quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A ÁRVORE E SEUS FRUTOS

                                               A ÁRVORE E SEUS FRUTOS
                                         MATEUS 12:33-37      (Lucas 6:43-45)

V.33 – Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou a árvore má e o seu fruto
            mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
V.34 – Raça de víboras, como podeis falar cousas boas, sendo maus? Porque a
            boca fala do que está cheio o coração.
V.35 – O homem bom tira do tesouro bom cousas boas; mas o homem mau do
            mau tesouro tira cousas más.
V.36 – Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela
            darão conta no dia do juízo;
V.37 – porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás
            condenado.

No V.35 Jesus explica como é que se pode reconhecer a natureza de uma árvore. É pelo fruto. Se o fruto é bom, conclui-se que a árvore é boa. Se o fruto é mau, a árvore é má. A passagem paralela de Lucas, nos Vs.43 e 44 completa a ideia dizendo que não há árvore boa que dê mau fruto e nem árvore má que dê bom fruto. Ele exemplifica isto dizendo que os espinheiros não produzem figos e nem os abrolhos produzem uvas. Espinheiros, cardos e abrolhos eram plantas indesejáveis que se alastravam pelos pomares e diminuíam muito a produção das árvores frutíferas. Por isso eles tinham que ser controlados, arrancados e queimados. Eles eram considerados como uma falta de sorte para os agricultores e, até mesmo, um sinal do juízo de Deus sobre os ímpios.
A expressão “raça de víboras” usada por Jesus no V.34 foi usada também por João Batista, referindo-se aos fariseus e saduceus em Mateus 3:7. A ideia é que eles eram descendentes da serpente mencionada em Gênesis 1:3-5. Em uma polêmica com fariseus e outros judeus que O perseguiam Jesus os censurou dizendo: “Vós sois do diabo que é vosso pai...” (João 8:44). Quando Jesus pergunta: “Raça de víboras, como podeis falar cousas boas sendo maus?”, Ele está falando da natureza má daqueles adversários. Por isso eles não podiam falar cousas boas, pois o problema estava no coração deles. A sede das suas mentes e das suas atividades espirituais era cheia de cousas ruins. Nisto há uma diferença brutal entre o feito de Jesus curar um surdo e mudo pelo poder do Espírito Santo e a afirmação deles de que Jesus fazia isso pelo poder do maioral dos demônios (Mateus 12:24). O coração de Jesus tinha um bom tesouro e d’Ele saíam as Suas boas obras. Mas o coração daqueles homens tinha um mau tesouro, revelado pelas suas más palavras, pois, da boca das serpentes sai veneno! É oportuna a exortação de Provérbios 4:23 que diz: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
As palavras do V.36 são exclusivas de Mateus. “Palavras frívolas” são palavras que não trazem proveito, palavras inúteis, palavras levianas. A “Didachê”, obra sobre Disciplina Eclesiástica do século II D.C. diz: “Não seja falsa ou vã a tua palavra, mas perfeita em ação” (2:5). Cada um dará conta delas no dia do juízo. Isto, porque a palavra é um fator real, de condenação ou de justificação, um peso concreto que será considerado no dia do juízo, tanto ou quanto os feitos de cada um (Romanos 14:10-12).