sábado, 10 de janeiro de 2015

A VINDA DO FILHO DO HOMEM

                                      A VINDA DO FILHO DO HOMEM
                                                     LUCAS 17:20-37

V.20 - Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes
           respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência.
V.21 - Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de
           vós.

A questão da chegada do reino de Deus era um assunto que intrigava intensamente o círculo dos fariseus. Eles se preocupavam com a época e com os sinais da Sua vinda. Então, queriam saber o que Jesus diria a esse respeito, visto que Ele era considerado Mestre. Mas isto não passava de um desafio.
A resposta de Jesus é que não há possibilidade se estabelecer uma data para isso, porque o reino de Deus não se manifesta de maneira visível, de modo a se poder determinar o seu início. Além do mais, o reino de Deus não é como os reinos deste mundo, que têm suas sedes ou centros administrativos (capitais) localizados aqui ou ali. Quando, mais tarde, após a ressurreição, os discípulos Lhe perguntaram cousa semelhante, Ele disse que não competia a eles, conhecer tempos ou épocas que Deus reservou para a Sua exclusiva autoridade (Atos 1:6-7). Em outras palavras, é inútil fazer especulação sobre essas cousas (cf Mateus 24:36). É mais sensato preocupar-se com a gravidade da situação presente, do que procurar sinais e investigar o futuro. Mas é preciso notar que a expressão traduzida por “está dentro em vós” fica mais coerente com o texto grego, se for traduzida por “está no meio de vós” ou “está entre vós”. Confira isto, consultando a preposição grega “entós” no Theyer’s Greek – English Lexicon, que faz parte da expressão grega “entós humön”.
Dizer aos escribas e fariseus que o reino de Deus estava dentro deles (em seus corações) seria uma incoerência, porque eles eram contrários aos padrões do reino (cf Mateus, capitulo 23, ênfase no V.13).

V.22 - A seguir, dirigiu-se aos discípulos: Virá o tempo em que desejareis ver um
           dos dias do Filho do Homem e não o vereis.
V.23 - E vos dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Não vades nem os sigais;
V.24 - porque assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra
           extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do homem.
V.25 - Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por
           sta geração.

Jesus previne os discípulos sobre o Seu afastamento e que, nesse período, eles desejariam ver um dos Seus dias, como estavam vendo naquele momento, na Sua presença, durante o Seu ministério. Então Ele os exorta a não se deixarem enganar por falsos rumores de que Ele estaria aqui ou lá. O Seu dia será tão evidente e repentino, como o relâmpago que brilha de uma a outra extremidade do céu, e todos podem ver. Mas antes da chegada desse dia, Ele teria que sofrer muitas cousas e ser rejeitado por aquela geração.

V.26 - Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do
           homem:
V.27 - comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que
           Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.
V.28 - O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam,
           vendiam, plantavam e edificavam;
V.29 - mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e
           destruiu a todos.
V.30 - Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar.
V.31 - Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não
           desça.
V.32 - Lembrai-vos da mulher de Ló.
V.33 - Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a
           salvará.

O caso do dilúvio nos dia de Noé e o de Sodoma nos dias de Ló ilustram bem o desespero da população que andava despreocupada, vivendo a vida normal deste mundo, sem cuidar das cousas celestiais, quando foram surpreendidos e repentinamente destruídos pela água e pelo fogo. Assim também será no dia da manifestação do Filho do homem. Será um dia de urgência em que a preocupação com as cousas comuns devem ficar fora de cogitação, tanto para quem está em casa, como para quem está no campo. O caso da mulher de Ló é um caso de insensatez, por não ter dado ouvido à ordem do Anjo, para não olhar o que ficou para traz (Gênesis 19:17). Ela não quis preservar a vida, por isso, perdeu-a.

V.34 - Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e
           deixado o outro;
V.35 - duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a
           outra.
V.36 - [Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro, deixado.]
V.37 - Então, lhe perguntaram: Onde será isso, Senhor? Respondeu-lhes: Onde
           estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres.

Aquele dia será de julgamento e de separação (discriminação), em que laços familiares não serão levados em consideração. De dois membros de uma mesma família, que estiverem dormindo juntos, na mesma cama, um será tomado e o outro, deixado. Igualmente, afinidade de trabalho não será considerada. De duas mulheres que estiverem juntas moendo trigo, ou de dois homens que estiverem lavrando no campo, um será tomado e o outro será deixado. O que será levado em consideração, naquele dia, será a posição de cada um, a favor ou contra o Filho do homem.
A pergunta dos discípulos: “Onde será isto, Senhor?” mostra que eles imaginavam um lugar geográfico bem definido, onde o Filho do homem se manifestaria. A resposta de Jesus não aponta local específico, mas tem caráter universal: em todo lugar onde houver pessoas imorais, corruptas, injustas, irreverentes, impiedosas, enfim aqueles que se opõem ao Filho do homem e ao reino de Deus, isto é, mortos espirituais, ali se ajuntarão os abutres, que representam o julgamento final.