sábado, 13 de abril de 2013

CAPÍTULO 16


CAPÍTULO  16

 

V.  1 - Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé

           compraram aromas para irem embalsamá-lo.

V.  2 - E muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol,

           foram ao túmulo.

V.  3 -Diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da entrada do túmulo?

V.  4 -E, olhando, viram que a pedra já estava revolvida; pois era muito grande.

V.  5 -Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado direito,

          vestido de branco, e ficaram surpreendidas e atemorizadas.

V.  6 -Ele, porém lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno

          que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui;

          vede o lugar onde o tinham posto.

V.  7 -Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós

          para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse.

V.  8 -E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor

          e de  assombro; e de medo nada disseram a ninguém.

 

As mulheres que vieram com Jesus da Galiléia viram o seu sepultamento, e como a grande pedra foi colocada na entrada do sepulcro na sexta-feira à tarde, antes do por do sol. Passado o sábado, isto é, depois das seis horas da tarde do outro dia, Maria Madalena, Maria , mãe de Tiago, e Salomé foram comprar aromas para fazer o tratamento costumeiro entre os judeus, de embalsamar o corpo de Jesus. E muito cedo, no primeiro dia da semana, portanto, no domingo de madrugada, elas foram ao sepulcro. Joana e as outras mulheres foram com elas (cf. Lucas 24:10). Pelo caminho iam preocupadas  com a retirada da pedra que fechava a entrada. Era uma pedra redonda , muito pesada, em forma de disco espesso de mais ou menos dois metros de diâmetro. Ela rolava numa canaleta, encostada à parede da frente do sepulcro, e funcionava como uma porta de correr. Foi José de Arimatéia quem a rolou para fechar entrada, evitando o acesso de violadores de sepulturas. Pilatos permitiu que os principais sacerdotes e fariseus lacrassem o túmulo com segurança, provavelmente com o selo do Império Romano, e deu ainda uma escolta de soldados para que eles o guardassem como achavam que deviam (cf. Mateus 27:62-66). Não porque aqueles judeus acreditassem na possibilidade da ressurreição de Jesus, mas porque eles imaginavam que os discípulos poderiam roubar o seu corpo, e depois afirmar que ele ressuscitara.

As mulheres tiveram a surpresa de ver a pedra revolvida. Entrando no sepulcro, viram um anjo assentado ao lado direito, vestido de branco, e ficaram atemorizadas. Mas ele as acalmou, anunciando que Jesus, o Nazareno, que fora crucificado e que elas procuravam, não estava mais ali, porque havia ressuscitado. Então mostrou o lugar onde ele tinha sido posto e ordenou-lhes que fossem avisar os discípulos para irem à Galiléia, ao encontro de que ele havia falado a caminho do Getsêmani. Pedro é especialmente mencionado, pois devia estar muito deprimido. Mateus informa que um anjo do Senhor desceu do céu provocando um grande terremoto e, removendo a pedra, assentou-se sobre ela. Vestido de branco, ele refulgia como um relâmpago. Os guardas tremeram de pavor e ficaram como se estivessem mortos (cf. Mateus 28:2-4).

 

 

Entendemos que o anjo não retirou a pedra para que Jesus saísse  pela entrada do sepulcro, mas ele já havia ressuscitado, traspassando os lençóis e as paredes de pedra do túmulo. Os lençóis permaneciam intactos, da maneira como estavam envolvendo o seu corpo, enquanto o lenço da sua cabeça encontrava-se ao lado dos lençóis (cf. João 20:6-7). Tanto o anjo que abriu o sepulcro e guardava a sua entrada, assentado sobre a pedra, como também o que estava lá dentro, cuidava para que as mulheres e os discípulos vissem os testemunhos da ressurreição. Foi esta visão do túmulo vazio que levou Pedro e João a crerem que Jesus saiu sobrenaturalmente daquele invólucro mortuário e também das limitações físicas em que viveu dentro de um corpo humano (cf. João 20:8). Deus não deu ali explicações científicas a respeito da ressurreição, mas fatos suficientes para que eles cressem. Como diz Campbell Morgan, “crer com o intelecto não produz resultados morais e espirituais. Mas crer com o coração, isto sim, produz”. As mulheres esperavam encontrar um corpo sem vida e os discípulos ainda lamentavam a tragédia. Mas depois que creram, ninguém pode mais detê-los. Por isso começaram a proclamar o evangelho. A igreja primitiva e a fé cristã que está hoje pelo mundo todo são o testemunho vivo da ressurreição na história da humanidade.

Jesus passou para outra dimensão de vida totalmente espiritual, com um novo “status”, assentado à direita da Majestade nas alturas, depois de ter feito a purificação pelos pecados (cf. Hebreu 1:1-4). Portanto ele não é mais um personagem histórico, mas está vivo e presente. Acima de tudo, ele é Espírito Vivificante!

 

V.  9 - Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana,

           apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios.

V.10 - E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus,

           se achavam tristes e choravam.

 V.11- Estes, ouvindo que ele vivia e fora visto por ela, não acreditaram.

V.12 - Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles

           que estavam de caminho para o campo.

V.13 - E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois

           eles não deram crédito.

 

Quando fixamos a atenção à narrativa de Marcos, apreciando o seu estilo pictórico e jornalístico que descreve de maneira tão vívida e apropriada as cenas movimentadas do ministério de Jesus e caracteriza os conflitos de modo tão envolvente, parece que a narrativa podia terminar simplesmente com a vitória da ressurreição. Mas se isto acontecesse seria uma conclusão muito brusca. Não é sem razão que encontramos, no final deste Evangelho, um trecho que traz um grupo de informações, todas elas ligadas à ressurreição, vista agora como um passo necessário para uma vitória maior, que é o evangelismo universal. A ênfase dada ao encontro na Galiléia mostra o direcionamento do propósito nesse sentido. Foi lá, em território de gentios, que Jesus iniciou a mais longa etapa do seu ministério. É lá também que ele queria apresentar-se vivo e ressurreto a muitos que creram. Mateus 28:16-17 é o registro de que os onze foram para o monte designado da Galiléia, e que o viram e o adoraram, embora alguns tenham duvidado. Era ali que ele queria dar aos discípulos a grande comissão para irem por todas as nações e fazerem discípulos. Isto de fato ocorreu na Galiléia onde, ao que parece, ele apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, conforme afirmação de Paulo em 1Corintios 15:6. Mas a primeira informação deste trecho final do Evangelho de Marcos vem esclarecer a quem Jesus apareceu primeiro, depois de ressuscitado. Foi a Maria Madalena.

 

Para compreender melhor a ordem das aparições, tanto às mulheres como aos discípulos, é necessário comparar com atenção os relatos paralelos dos quatro Evangelhos. Em João 20:14-18 o apóstolo relata como foi este grande privilégio que Madalena teve de ver o Cristo ressuscitado, antes de qualquer outro de seus discípulos. Convém lembrar que ela esteve acompanhando a crucificação, a morte e o sepultamento do Mestre com as outras mulheres, comprou aromas com elas e, no domingo de madrugada,  acompanhou-as ao sepulcro para cuidar do corpo. Ela o amava muito, porque recebera muito perdão. Mas antes de ver Jesus Maria Madalena já tinha chegado até o túmulo e, vendo a pedra removida, correu para avisar Pedro e João que haviam tirado o corpo do Senhor e não sabia onde o puseram (João 20:1-2). Eles partiram correndo e, entrando no sepulcro, viram os lençóis. E pelas evidências compreenderam que ele havia ressuscitado. Então voltaram para casa. Mas Madalena permaneceu ali e chorava à entrada do sepulcro. Olhando para dentro, viu dois anjos que lhe perguntaram por que chorava. Ela respondeu que haviam levado o Senhor e não sabia onde o puseram. Foi então que Jesus se manifestou. Ela, emocionada, pensou poder segurá-lo. Mas ele, refreando-lhe as emoções disse: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (João 20:17). As outras mulheres já tinham entrado no sepulcro e recebido dos anjos a notícia de que Jesus havia ressuscitado, mas ainda não o haviam visto. Mateus relata que quando elas iam-se retirando para levar aos discípulos o recado para irem aa Galiléia, Jesus veio ao encontro delas e lhes disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Mas quando deram aos discípulos a notícia de que viram Jesus e que ele estava vivo, os onze e aqueles que com eles estavam, todos eles seus companheiros que ele chama “meus irmãos”,  não acreditaram. Antes, acharam que era um delírio das mulheres (Lucas 24:11). Apesar de tudo, foram elas que tiveram a primazia de receber a notícia e de fruir as alegrias da ressurreição, especialmente de ver Jesus ressuscitado. Os apóstolos e os outros discípulos permaneciam temerosos dos judeus e sufocados pela tristeza. Elas o buscaram primeiro. Naquilo que parecia impossível crer, e que para os apóstolos representava um delírio, elas foram auxiliadas pelos anjos e confirmadas pelo Senhor mesmo, tornando-se as primeiras a proclamar a boa nova da ressurreição entre os discípulos.

Mais uma aparição de Jesus é relatada nos versos 12 e 13, e refere-se aos discípulos que iam a caminho de Emaús. Mas a passagem quer enfatizar a incredulidade dos outros que não aceitaram o testemunho deles, assim como não haviam crido nas palavras de Maria Madalena. O escritor informa que Jesus manifestou-se a eles em outra forma. O que isto significa pode ser esclarecido por Lucas que no seu Evangelho dá muitos detalhes de como tudo aconteceu e da maneira como Jesus resolveu as dúvidas dos dois discípulos através de explicações textuais das Escrituras. (Recomenda-se a leitura cuidadosa de Lucas 24:13-35). Eles caminhavam desconsolados e desalentados, preocupados com os últimos acontecimentos em Jerusalém. Sentiam frustrados os seus ideais, porque os fatos ocorridos não condiziam com as suas expectativas. Eles esperavam que a redenção de Israel fosse realizada naquele momento através de Jesus, o Nazareno, mas afinal ele havia morrido crucificado, já fazia três dias. Como se fosse um desconhecido, Jesus aproximou-se e perguntou-lhes sobre o que conversavam no caminho. Eles contaram tudo e acrescentaram, como algo que carecia de comprovação, que as mulheres obtiveram a notícia de que ele vivia, e alguns dos discípulos foram ao sepulcro e verificaram ser verdade o que elas diziam, mas eles mesmos não o tinham visto.

A colocação destes dois discípulos e das mulheres com relação aos fatos ocorridos mostra duas atitudes bem diferentes. A primeira é a das mulheres que foram procurar  Jesus  na  hora  do  nascer  do  sol,  para  cuidar do seu corpo,  embora pensassem

com simplicidade, que o encontrariam sem vida. A segunda é a dos dois discípulos que, na hora do por do sol, distanciavam-se frustrados, sem ver a solução que esperavam do problema que os preocupava. Com suas próprias palavras, eles denunciam incredulidade no testemunho das mulheres. Tudo indica que eles estavam entre os que tendo sido companheiros de Jesus, e que se achavam tristes e choravam, não deram crédito a Maria Madalena. Ao que parece, eles caminhavam mesmo na contra-mão.

Jesus usou duas maneiras diferentes para manifestar-se nestes dois casos. Das mulheres ele veio ao encontro, satisfazendo o desejo dos seus corações e corrigindo o pensamento delas a seu respeito, porque imaginavam encontrá-lo sem vida no túmulo. Aos dois discípulos ele manifestou-se como que incidentalmente sem causar impacto, para curar-lhes a ferida da alma, corrigindo as suas dúvidas e preparando-os para serem testemunhas da ressurreição. O que ele deseja é fortalecer a fé dos seus discípulos, não importa quais sejam as dificuldades que impeçam os seus olhos de reconhecê-lo. Ele mostra que está sempre presente para corrigir os erros e retificar os caminhos. A Madalena ele se fez reconhecer pela voz, e tudo ficou esclarecido. Aos dois discípulos ele explicou as Escrituras e revelou-se na comunhão de uma refeição íntima, no ato de partir o pão. Então eles perceberam a sua presença, pois no caminho os seus corações ardiam quando ele lhes expunha as Escrituras. Agora, crendo, voltaram para Jerusalém, cerca de onze quilômetros de distância, apesar da hora avançada, a fim de notificar a ocorrência aos onze e aos que com eles estavam. Mas, ironicamente, o seu testemunho também não foi aceito, do mesmo modo que eles não aceitaram o testemunho das mulheres.

Existe algo de impressionante nas manifestações de Jesus após a ressurreição. Nem sempre ele é reconhecido pelos discípulos imediatamente, e às vezes, para eles parece um acontecimento irreal. Certamente isto está relacionado com a realidade espiritual que Jesus representa e o preparo necessário para encará-lo tal como ele é. Isto se assemelha à dificuldade que sentiam os discípulo de compreender as suas palavras nos dias em que andavam com ele. De qualquer maneira ele mesmo toma a iniciativa de manifestar-se no momento certo e de abrir os olhos aos discípulos, para que eles o vejam. A Pedro, que o negara, ele apareceu no mesmo dia da ressurreição, trazendo o conforto de que ele precisava. Por isso ele escreve: “Bendito o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pedro 1:3).

Enfim, quando analisamos as aparições do Cristo ressuscitado, acabamos concluindo que ele as proporcionou em ocasiões muito oportunas para resolver problemas cruciais dos discípulos que ele tanto amou. E quando para alguns falham as esperanças, quando sobem as dúvidas à alma, e o coração se enche de angústia, então ele manifesta a sua presença para dar um voto de crédito, como que dizendo: “Eu te dou valor. Morri por ti, mas eis que estou vivo. Crê somente”. Jesus tem este poder de dar significado à vida, quando a situação é confusa e desalentadora. Ele não se impõe, não obriga, mas se oferece como opção, e espera o convite para entrar na intimidade dos que o recebem. Então ele manifesta a sua identidade, reacende a chama da esperança, devolve a alegria e dá poder para testemunhar. Assim é o Cristo ressuscitado.

 

V.14 - Finalmente apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa,

           e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração,

           porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado.

V.15 -E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.

V.16 - Quem crer e for batizado será salvo;  

           quem, porém, não crer será condenado.

V.17 - Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:

          em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas;

V.18 -pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem,

          não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.

 

A terceira e última aparição de Jesus registrada no Evangelho de Marcos foi aos onze apóstolos que estavam reunidos à mesa. Neste final da narrativa o escritor deixa bem evidentes dois conceitos opostos: a incredulidade e a fé. Durante o ministério de Jesus os discípulos foram censurados  pela dureza de coração e pela falta de fé. Agora, após a ressurreição, eles apresentam sintomas de que o veneno tornou-se mais forte. A ressurreição de Jesus é o espigão divisor das águas que correm para um lado, e das águas que correm para o outro. Nenhuma vida pode encontrar o rumo certo, se não passar por este ponto de fé, onde cada um precisa confrontar-se com o marco estabelecido por Deus que é a cruz e o túmulo vazio, a morte e a ressurreição de Cristo. É a livre escolha que fica na dependência da fé. Uma questão de crer ou não crer.

O relato final deste Evangelho não dá tanta ênfase às aparições de Jesus quanto à incredulidade dos discípulos. O que estaria acontecendo com eles? Aquela tristeza insistente, contrária à alegria da ressurreição, mais parecia uma opção de fuga à verdade de Deus, como era o profundo sono de Jonas no porão do navio em meio à tempestade. Daí a razão de Jesus censurar-lhes a incredulidade e mostrar-lhes o novo horizonte para onde devia estender-se a fé no Cristo ressuscitado. Tanto para eles saírem pregando, como para os ouvintes receberem a mensagem e obterem o resultado positivo da salvação, uma só cousa era necessária: crer. É evidente que Jesus estava prenunciando aqui o trabalho apostólico tanto daqueles discípulos, como da igreja, e também, relacionando com isto alguns requisitos a serem vistos como expressão ou conseqüência da fé. Primeiro, o batismo dos novos crentes,  bem relacionado com a salvação. Depois, os sinais que seguem. O batismo é decisão do que crê. Os sinais são a autenticação de Deus sobre a obra missionária daqueles que ali estavam, e da igreja futura. Na marcha em direção ao mundo, toda a assistência necessária é prometida pelo Senhor ressuscitado a favor dos seus discípulos:

1 - Poder para expelir demônios dos cativos e algemados neste mundo dominado por

      Satanás.

2 - Capacidade para falar novas línguas, a fim de comunicar a mensagem aos estrangeiros

     de todas as nações na sua própria língua.

3 - Defesa contra eventualidades tais como mordedura de serpentes e envenenamento.

4 - Unção para curar enfermos.

Em tudo isto vemos o envolvimento do Senhor ressuscitado e dos discípulos fiéis numa luta de extrema amplitude contra o mundo, os demônios e Satanás, luta em que o ser humano degenerado deve ser atingido na sua totalidade: no corpo atingido pelas doenças; na mente embotada e perturbada pela ação de demônios; no espírito obscurecido pela ação de Satanás.

Este parágrafo do Evangelho de Marcos que acabamos de  analisar é a versão da Grande Comissão do Evangelho de Mateus contida no capítulo 28, versos 16 a 18, que os apóstolos receberam quando se encontraram com o Mestre no monte designado da Galiléia.

Jesus aproximando-se deles falou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome de Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos Séculos.

Tudo gira em torno da pregação do evangelho cuja mensagem está concentrada na morte e na ressurreição de Cristo, que se torna agora objeto da fé universal.

A responsabilidade deste trabalho é transferida no decorrer dos séculos para a igreja, que é o corpo que recebeu de Deus o Cristo ressuscitado por cabeça, tendo o universo debaixo dos seus pés, sendo ela a plenitude de Cristo que a supre em todas as cousas, a qual tem vida pelo seu Espírito, o Espírito Santo. Grande é o seu ministério!

Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.

 

V.19 - De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado,

            foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus.

V.20 - E eles, tendo partido, pregaram em toda parte,

           cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra

           por meio de sinais, que se seguiam.

 

Com estas palavras finais, o Evangelho de Marcos quer comprovar de maneira prática e conclusiva que o Senhor foi glorificado, sendo recebido no céu e  entronizado à direita de Deus, de onde coopera com o trabalho dos seus discípulos, confirmando a pregação por meio de sinais que fazem parte desta obra. Isto corresponde às palavras de Mateus 28:18-20, onde ele afirma que recebeu toda autoridade no céu e na Terra, e promete estar com os seus enviados todos os dias, até a consumação do século.

E eles foram!

E Jesus permanece com eles!

 

 

 

A título de esclarecimento damos aqui a relação das aparições de Jesus após a ressurreição, conforme registrado no Novo Testamento:

 

1   -   A Maria Madalena                                            Marcos 16:9

2   -   Às outras mulheres                                            Mateus 28:9

3   -   A dois discípulos                                               Marcos 16:12    Lucas 24:15

4   -   Aos onze discípulos                                           Lucas 24:36

5   -   A Pedro                                                              1Coríntios 15:5  Lucas 24:34

6   -   Aos dez   (Tomé ausente)                                   João 20:19  

7   -   Aos discípulos  (Tomé presente)                        João 20:26

8   -   No Mar da Galiléia                                             João 21:1

9   -   Aos onze na Galiléia                                           Mateus 28:17    Marcos 16:14  (?)

10 -   Na ascensão                                                         Lucas 24:50-51

11 -   A quinhentos irmãos                                           1Coríntios 15:6

12 -   A Tiago                                                               1Coríntios 15:7

13 -   A Paulo    (alguns anos após a ascensão)            Atos 9:5   1Coríntios 15:8

 

                                                                   

                                                             

                                                                      

                                             FIM