lhes estas cousas e continuou na Galiléia.

Quando Jesus afirma, no V.6 “O meu tempo ainda não chegou” Ele está falando da época predeterminada que haveria de chegar, o momento em que o antagonismo do mundo contra Aquele que estava pondo às claras a natureza maligna das suas obras chegava ao ponto mais alto. É nessa ocasião que Ele haveria de manifestar a Sua glória em Jerusalém, numa cruz. Mas não seria agora, na festa dos Tabernáculos. Os Seus irmãos ainda  estavam comprometidos com o mundo mal, estruturado segundo os seus objetivos, sem nenhuma relação com o propósito divino. Por isso, eles andavam livremente dentro daquele processo a todo tempo, sem nenhuma preocupação de riscos ou de perigos. Assim, eles podiam participar daquele festival, sem restrições. Jesus, porém, era cauteloso e não queria forçar a situação antes do tempo, nem se promover no festival. Então, Ele preferiu não subir para Jerusalém com os peregrinos. A palavra “tempo” referindo-se ao tempo de Jesus nos Vs. 6 e 8 é tradução da palavra grega “kairós”, que significa, mais precisamente, “tempo oportuno” ou “ocasião oportuna” do propósito de Deus e, não, tempo cronológico.