segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A ESCRAVIDÃO DO PECADO E A LIBERDADE EM JESUS

                        A ESCRAVIDÃO DO PECADO E A LIBERDADE EM JESUS
                                                           JOÃO 8:31-36

V.31 – Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes
           na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;
V.32 – e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

No V.30 João informa que muitos creram em Jesus, por causa das cousas que Ele disse anteriormente (Vs. 25-29). A construção verbal que o apóstolo usa para exprimir a ideia de “creram nele”, no V.30, é uma combinação do verbo grego “pisteuö” (crer), com o pronome “ele”, no acusativo grego “eis auton”. Isto significa crer verdadeiramente, com fé genuína, que leva à perseverança              (cf 3:36). Mas, no V.31, a expressão referente aos judeus que haviam “crido nele” é uma combinação do mesmo verbo “pisteuö”, com o pronome “ele”, mas no dativo “autö”. Esta construção verbal indica uma fé intelectual, superficial, momentânea, como se fosse “acreditar”, sem a característica de perseverança. Daí, a afirmação condicional de Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Compare estes dois tipos de construção verbal no texto grego em João 2:23-24.
O que se entende é que havia aqueles que creram verdadeiramente, e outros que não tinham a intenção de permanecer na Palavra de Cristo. Foram estes que se rebelaram e criaram uma polêmica na qual o Mestre se defendeu severa e corajosamente, até o ponto deles pegarem pedras para o apedrejarem (cf V.59).
No V.31 Jesus impõe uma condição para ser um discípulo verdadeiro. É permanecer na Sua Palavra, isto é, obedecer. Não basta simplesmente ouvir e concordar que Ele está falando a verdade. É necessário ser praticante (Tiago 1:23-25). Em resumo, discípulos são os aprendizes do Grande Mestre, seguidores que creram verdadeiramente, que obedecem e guardam a verdade na mente e no coração. Ser livre implica em sair da escravidão que, neste caso, é do pecado. A verdade que liberta é Jesus mesmo (João 14:6). Conclusão: Somente por meio d’Ele é possível conhecer a verdade e ser liberto da escravidão do pecado.

V.33 – Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos
           de alguém; como dizeis tu: Sereis livres?
V.34 – respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que
           comete pecado é escravo do pecado.
V.35 – O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.
V.36 – Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.

A reviravolta neste episódio aconteceu quando Jesus disse: “...a verdade vos libertará”. Eles se ofenderam, entendendo que o Mestre os acusava de servilismo, e de não terem liberdade. Também alegaram que nunca foram submissos a ninguém. Eles não se lembravam que estavam debaixo do julgo dos romanos, situação insuportável para eles. Apesar disso, eles continuavam orgulhosos e cultivavam um patriotismo fanático, na esperança do advento de um Messias guerreiro, libertador da nação. Eles pensavam no plano intelectual, imaginando que a justiça de Abraão garantia a liberdade dos seus descendentes. Mas Jesus estava falando da escravidão do pecado. Ufanando-se de ser descendentes de Abraão, não davam conta de que intentavam matar o seu mais ilustre descendente (V.37; cf Gênesis 22:17-18).
A pergunta dos judeus do V.33, Jesus responde nos Vs.34-36, afirmando que eles eram escravos do pecado, porque todo o que comete pecado é escravo dele. Esta verdade é enfatizada pelas palavras: “Em verdade, em verdade vos digo”. Este tipo de escravidão, da qual só Jesus pode libertar o ser humano, é maior do que qualquer outro tipo de escravidão (Romanos 6:16-23). Por isso Jesus disse: “Se o Filho, pois, vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Ele é o Filho que permanece na casa para sempre, para a governar (Hebreus 3:1-6). O escravo não tem como mudar a sua condição, nem tão pouco fica sempre na casa. Ele pode ser despedido. Quem pode mudar a sorte do escravo é o Filho que fica sempre junto do Pai e O conhece e faz aquilo que Ele vê junto do Pai.