12 PEDRAS E
MAIS 12 PEDRAS
LEIA JOSUÉ,
CAPÍTULOS 3 e 4
Antes de atravessar o rio Jordão
para entrar na Terra Prometida, 12 homens israelitas, um de cada tribo recebeu
de Josué a ordem de tomar 12 pedras para erigir um monumento memorial no meio
do rio, exatamente no local onde pararam os sacerdotes com a arca. Outras 12
pedras foram tomadas do local onde pararam os sacerdotes com a arca e foram
levadas ao alojamento em que haviam de passar aquela noite, no outro lado do
rio.
O livro de Josué traz um paralelo
muito claro entre a entrada e a tomada da terra pelos israelitas e a entrada e
a tomada da vida cristã pelo crente. Depois de vagar pelo deserto durante
quarenta anos, sofrendo, sem rumo definido e tentado a voltar para o Egito, o
povo agora se encontrava diante da terra que devia possuir. Mas para isto era
necessário uma decisão firme, uma resolução inabalável de ir em frente e jamais
voltar para o Egito, a terra da escravidão, do pecado. Cerca de quarenta anos
antes, o povo retrocedeu por acreditar no relatório pessimista dos espias que
foram espionar a terra (Números 13:1-14:23). Depois da intervenção milagrosa de
Deus, abrindo a passagem pelo rio Jordão, o que faltava agora era apenas
marchar adiante. Esta decisão difícil e importante é representada pelas 12
pedras grandes e pesadas que foram tomadas do lado de lá do Jordão e foram
empilhadas no meio do rio, onde eram vistas no meio das águas, ainda quando foi
escrito o verso 9 do capítulo 4 do livro de Josué.
Quando o Espírito Santo de Deus
convence o pecador do pecado, da justiça
e do juízo (João 16:8), então está aberto o caminho para a entrada e a posse da
vida cristã. É aí que o pecador deve tomar a decisão de uma vez por todas. Esta
decisão não tem reedição, acontece uma vez só e definitivamente, quando ele se
batiza, como está escrito em 1ºCoríntios 6:11 “Mas vós vos lavastes, mas fostes
santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus e no Espírito do nosso Deus”.
As outras 12
pedras, as menores, que foram levadas do meio do Jordão para o alojamento onde
haviam de pernoitar (Josué 4:3,8) representam o descanso a que Josué os
conduziu com respeito à posse da terra (Josué 21:43-45). Já para os crentes que
tomaram posse da vida cristã o repouso é em Cristo, que é o descanso definitivo
para nós (Hebreus 4:8-10).
A propósito,
convém notar o paralelo entre 1º Coríntios 6:11 e Atos 2:38. Depois de concluído o
sermão de Pedro em Pentecostes, registrado em Atos 2:14-36, o povo constrangido
perguntou o que era necessário fazer diante da sua conivência com a morte do
Messias. A resposta de Pedro foi: “Arrependei-vos e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão de pecados e recebereis o dom do
Espírito Santo”.
Eles já
estavam em processo de arrependimento depois de ouvir a Palavra e crer quem
Jesus era. Isto significa que Deus já estava providenciando o milagre da
abertura das águas do Jordão que os impedia de entrar na vida cristã e de tomar
posse dela. Era hora de tomar a firme decisão de se batizarem, confirmando o
que Paulo descreve dizendo: “vos lavastes”, no 1º aoristo médio, significando
uma ação por decisão pessoal (1º Coríntios 6:11). E Pedro continua: “para
remissão dos vossos pecados”. Paulo confirma: “fostes justificados”, no 1º aoristo
passivo, o que quer dizer que a justificação vem de Deus. E por fim Pedro
afirma: “recebereis o dom do Espírito Santo”. Paulo confirma dizendo: “fostes
santificados”, no 1º auristo passivo, isto é, quem santifica é Deus.
Em resumo, são
três atos instantâneos descritos pelo tempo verbal “aoristo” da língua grega, em que concorrem uma decisão humana e
a ação de Deus perdoando e santificando o pecador que se arrepende e se batiza.