QUESTÕES DE DISCERNIMENTO
ESPIRITUAL
A finalidade do presente
trabalho é levar o
leitor a raciocinar com a
lógica espiritual da
Palavra de Deus revelada
pelo Espírito Santo
na Bíblia.
1º) Homem Natural ( psychikos ),
aquele que não aceita as cousas do Espírito de Deus, mas deixa-se levar pela
própria alma.
2º) Homem Espiritual (
pneumatikos ), aquele que é capaz de julgar todas as cousas, porque tem a mente
de Cristo, que nele é implantada pelo Espírito Santo de Deus ( vs. 15-16 ).
3º) Logo em seguida, no primeiro
verso do capítulo 3, é mencionado um outro tipo de homem, o carnal ( sarkikos
). Ele pertence à igreja, mas o seu estágio de desenvolvimento espiritual é
pequeno, e pode ser comparado ao das crianças que ainda não conseguem digerir o
alimento sólido.
Analise cuidadosamente as questões
seguintes, para saber a qual das três categorias referidas você pertence. O
ideal é enquadrar-se no verso 13 e ser capaz de discernir as cousas
espiritualmente, conferindo cousas espirituais com espirituais.
Muitas pessoas oram dizendo:
“Senhor, espero que possas abençoar
aquele irmão...”.
“...que possas resolver essa
situação...”
“...que possas abrir as portas para
este trabalho...”
Leia em Marcos 9:21-23 a censura de
Jesus sobre esta atitude: “Se podes! Tudo é possível ao que crê”. “Ele é
poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos...” ( Efésios 3:20 ). Portanto não é necessário questionar o seu
poder. Basta pedir-lhe com fé. Depende de você! Todavia será difícil para
alguns mudarem esse modo de orar, ou porque já adquiriram tal hábito há muito
tempo, ou porque gostam desta forma retórica “que possas”. Mas se você ora
assim e consegue mudar, mude, para dar prova do seu discernimento espiritual.
O homem espiritual não sente a presença
de Deus pelos órgãos do sentido: a visão, a audição, o tato, o paladar ou o
olfato. O homem espiritual discerne espiritualmente a presença de Deus por
convicção que vem através da Palavra e do Espírito, ou seja, de Deus mesmo. A
Palavra diz: “...onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no
meio deles” ( Mateus 18:20 ). E ainda: “O próprio Espírito testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus” ( Romanos 8:16 ). Trata-se de um
processo espiritual. Mateus 16:17 mostra que estas convicções espirituais não
podem vir por via sensorial ou emocional ( carne e sangue ), mas por via
espiritual, diretamente de Deus; pois Jesus disse a Pedro: “Bem-aventurado és
tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai
que está nos céus”. Portanto, rir, chorar, dançar, pular etc, não produzem a
presença de Deus. E, quanto à emoção, diz o profeta: “Enganoso é o coração,
mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto. Quem o conhecerá?”
(Jeremias 17:9).
Crente e fiel significam a mesma cousa.
Tanto que na língua grega em que foi escrito o Novo Testamento, uma só palavra,
“pistós”, é que exprime esse conceito. Mas quando alguém crê com tanta
convicção, a ponto de entregar-se totalmente em confiança àquele em quem crê,
então dizemos que ele é fiel, porque é totalmente obediente. Fé e obediência
constituem um binômio inseparável. Quem crê, obedece! Agora perguntamos: Quem é
o homem, ou quem sou eu para afirmar que Deus é fiel a mim? Por acaso tenho
algum mérito? Qual é a minha performance? Sou perfeito? Não é por meio de Jesus
que recebemos tudo de Deus? (cf. 1º Corintios 1:30-31).
Saiba que tudo quanto Deus prometeu a
nós, Ele cumpre por ser fiel a si mesmo, isto é, à sua Palavra, às suas
promessas. Observe o que Paulo escreve a Timóteo: “Se somos infiéis, Ele
permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2º Timóteo
2:13). Leia Hebreus 6:13-14 e veja como esta passagem esclarece definitivamente
o assunto. Se você discerne espiritualmente esta questão e concorda com isto,
passe a cantar assim: “Tu és fiel Senhor, eu creio em Ti”, pois o hino é muito
bonito e edificante. Se, pelo contrário, alguém continua cantando como antes
deve saber que está incorrendo em uma blasfêmia. Jesus nunca confiou nos seres
humanos. Confira João 2:24-25.
Um corinho difundido em muitas igrejas
diz: “Seja bem-vindo a esta casa, (Deus) Pai”. “Seja bem-vindo a esta casa,
(Deus) Filho”. “Seja bem-vindo a esta casa, (Deus) Espírito Santo”.
Ninguém que tenha discernimento
espiritual deve cantar dessa maneira porque estará cometendo um dos dois erros
teológicos seguintes:
1º) Se “casa” refere-se ao templo
material, o erro consiste em que “Deus não habita em santuário feito por mãos
humanas” (Atos 7:47-48; 17:24).
2º) Se “casa” refere-se à igreja
reunida, pior ainda, pois a casa (a igreja) é de Deus. 1º Timóteo afirma no v.
15 do capítulo 3: “...como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do
Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. Como pode alguém dar boas vindas ao
Dono da Casa? Até segundo os nossos costumes humanos esta é uma atitude
arrogante! Antes, devemos ser humildes e agradecer-lhe por sermos bem recebidos
na casa que Ele comprou com seu próprio sangue (Atos 20:28), casa que Ele mesmo
edificou para habitar nela em Espírito (Efésios 2:22). Alias, o crente não
recebeu de Deus um convite para adorá-lo. Ele recebeu uma ordem ou convocação
permanente. Leia com atenção Lucas 22:19; 1º Corintios 11:24-25 e Atos 20:7 e
entenda que a ordem de Jesus para celebrarmos a ceia é uma convocação à
adoração. Hebreus 10:25 é uma admoestação à perseverança na adoração: “...não
deixemos de congregar-nos como é de costume de alguns...”. Ao pecador o Senhor
chama, exortando-o a aceitar ao convite da graça (Mateus 11:28-30; Isaías
55:1-3). Certo pastor fez um convite público pelo rádio, chamando os ouvintes
para um culto em sua igreja ao qual compareceriam três “convidados” muito
especiais, a saber, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Dizendo isto, ele
parecia ser o dono da casa, colocando-se acima do próprio Deus. As crianças
cantam muito apropriadamente:
Cuidado, olhinho, com aquilo que
você vê!
Cuidado, pezinho para onde você
vai!
Cuidado, boquinha, com aquilo que
você fala!
1º) Alguns pregadores insistem em
dizer: “Dê uma oportunidade a Jesus para entrar na sua vida”. Quem prega assim
não é cônscio da autoridade do Senhor Jesus. É Ele
quem dá ao pecador a oportunidade de reconciliação. Leia com atenção 2º
Corintios 5:20 - 6:2 e veja como isto é claro. Veja também Atos 17:30-31.
Muitos citam Apocalipse 3:20, colocando Jesus como a implorar para alguém lhe
abrir a porta, dando-lhe concessão para entrar. Na realidade Ele está
insistindo para esse alguém aproveitar a oportunidade que Ele oferece,
abrindo-lhe a porta.
2º) Certo pregador apresentou-se
na televisão e, com o intuito de provar que se deve guardar o 7º dia da semana,
ele incluiu na sua argumentação a idéia de que Deus criou a Música com sete
notas musicais. Na realidade, o que Deus criou foram as vibrações materiais que
chegam aos nossos ouvidos e são transmitidas ao cérebro, onde são interpretadas
como sons. É o ser humano quem aproveita os sons para fazer música, do mesmo
modo que ele usa a pedra para fazer esculturas. Deus também não criou sete
notas musicais. É o homem quem estabelece escalas com sons para, daí, fazer sua
música. A nossa escala ocidental é constituída de sete notas chamadas naturais:
do, ré, mi, fá, sol, lá, si e mais cinco bemóis e sustenidos. Doze notas,
portanto, que dividem a oitava em doze semi-tons. Mas as escalas orientais dos
árabes e dos hindus são muito mais ricas porque eles distinguem até o quarto de
tom. A informação de que Deus criou a música ou sete notas musicais não se
encontra na Bíblia. Portanto, não convém ultrapassar o que está escrito (1º
Corintios 4:6). Atos 17:29 mostra que a arte é produto da imaginação humana.
Quando falo da igreja de Cristo, não me
refiro à sua denominação, nem à sua igreja local. Refiro-me àquela igreja que
Ele comprou com seu próprio sangue e que recebeu ou ainda recebe os ensinos do
Mestre, transmitidos pelos apóstolos.
Ouvi, há poucos dias, um pastor
pregando pelo Rádio, o qual afirmou que as igrejas evangélicas que não
comemoram o Natal estão prestando um “desserviço” ao cristianismo. O que tem a
ver a comemoração do Natal com a doutrina de Cristo? Jesus não autorizou essa
prática e nem os apóstolos a ensinaram à igreja. Os Evangelhos, escritos cerca
de trinta anos após o ministério do Filho de Deus nesta Terra, nada dizem a esse
respeito. Antes, aprendemos lições do Novo Testamento tais como “Não
ultrapasseis o que está escrito” (1º Corintios 4:6) e “Ninguém, pois, vos
julgue por causa de... dia de festa...Porque tudo isso tem sido sombra das
cousas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses 2:16-17). Jesus
disse que Deus procura verdadeiros
adoradores, que o adorem em espírito e em verdade (João 4:23). Ainda mais, Ele
disse: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida...”(João 14;6). Ele é a verdade
absoluta. Em todos os sentidos! Mas o Natal é o que? Uma farsa desde as suas
origens! Vinte e cinco de dezembro não é o dia do nascimento de Jesus. E
mesmo que fosse , nós não estamos autorizados a
comemorá-lo. A igreja comemora a sua morte e ressurreição em obediência à sua
ordem,por estatuto perpétuo, através da ceia, até que ele venha (1º Corintios
11:26). Esta sim é uma proclamação evangelística de nossa responsabilidade, uma
vez que o anúncio do nascimento do Messias proclamado por anjos do céu já se
cumpriu (Lucas 2:9-11). Quase todo cristão esclarecido sabe que o dia 25 de
dezembro era consagrado ao deus Sol entre os pagãos do Império Romano, porque é
a época do Solstício de Inverno no hemisfério norte, isto é, a época em que o
Sol começa a prevalecer do seu mais baixo percurso, até chegar ao ápice, no Solstício
de verão, seis meses depois. Seria, por assim dizer, o renascimento do Sol em
seu vigor. Foi o imperador Constantino que, antes da sua pseudo-conversão, era
adorador desse astro, quem consagrou a Cristo esse dia. A árvore de Natal e a
troca de presentes ao seu pé são igualmente reminiscências do paganismo. Tendo
em vista 2º Corintios 6:14-7:1,
perguntamos:
“Que comunhão pode haver entre a
luz e as trevas?”
“Que harmonia entre Cristo e o
maligno?”
“Que união entre o crente e o
incrédulo?”.
Portanto, “retirai-vos do meio
deles, separai-vos, diz o Senhor”. Em vista das promessas contidas no verso 6b
desta passagem, o que devemos fazer é “purificarmo-nos de toda impureza, tanto
da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”. Assim,
não queira transformar a igreja numa sociedade atrativa e agradável do ponto de
vista humano, contaminando a verdadeira fé cristã com ingredientes adocicados,
pois Deus nunca aceitou mel nos sacrifícios do Velho Testamento. Mas o sal que
preserva agradava-o (Levítico 2:11-13). Por que comer
carne sacrificada a ídolos? Reunião em família
ou com amigos no dia de Natal não é condenável, desde que isto não
signifique uma profissão de fé. Mas trazer o Natal para dentro da igreja como
memorial de Cristo é absurdo!
A área da contribuição é aquela em que
mais se revela a argúcia de certos pastores no sentido de coagir as ovelhas de
seus rebanhos a contribuírem sempre mais e mais. Alguns deles agem como se
estivessem num leilão: “Quem tem fé para dar Mil Reais?” “Quem tem fé para dar
Quinhentos Reais?” e assim por diante, vão abaixando o valor da fé até Cinco
Reias e Um Real. Depois é lançado o desafio do propósito ou da promessa de fé, uma
contribuição mensal, visando aquelas pessoas que não dispõem de rendimento
sustentável para garantir os recursos necessários no futuro. O argumento
apresentado é sempre o mesmo: “Deus proverá!” É bem verdade que isto acontece
algumas vezes. Mas eles não podem garantir isso sempre, pois eles não conhecem
o tipo de fé de cada um que eles convencem a fazer o propósito. Convencimento
não é fé! Então, como podem garantir que Deus honrará o compromisso que
eles forjam na mente das pessoas? Quem conhece toda justiça de Deus para
afirmar categoricamente que Ele vai fazer isto ou aquilo? Lembre-se do caso do
Velho Profeta e do Jovem Homem de Deus do Velho Testamento. O Velho Profeta
enganou o Jovem Profeta, Homem de Deus, induzindo-o a agir contra a Palavra de
Deus que viera para este. O Jovem Profeta foi convencido e desobedeceu,
pensando que estava obedecendo. Mesmo assim foi castigado de morte. Leia este
caso inaudito em 1º Reis 13:1-32.
Ninguém deve fazer o papel de Velho
Profeta, induzindo as ovelhas a desobedecerem a Palavra do Espírito que fala
sobre ofertas em 2º Coríntios 8:12 “...se há boa vontade (para contribuir) será
aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem”, e ainda:
“Cada um contribua...não por tristeza ou constrangimento porque Deus ama a quem
contribui com alegria” (2º Coríntios 9:7). A viúva pobre deu “tudo quanto
tinha” (Marcos 12:44) e não o que não tinha.
Há 34 anos, em 1973, visitei uma igreja
que se reunia num velho casarão, bem perto do centro de São Paulo. Enquanto o
“missionário” pregava e pedia ofertas, um grupo de obreiros empurrava uma leva
de homens simples para dentro de uma pequena sala, onde uma secretária muito
afoita datilografava compromissos de contribuição que eles assinavam. Eram
pessoas pobres,desempregadas, algumas com problemas de saúde, na maioria
nordestinas. Recentemente, em 2006, voltei a visitar aquela mesma igreja que,
nesse período de tempo, construiu o maior templo evangélico do Brasil e,
talvez, do mundo. A ganância também cresceu e o sistema de arrecadação
aperfeiçoou-se. Hoje, lá, são usados argumentos desde os mais rudimentares, até
aos mais sofisticados para convencer os presentes a contribuírem. Passagens
bíblicas são apresentadas em profusão para justificar tal atitude. É tão
contundente a agressão que, qualquer pessoa de bom senso sente-se revoltada,
pasmada e escandalizada de presenciar esse espetáculo. Esta igreja cresce
tanto, que conta com ramificações em todos os Continentes do nosso Planeta e
possui no Brasil cerca de 50 radioemissoras próprias.
Enfim, explorar a fé das pessoas pode
dar grandes resultados financeiros, como escreve o apóstolo Paulo em 1º Timóteo 6:6 “...grande
fonte de lucro é a piedade...”, mas é uma leviandade muito grande por ser
totalmente contra a Palavra de Deus. Os “Velhos Profetas” serão punidos com
rigor, mais do que o Jovem Homem de Deus que foi enganado. O povo de Deus não
deve ser submetido a constrangimento desta ordem porque “onde está o Espírito
do Senhor, ai há liberdade” (2º Corintios 3:17).
Finalmente, não é forçando as ovelhas a
contribuírem além das suas posses que se faz crescer a igreja de Cristo. Desta
maneira é possível fazer crescer uma denominação ou os seus projetos humanos,
mas o reino de Deus cresce no Poder do Espírito, quando a Palavra é semeada e
cultivada corretamente. Se você não crê nisto leia atentamente o livro de Atos.
Se mesmo assim não crer, veja a sua condenação em Mateus 7:22-23.
“Vivei acima de tudo por modo digno do
Evangelho de Cristo...” (Filipenses 1:27).
Na instituição da ceia Ele falou cousas
profundas que estão registradas nos Evangelhos Sinóticos, isto é, em Mateus,
Marcos e Lucas. Mateus 26:28-29 informa
que Ele disse: “...isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em
favor de muitos, para remissão de pecados...desta hora em diante não beberei
deste fruto da videira...” O fruto da videira é o conteúdo do cálice referido
no verso 27.
Em Marcos 14:24-25, referindo-se ao
cálice do verso 23 Ele disse: “Isto é o meu sangue , o sangue da Nova aliança,
derramado em favor de muitos. Em verdade vos digo que jamais beberei do fruto
da videira, até aquele dia...”.
Em Lucas 22:20 está registrado que Ele
falou: “...Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue, derramado em favor de
vós”. Evidentemente Ele usa a figura de linguagem do “Símile” para comparar o
fruto da videira com o seu sangue. Nós começaremos a entender isto se
observarmos que pouco depois da ceia Ele enunciou a parábola da videira, começando
com estas palavras: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor”
(João 15:1).
Israel
era comparado a uma videira trazida por Deus do Egito e plantada na
Terra Prometida para produzir fruto. Mas a nação falhou no alvo proposto por
Deus e não produziu o fruto esperado. Asafe reconhece o estado deplorável da
nação no Salmo 80 e Isaías denuncia o seu fracasso em Isaías 5:1-7. Jesus
também testifica esta condição de Israel no incidente da figueira sem fruto, em
Mateus 21:18-19 e na parábola dos lavradores maus ( Mateus 21:33-46).
Afinal, quem tomou o lugar da
nação para apresentar o fruto de Deus?
Os próprios discípulos não se solidarizaram com o Mestre quando este foi preso.
Todos eles fugiram ( Mateus 26:5); Pedro negou-o três vezes, pouco depois; o
outro já o havia traído; as autoridades judaicas o condenaram; a nação gritava:
“crucifica-o”. É muito pertinente, por tanto, a sua afirmação: “Eu sou a
videira verdadeira”.
Foi assim que Jesus entregou a Deus o
último e mais precioso fruto tão esperado, o seu sangue, fruto da videira
verdadeira. Depois de uma vida de serviço prestado a Deus e aos homens, Ele
ainda ofereceu a essência da sua vida, o líquido precioso, sem o qual seria
impossível a remissão de pecados.
Chamar de “suco de uva”, palavra que
não tem nenhum significado teológico, ao cálice tão cheio de significado, que
representa o sangue de Cristo, na celebração da Ceia, é desprestigiá-lo. Isto é
no mínimo ignorância ou falta de discernimento espiritual.
Domingo; culto de adoração; dia do
Pastor. Após os avisos e os cânticos de louvor iniciais, subiu ao púlpito a
mulher de um dos pastores, e leu um discurso em que enaltecia a cada líder pelo
seu trabalho à frente do rebanho. Com sua alocução comovedora, destacando a
atuação de cada um, quase arrancou aplausos da platéia de fiéis. Ao final pediu
que se cantasse um hino em homenagem aos reverenciados.
Não há nada de errado em reconhecer a
dedicação dos guias do rebanho. Paulo ensina que os
presbíteros que presidem bem são merecedores de dobrada honra (1º Timóteo 5:17)
e o próprio Senhor Jesus os coroará com a coroa da glória, quando Ele se
manifestar (1º Pedro 5:4). Mas o reconhecimento aos pastores pelo seu trabalho
deve ser feito em momento à parte do culto. Quando a igreja se reúne, todos
devem permanecer em atitude de reverente adoração a Deus, como está escrito em
Apocalipse 5:13-b: “Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o
louvor, e a honra e a glória, e o domínio pelo século dos séculos”. Amém!
Portanto o tempo deve ser devotado exclusivamente a Deus, pois como diz Isaías
42:8, “Eu sou o Senhor este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a
outrem;...” Quanto, aos pastores, devem permanecer como servos humildes,
sabendo que, oportunamente, receberão a sua recompensa, como Jesus ensina em
Lucas 17:9-10, “Porventura terá de agradecer ao servo por ter feito o que lhe havia ordenado? Assim
também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos
servos inúteis porque fizemos apenas o que devíamos fazer”.
Portanto, ninguém pode ser exaltado na
presença de Deus. Antes, “guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus:
chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifício de tolos, pois não
sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca a pronunciar palavra
alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus e tu, na terra; portanto sejam
poucas as tuas palavras” (Eclesiastes 5:1-2). Aqui cabe a exortação de 1º
Corintios 14:34 para as igrejas apostólicas: “conservem-se as mulheres em
silêncio nas igrejas porque não lhes é facultado falar...”.
Quem é o juiz autorizado por Deus?
Jesus ou o pecador?
Aceitar Jesus como Salvador? Ou Jesus
aceitar o pecador e salvá-lo? Qual dos dois tem maior autoridade para aceitar o
outro? O pecador ou Jesus? Você já leu em algum lugar do Novo Testamento que os
Apóstolos ofereceram Jesus como alguém que os homens devem avaliar para decidir
se o aceitam ou não? Seria uma arrogância muito grande da parte do pecador
fazer um julgamento do Filho de Deus, antes de resolver aceitá-lo ou
descartá-lo. Quem ensina esta doutrina vai mais além, afirmando que depois de
declarar que aceitou Jesus como Salvador o pecador deve batizar-se para dar
testemunho diante dos homens de que Jesus o salvou. Por um lado é Deus quem
intima o homem a arrepender-se para não ser condenado por Cristo, como está
escrito: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância, mas agora
notifica a todo homem, em todo lugar, que se arrependa, porquanto estabeleceu
um dia em que há de julgar o mundo com justiça por meio de um varão que
destinou e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos
17:30-31). Por outro lado, não é o homem que pode dar testemunho de que Jesus o
salvou, porque Ele não aceita testemunho humano (João 5:34) e nem tão pouco a
glória que vem dos homens (João 5:41). Deste modo o homem está totalmente
desqualificado, seja para avaliá-lo ou para testemunhar da sua salvação. Quem
testemunha a respeito da salvação do pecador é a Palavra de Deus que diz em At.
2:38-40: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
E, “...Salvai-vos dessa geração perversa”.
A expressão “aceitar Jesus como
Salvador” nunca foi usada pelos apóstolos na prática da conversão. Antes eles foram
muito incisivos como em Atos 2:36; 5:30-32; 7:51-52 (Estevam), colocando de
maneira forte e imperativa a autoridade da Palavra de Deus, sem deixar o
pecador na cômoda posição de julgar o Senhor.
É glória para Cristo o fato do pecador
crer pela pregação da Palavra, arrepender-se sincera e honestamente, ser
batizado para remissão de pecados e receber o
dom do Espírito Santo. Assim, Jesus é quem aceita o pecador e não o pecador é
quem avalia Jesus.