A ESTRATÉGIA DE SATANÁS
MATEUS 12:43-45 (Lucas 11:24-26)
V.43 – Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos
procurando repouso, porém não encontra.
V.44 – Por isso diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a
encontra vazia, varrida e ornamentada.
V.45 – Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e,
entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior
do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.
A vinda de Jesus a esta Terra implicou em uma renhida batalha entre o Filho de Deus e os poderes das trevas, que se travou durante os pouco mais de três anos do Seu ministério. Isto se traduz pela pregação do Evangelho, pelas curas de todo tipo de doenças e enfermidades, pela expulsão de demônios e pelos sinais e maravilhas que Ele realizou, com o objetivo de atender às necessidades físicas e espirituais dos seres humanos oprimidos por Satanás. Se o maligno é valente, bem armado, guarda a sua casa e consegue pôr segurança os seus bens, Jesus é mais valente do que ele, derrota-o e tira dele as armas em que confiava (Lucas 11:22). Embora o reino de Deus tenha apenas chegado e não esteja completamente implantado, Satanás está amarrado, com poderes limitados, e Jesus demostra que os poderes do reino de Deus são superiores aos do inimigo. É assim que Ele entra na casa daquele que é menos valente do que Ele e lhe saqueia os bens.
É neste contexto de ideias que os versos 43,44 e 45 explicam o que pode acontecer com o indivíduo ou com toda uma geração como aquela à qual Jesus se refere. Depois de terem sido beneficiados pela obra restauradora de Cristo, estando a sua casa vazia, sem demônio; varrida, sem a sujeira trazida pelo maligno; e ornamentada, pelos novos princípios de vida, o que acontece? O demônio que de lá saiu não encontra lugar de repouso e sofre tremendamente por isso. A realidade é que os demônios precisam de corpos em que possam agir, para realizar o seu propósito maligno (Lucas 8:27-33; 9:38-39). Por isso eles querem voltar à sua antiga morada.
Neste ponto entra a responsabilidade do indivíduo ou da geração inteira, de conservar a casa preenchida com o Espírito Santo para que ela permaneça varrida e ornamentada, com o novo estilo de vida. Caso isso não aconteça, o espírito que saiu volta com outros sete espíritos piores do que ele, e o último estado daquele homem ou daquela geração torna-se pior do que o primeiro. A profecia de Jesus que isto aconteceria com aquela geração aconteceu de fato. Eles endureceram-se tanto contra Jesus e persistiram na perseguição, até leva-lO à morte, assumindo toda a responsabilidade sobre o caso (Mateus 27:24-25). Mas a vingança de Deus pode ser vista na destruição de Jerusalém no ano 70 D.C. por Tito, general romano que, posteriormente, se tornou imperador (Lucas 21:20-24). Os judeus foram dispersos e, mais tarde, em 135 D.C., os remanescentes foram levados a muitas nações da Europa, porordem do imperador Adriano. Hoje essa nação encontra-se espalhada pelo mundo, contando com muitos ateus e comunistas, homens sem fé que, prostrados diante de Satanás o adoram, muitos deles dirigindo governos e controlando a economia mundial. Enquanto isso, Jerusalém continua sendo pisada pelos gentios. Não há dúvida de que o holocausto dos judeus produzido por Hitler está ligado à resposta do povo a Pilatos em Mateus 27:25. No caminho da cruz Jesus predisse estas cousas as mulheres carpideiras de Jerusalém que O seguiam em meio à multidão, lamentando a Sua sorte (Lucas 23:27-31).
A passagem paralela de Lucas 11:14-32 está no mesmo contexto geral de Mateus 12:22-50, mas logo após o parágrafo sobre “A Estratégia de Satanás” (Lucas 11:24-26), este escritor acrescenta dois versos que só existem no seu Evangelho. Vamos analisá-los:
Lucas 11:27-28
V.27 – Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que
estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem aventurada aquela
que te concebeu e os seios que te amamentaram!
V.28 – Ele, porém, respondeu: Antes bem-aventurados são os que ouvem a
palavra de Deus e a guardam.
Este acontecimento deu-se logo em seguida ao ensino sobre a casa que ficou varrida e arrumada após ter sido abandonada pelo demônio. A mulher não pode conter a emoção, depois de ouvir aqueles ensinos de Jesus. Por isso ela reverenciou o Mestre com palavras alusivas à sua mãe, por ter gerado e amamentado um filho tão maravilhoso. Jesus não a censurou por isso. Primeiro, porque, numa sociedade em que a mulher era vista como um instrumento para trazer filhos ao mundo, aquela que tivesse um filho famoso era considerada feliz ou bem-aventurada. Talvez ela pensasse: “Quem me dera ter um filho como este”! Segundo porque Maria foi saudada pelo anjo Gabriel com palavras elogiosas ao anunciar-lhe o nascimento de Jesus (Lucas 1:28) e, posteriormente, por Isabel que, cheia do Espírito Santo, aclamou-a dizendo em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. Tudo indica que aquela mulher reconhecia que estava diante do Messias. Mas Jesus aproveitou a oportunidade para dar um ensino muito importante, esclarecendo que existe um relacionamento de bem-aventurança acima dos laços familiares, que é o relacionamento espiritual entre aqueles que humildemente ouvem e guardam a palavra de Deus (Mateus 12:48-50; Lucas 8:19-21).
É verdade que a emoção pode ofuscar a visão espiritual do homem e levá-lo a interpretar os acontecimentos de maneira sentimental. Daí o fato de uma religião humana levar as pessoas a verem na mãe de Jesus uma coadjuvante no plano de redenção. Isto Jesus não aceita (I Timóteo 2: