CAPÍTULO 16
V.
1 - Passado o sábado, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago, e Salomé
compraram aromas para irem embalsamá-lo.
V. 2 - E muito cedo, no primeiro dia da semana,
ao despontar do sol,
foram ao túmulo.
V. 3 -Diziam umas às outras: Quem nos revolverá
a pedra da entrada do túmulo?
V. 4 -E, olhando, viram que a pedra já estava
revolvida; pois era muito grande.
V. 5 -Entrando no túmulo, viram um jovem
assentado ao lado direito,
vestido de branco, e ficaram
surpreendidas e atemorizadas.
V. 6 -Ele, porém lhes disse: Não vos
atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno
que foi crucificado; ele ressuscitou,
não está mais aqui;
vede o lugar onde o tinham posto.
V. 7 -Mas ide, dizei a seus discípulos, e a
Pedro, que ele vai adiante de vós
para a Galiléia; lá o vereis, como
ele vos disse.
V. 8 -E, saindo elas, fugiram do sepulcro,
porque estavam possuídas de temor
e de
assombro; e de medo nada disseram a ninguém.
As mulheres que vieram
com Jesus da Galiléia viram o seu sepultamento, e como a grande pedra foi
colocada na entrada do sepulcro na sexta-feira à tarde, antes do por do sol.
Passado o sábado, isto é, depois das seis horas da tarde do outro dia, Maria
Madalena, Maria , mãe de Tiago, e Salomé foram comprar aromas para fazer o tratamento
costumeiro entre os judeus, de embalsamar o corpo de Jesus. E muito cedo, no
primeiro dia da semana, portanto, no domingo de madrugada, elas foram ao
sepulcro. Joana e as outras mulheres foram com elas (cf. Lucas 24:10). Pelo
caminho iam preocupadas com a retirada
da pedra que fechava a entrada. Era uma pedra redonda , muito pesada, em forma
de disco espesso de mais ou menos dois metros de diâmetro. Ela rolava numa
canaleta, encostada à parede da frente do sepulcro, e funcionava como uma porta
de correr. Foi José de Arimatéia quem a rolou para fechar entrada, evitando o
acesso de violadores de sepulturas. Pilatos permitiu que os principais
sacerdotes e fariseus lacrassem o túmulo com segurança, provavelmente com o
selo do Império Romano, e deu ainda uma escolta de soldados para que eles o
guardassem como achavam que deviam (cf. Mateus 27:62-66). Não porque aqueles
judeus acreditassem na possibilidade da ressurreição de Jesus, mas porque eles
imaginavam que os discípulos poderiam roubar o seu corpo, e depois afirmar que
ele ressuscitara.
As mulheres tiveram a
surpresa de ver a pedra revolvida. Entrando no sepulcro, viram um anjo
assentado ao lado direito, vestido de branco, e ficaram atemorizadas. Mas ele
as acalmou, anunciando que Jesus, o Nazareno, que fora crucificado e que elas
procuravam, não estava mais ali, porque havia ressuscitado. Então mostrou o
lugar onde ele tinha sido posto e ordenou-lhes que fossem avisar os discípulos
para irem à Galiléia, ao encontro de que ele havia falado a caminho do
Getsêmani. Pedro é especialmente mencionado, pois devia estar muito deprimido.
Mateus informa que um anjo do Senhor desceu do céu provocando um grande
terremoto e, removendo a pedra, assentou-se sobre ela. Vestido de branco, ele
refulgia como um relâmpago. Os guardas tremeram de pavor e ficaram como se
estivessem mortos (cf. Mateus 28:2-4).
Entendemos que o anjo
não retirou a pedra para que Jesus saísse
pela entrada do sepulcro, mas ele já havia ressuscitado, traspassando os
lençóis e as paredes de pedra do túmulo. Os lençóis permaneciam intactos, da
maneira como estavam envolvendo o seu corpo, enquanto o lenço da sua cabeça
encontrava-se ao lado dos lençóis (cf. João 20:6-7). Tanto o anjo que abriu o
sepulcro e guardava a sua entrada, assentado sobre a pedra, como também o que
estava lá dentro, cuidava para que as mulheres e os discípulos vissem os
testemunhos da ressurreição. Foi esta visão do túmulo vazio que levou Pedro e
João a crerem que Jesus saiu sobrenaturalmente daquele invólucro mortuário e também
das limitações físicas em que viveu dentro de um corpo humano (cf. João 20:8). Deus
não deu ali explicações científicas a respeito da ressurreição, mas fatos
suficientes para que eles cressem. Como diz Campbell Morgan, “crer com o
intelecto não produz resultados morais e espirituais. Mas crer com o coração,
isto sim, produz”. As mulheres esperavam encontrar um corpo sem vida e os
discípulos ainda lamentavam a tragédia. Mas depois que creram, ninguém pode
mais detê-los. Por isso começaram a proclamar o evangelho. A igreja primitiva e
a fé cristã que está hoje pelo mundo todo são o testemunho vivo da ressurreição
na história da humanidade.
Jesus passou para
outra dimensão de vida totalmente espiritual, com um novo “status”, assentado à
direita da Majestade nas alturas, depois de ter feito a purificação pelos
pecados (cf. Hebreu 1:1-4). Portanto ele não é mais um personagem histórico,
mas está vivo e presente. Acima de tudo, ele é Espírito Vivificante!
V. 9 - Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no
primeiro dia da semana,
apareceu primeiro a Maria Madalena,
da qual expelira sete demônios.
V.10
- E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de
Jesus,
se achavam tristes e choravam.
V.11- Estes, ouvindo que ele vivia e fora
visto por ela, não acreditaram.
V.12
- Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles
que estavam de caminho para o campo.
V.13
- E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois
eles não deram crédito.
Quando fixamos a
atenção à narrativa de Marcos, apreciando o seu estilo pictórico e jornalístico
que descreve de maneira tão vívida e apropriada as cenas movimentadas do ministério
de Jesus e caracteriza os conflitos de modo tão envolvente, parece que a
narrativa podia terminar simplesmente com a vitória da ressurreição. Mas se
isto acontecesse seria uma conclusão muito brusca. Não é sem razão que
encontramos, no final deste Evangelho, um trecho que traz um grupo de
informações, todas elas ligadas à ressurreição, vista agora como um passo
necessário para uma vitória maior, que é o evangelismo universal. A ênfase dada
ao encontro na Galiléia mostra o direcionamento do propósito nesse sentido. Foi
lá, em território de gentios, que Jesus iniciou a mais longa etapa do seu
ministério. É lá também que ele queria apresentar-se vivo e ressurreto a muitos
que creram. Mateus 28:16-17 é o registro de que os onze foram para o monte
designado da Galiléia, e que o viram e o adoraram, embora alguns tenham duvidado.
Era ali que ele queria dar aos discípulos a grande comissão para irem por todas
as nações e fazerem discípulos. Isto de fato ocorreu na Galiléia onde, ao que
parece, ele apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, conforme
afirmação de Paulo em 1Corintios 15:6. Mas a primeira informação deste trecho
final do Evangelho de Marcos vem esclarecer a quem Jesus apareceu primeiro,
depois de ressuscitado. Foi a Maria Madalena.
Para compreender
melhor a ordem das aparições, tanto às mulheres como aos discípulos, é
necessário comparar com atenção os relatos paralelos dos quatro Evangelhos. Em
João 20:14-18 o apóstolo relata como foi este grande privilégio que Madalena
teve de ver o Cristo ressuscitado, antes de qualquer outro de seus discípulos.
Convém lembrar que ela esteve acompanhando a crucificação, a morte e o
sepultamento do Mestre com as outras mulheres, comprou aromas com elas e, no
domingo de madrugada, acompanhou-as ao
sepulcro para cuidar do corpo. Ela o amava muito, porque recebera muito perdão.
Mas antes de ver Jesus Maria Madalena já tinha chegado até o túmulo e, vendo a
pedra removida, correu para avisar Pedro e João que haviam tirado o corpo do
Senhor e não sabia onde o puseram (João 20:1-2). Eles partiram correndo e,
entrando no sepulcro, viram os lençóis. E pelas evidências compreenderam que
ele havia ressuscitado. Então voltaram para casa. Mas Madalena permaneceu ali e
chorava à entrada do sepulcro. Olhando para dentro, viu dois anjos que lhe
perguntaram por que chorava. Ela respondeu que haviam levado o Senhor e não
sabia onde o puseram. Foi então que Jesus se manifestou. Ela, emocionada,
pensou poder segurá-lo. Mas ele, refreando-lhe as emoções disse: “Não me
detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e
dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (João
20:17). As outras mulheres já tinham entrado no sepulcro e recebido dos anjos a
notícia de que Jesus havia ressuscitado, mas ainda não o haviam visto. Mateus
relata que quando elas iam-se retirando para levar aos discípulos o recado para
irem aa Galiléia, Jesus veio ao encontro delas e lhes disse: Salve! E elas,
aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Mas quando deram aos
discípulos a notícia de que viram Jesus e que ele estava vivo, os onze e
aqueles que com eles estavam, todos eles seus companheiros que ele chama “meus
irmãos”, não acreditaram. Antes, acharam
que era um delírio das mulheres (Lucas 24:11). Apesar de tudo, foram elas que
tiveram a primazia de receber a notícia e de fruir as alegrias da ressurreição,
especialmente de ver Jesus ressuscitado. Os apóstolos e os outros discípulos
permaneciam temerosos dos judeus e sufocados pela tristeza. Elas o buscaram
primeiro. Naquilo que parecia impossível crer, e que para os apóstolos
representava um delírio, elas foram auxiliadas pelos anjos e confirmadas pelo
Senhor mesmo, tornando-se as primeiras a proclamar a boa nova da ressurreição
entre os discípulos.
Mais uma aparição de
Jesus é relatada nos versos 12 e 13, e refere-se aos discípulos que iam a
caminho de Emaús. Mas a passagem quer enfatizar a incredulidade dos outros que
não aceitaram o testemunho deles, assim como não haviam crido nas palavras de
Maria Madalena. O escritor informa que Jesus manifestou-se a eles em outra
forma. O que isto significa pode ser esclarecido por Lucas que no seu Evangelho
dá muitos detalhes de como tudo aconteceu e da maneira como Jesus resolveu as
dúvidas dos dois discípulos através de explicações textuais das Escrituras.
(Recomenda-se a leitura cuidadosa de Lucas 24:13-35). Eles caminhavam desconsolados
e desalentados, preocupados com os últimos acontecimentos em Jerusalém. Sentiam
frustrados os seus ideais, porque os fatos ocorridos não condiziam com as suas
expectativas. Eles esperavam que a redenção de Israel fosse realizada naquele
momento através de Jesus, o Nazareno, mas afinal ele havia morrido crucificado,
já fazia três dias. Como se fosse um desconhecido, Jesus aproximou-se e
perguntou-lhes sobre o que conversavam no caminho. Eles contaram tudo e
acrescentaram, como algo que carecia de comprovação, que as mulheres obtiveram
a notícia de que ele vivia, e alguns dos discípulos foram ao sepulcro e
verificaram ser verdade o que elas diziam, mas eles mesmos não o tinham visto.
A colocação destes
dois discípulos e das mulheres com relação aos fatos ocorridos mostra duas
atitudes bem diferentes. A primeira é a das mulheres que foram procurar Jesus
na hora do
nascer do sol,
para cuidar do seu corpo, embora pensassem
com simplicidade, que o encontrariam sem
vida. A segunda é a dos dois discípulos que, na hora do por do sol,
distanciavam-se frustrados, sem ver a solução que esperavam do problema que os
preocupava. Com suas próprias palavras, eles denunciam incredulidade no
testemunho das mulheres. Tudo indica que eles estavam entre os que tendo sido
companheiros de Jesus, e que se achavam tristes e choravam, não deram crédito a
Maria Madalena. Ao que parece, eles caminhavam mesmo na contra-mão.
Jesus usou duas
maneiras diferentes para manifestar-se nestes dois casos. Das mulheres ele veio
ao encontro, satisfazendo o desejo dos seus corações e corrigindo o pensamento
delas a seu respeito, porque imaginavam encontrá-lo sem vida no túmulo. Aos
dois discípulos ele manifestou-se como que incidentalmente sem causar impacto,
para curar-lhes a ferida da alma, corrigindo as suas dúvidas e preparando-os
para serem testemunhas da ressurreição. O que ele deseja é fortalecer a fé dos
seus discípulos, não importa quais sejam as dificuldades que impeçam os seus olhos
de reconhecê-lo. Ele mostra que está sempre presente para corrigir os erros e
retificar os caminhos. A Madalena ele se fez reconhecer pela voz, e tudo ficou
esclarecido. Aos dois discípulos ele explicou as Escrituras e revelou-se na
comunhão de uma refeição íntima, no ato de partir o pão. Então eles perceberam
a sua presença, pois no caminho os seus corações ardiam quando ele lhes expunha
as Escrituras. Agora, crendo, voltaram para Jerusalém, cerca de onze
quilômetros de distância, apesar da hora avançada, a fim de notificar a
ocorrência aos onze e aos que com eles estavam. Mas, ironicamente, o seu
testemunho também não foi aceito, do mesmo modo que eles não aceitaram o
testemunho das mulheres.
Existe algo de
impressionante nas manifestações de Jesus após a ressurreição. Nem sempre ele é
reconhecido pelos discípulos imediatamente, e às vezes, para eles parece um
acontecimento irreal. Certamente isto está relacionado com a realidade
espiritual que Jesus representa e o preparo necessário para encará-lo tal como
ele é. Isto se assemelha à dificuldade que sentiam os discípulo de compreender
as suas palavras nos dias em que andavam com ele. De qualquer maneira ele mesmo
toma a iniciativa de manifestar-se no momento certo e de abrir os olhos aos
discípulos, para que eles o vejam. A Pedro, que o negara, ele apareceu no mesmo
dia da ressurreição, trazendo o conforto de que ele precisava. Por isso ele
escreve: “Bendito o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a
sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pedro 1:3).
Enfim, quando
analisamos as aparições do Cristo ressuscitado, acabamos concluindo que ele as
proporcionou em ocasiões muito oportunas para resolver problemas cruciais dos
discípulos que ele tanto amou. E quando para alguns falham as esperanças,
quando sobem as dúvidas à alma, e o coração se enche de angústia, então ele
manifesta a sua presença para dar um voto de crédito, como que dizendo: “Eu te
dou valor. Morri por ti, mas eis que estou vivo. Crê somente”. Jesus tem este
poder de dar significado à vida, quando a situação é confusa e desalentadora.
Ele não se impõe, não obriga, mas se oferece como opção, e espera o convite
para entrar na intimidade dos que o recebem. Então ele manifesta a sua
identidade, reacende a chama da esperança, devolve a alegria e dá poder para
testemunhar. Assim é o Cristo ressuscitado.
V.14
- Finalmente apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa,
e censurou-lhes a incredulidade e
dureza de coração,
porque não deram crédito aos que o
tinham visto já ressuscitado.
V.15
-E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
V.16
- Quem crer e for batizado será salvo;
quem, porém, não crer será condenado.
V.17
- Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:
em meu nome expelirão demônios;
falarão novas línguas;
V.18
-pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem,
não lhes fará mal; se impuserem as
mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
A terceira e última
aparição de Jesus registrada no Evangelho de Marcos foi aos onze apóstolos que
estavam reunidos à mesa. Neste final da narrativa o escritor deixa bem
evidentes dois conceitos opostos: a incredulidade e a fé. Durante o ministério
de Jesus os discípulos foram censurados
pela dureza de coração e pela falta de fé. Agora, após a ressurreição,
eles apresentam sintomas de que o veneno tornou-se mais forte. A ressurreição de
Jesus é o espigão divisor das águas que correm para um lado, e das águas que
correm para o outro. Nenhuma vida pode encontrar o rumo certo, se não passar
por este ponto de fé, onde cada um precisa confrontar-se com o marco
estabelecido por Deus que é a cruz e o túmulo vazio, a morte e a ressurreição
de Cristo. É a livre escolha que fica na dependência da fé. Uma questão de crer
ou não crer.
O relato final deste
Evangelho não dá tanta ênfase às aparições de Jesus quanto à incredulidade dos
discípulos. O que estaria acontecendo com eles? Aquela tristeza insistente,
contrária à alegria da ressurreição, mais parecia uma opção de fuga à verdade
de Deus, como era o profundo sono de Jonas no porão do navio em meio à
tempestade. Daí a razão de Jesus censurar-lhes a incredulidade e mostrar-lhes o
novo horizonte para onde devia estender-se a fé no Cristo ressuscitado. Tanto
para eles saírem pregando, como para os ouvintes receberem a mensagem e obterem
o resultado positivo da salvação, uma só cousa era necessária: crer. É evidente
que Jesus estava prenunciando aqui o trabalho apostólico tanto daqueles
discípulos, como da igreja, e também, relacionando com isto alguns requisitos a
serem vistos como expressão ou conseqüência da fé. Primeiro, o batismo dos
novos crentes, bem relacionado
com a salvação. Depois, os sinais que seguem. O batismo é decisão do que crê.
Os sinais são a autenticação de Deus sobre a obra missionária daqueles que ali
estavam, e da igreja futura. Na marcha em direção ao mundo, toda a assistência
necessária é prometida pelo Senhor ressuscitado a favor dos seus discípulos:
1 - Poder para expelir demônios dos cativos
e algemados neste mundo dominado por
Satanás.
2 - Capacidade para falar novas línguas, a
fim de comunicar a mensagem aos estrangeiros
de todas as nações na sua própria língua.
3 - Defesa contra eventualidades tais como
mordedura de serpentes e envenenamento.
4 - Unção para curar enfermos.
Em tudo isto vemos o
envolvimento do Senhor ressuscitado e dos discípulos fiéis numa luta de extrema
amplitude contra o mundo, os demônios e Satanás, luta em que o ser humano
degenerado deve ser atingido na sua totalidade: no corpo atingido pelas
doenças; na mente embotada e perturbada pela ação de demônios; no espírito
obscurecido pela ação de Satanás.
Este parágrafo do
Evangelho de Marcos que acabamos de
analisar é a versão da Grande Comissão do Evangelho de Mateus contida no
capítulo 28, versos 16 a 18, que os apóstolos receberam quando se encontraram
com o Mestre no monte designado da Galiléia.
Jesus aproximando-se
deles falou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome de Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos
os dias até a consumação dos Séculos.
Tudo gira em torno da
pregação do evangelho cuja mensagem está concentrada na morte e na ressurreição
de Cristo, que se torna agora objeto da fé universal.
A responsabilidade
deste trabalho é transferida no decorrer dos séculos para a igreja, que é o
corpo que recebeu de Deus o Cristo ressuscitado por cabeça, tendo o universo
debaixo dos seus pés, sendo ela a plenitude de Cristo que a supre em todas as
cousas, a qual tem vida pelo seu Espírito, o Espírito Santo. Grande é o seu
ministério!
Àquele que é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme
o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus,
por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.
V.19
- De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado,
foi
recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus.
V.20
- E eles, tendo partido, pregaram em toda parte,
cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra
por meio de sinais, que se seguiam.
Com estas palavras
finais, o Evangelho de Marcos quer comprovar de maneira prática e conclusiva
que o Senhor foi glorificado, sendo recebido no céu e entronizado à direita de Deus, de onde
coopera com o trabalho dos seus discípulos, confirmando a pregação por meio de
sinais que fazem parte desta obra. Isto corresponde às palavras de Mateus
28:18-20, onde ele afirma que recebeu toda autoridade no céu e na Terra, e
promete estar com os seus enviados todos os dias, até a consumação do século.
E eles foram!
E Jesus permanece com
eles!
A título de esclarecimento damos aqui a
relação das aparições de Jesus após a ressurreição, conforme registrado no Novo
Testamento:
1 - A Maria Madalena Marcos 16:9
2 - Às outras mulheres Mateus 28:9
3 - A dois discípulos Marcos
16:12 Lucas 24:15
4 - Aos
onze discípulos Lucas 24:36
5 - A Pedro
1Coríntios 15:5 Lucas 24:34
6 - Aos dez
(Tomé ausente) João 20:19
7
- Aos discípulos (Tomé presente) João 20:26
8 - No Mar da Galiléia
João 21:1
9 - Aos onze na Galiléia
Mateus 28:17 Marcos 16:14 (?)
10 -
Na ascensão Lucas
24:50-51
11 - A quinhentos irmãos
1Coríntios 15:6
12 -
A Tiago
1Coríntios 15:7
13 -
A Paulo (alguns anos após a
ascensão) Atos 9:5
1Coríntios 15:8
FIM